segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Não há mal que sempre dure

Esta semana falavam-me de olhar para as "merdas que acontecem" como lições. Aproveitar a oportunidade de aprender com os nossos erros e os erros outros. Repetir o que é repetível, evitar o irrepetível. E se há merdas que acontecem porque nós ou alguém, propositadamente ou não, fez para que acontecessem. Outras há que acontecem do nada sem ninguém prever. Como sou uma optimista crónica, para mim, qualquer que seja a situação, nada está perdido até estar perdido mesmo. É cansativo não desistir à primeira, mas às vezes compensa. Se não resultar em nada, fica a satisfação de se ter tentado. 

Quando penso em desistir à primeira adversidade, lembro-me sempre desta situação. Tinha decidido fazer a cadeira por exame. Foi uma decisão estúpida porque tinha mais duas cadeiras na mesma situação. Devia ter arrumado com ela por frequências. Estava no último ano, estágio marcado para começar no Porto. As cadeiras, se ficassem por fazer, estariam na Covilhã. Tenho a certeza que o universo conspirou contra mim no dia do exame de Teoria Política. Acordei tarde. Entre comer e tomar banho, escolhi tomar banho. Saí disparada de casa e caí na rua, caí nas escadas - escadas de pedra e saltos não combinam -, caí para trás. Fiquei estendida no chão com os olhos postos no céu, a pensar no atraso que já levava e se devia voltar ou não para casa. Os miúdos que iam à minha frente, correram para dobrar a esquina e assim poderem rir à vontade. Não os via, mas ouvia o gargalhar. Coitadinhos, estranharam a minha demora e voltaram para trás para saber do meu estado. Agradeci o cuidado, levantei-me, sacudi-me e pensei "não há nada pior do que isto". Fui fazer o exame, o professor deixou-me entrar para o fazer, correu bem e isso viu-se mais tarde na pauta. Portanto,  não há mal que sempre dure e às vezes começa e acaba no próprio dia. É preciso tentar sempre, mesmo que as probabilidades não sejam as mais favoráveis.

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