domingo, 7 de dezembro de 2014

O primeiro jantar de Natal


Aquele em que trabalhamos todos para o mesmo, mas não nos conhecemos todos, calhou ser o meu primeiro jantar de Natal. Fiz trio, porque três não é par, com o Gouveia e a Guimarães. Entalaram-nos num canto ao longe. Foi o melhor. Não sinto qualquer remorso por ter dito não ao pigmeu de dedos curtos e gordos. Parece que ainda o estou a ver, a olhar de baixo para cima, uma mãozinha em cima da outra, a tremelicar porque sabia que não podia exigir e se era para pedir, tinha que o ter feito antes. O Gouveia percebeu que a minha resposta já estava preparada, a Guimarães só desejou que o homem também estivesse preparado com uma muda de calças.

Voltando ao jantar, tirando o facto de conhecermos só de vista os nossos companheiros de mesa, não correu mal. Ficamos impressionados com as capacidades da senhora à nossa frente. Não só parecia uma garoupa a comer como conseguia enfiar na boca grandes nacos de bacalhau. Cuspia as espinhas em bola e de uma vez só. Também palitava os dentes de olhos fechados como se estivesse a saborear tudo menos um pedaço afiado de madeira. E a nossa cota de músicas latinas e africanas ficou preenchida até ao próximo Dezembro. É de valorizar, não é?

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