quinta-feira, 31 de julho de 2014

Talvez


Crónica de uma manhã de praia

Para se estar sempre bem na praia, é preciso saber escolher o m2 de areal. A primeira coisa que faço é olhar em volta e perceber que tipo de pessoas ocupam a praia. Hoje, por exemplo, escolhi ficar ao pé de duas senhoras, uma adolescente e três miúdos. Pareceram-me a companhia perfeita para, por comparação, fazerem de mim a "gaja boa" daquele m2. Depois chegou a miúda com o rabo à Jennifer Lopez e estragou tudo. Vidas!

Reparei na estranheza das senhoras quando comecei a retirar a parafernália do saco. Como para entrar no meu carro não há as exigências de segurança de um aeroporto, levo para a praia sempre um protector solar para o cabelo, um protector solar para o rosto, um protector solar para as tatuagens e bronzeador para o resto da superfície. É muito cansativo, mas vale a pena.

Tudo aplicadinho e espalhado, pouso a cabeça na toalha. E ouço uma das senhoras:

- Ei lá, temos ali modelo!

Perante afirmação tão convicta, levantei a cabeça da toalha. O biquíni tigresse, o amarelo na cabeça (Não era loiro, nem platinado. Era mesmo amarelo. Tal e qual uma natureza morta) e o perímetro abdominal com o risco cardiovascular ultrapassado em largos centímetros não indicavam o bom gosto da senhora. Mas, como ela estava a olhar fixamente para mim à procura de anuência, rodei o pescoço para visualizar o possível "Adónis". E lá estava ele: musculado, oleado e bronzeado. Apesar de não achar piada a homens bibelot (Mas tu não vais ao ginásio para tonificar e o caralho? Não vens besuntar-te para a praia para te bronzeares? - Sim e sim, mas não estamos a falar de mim!), tive medo da reacção da senhora e esbocei um sorriso cúmplice. Mais do que isso não fiz. Tive medo que ela topasse que não era sincero... Faz de conta que estamos no mesmo barco! Eu disse barco?: Love, exciting and new; come aboard...

Crónicas de uma viagem: Tertúlia Algarvia



Quando forem a Faro, passem por lá. Vale bem a pena. Sopa de tomate com ovo escalfado, polvo e tarte de requeijão? Do melhor!

L., mais uma vez, obrigada. Também gostei de ir aos Artistas e ouvir, para além de outros e outras, o "Hitsville UK" que nunca ouvi em espaços públicos.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Crónicas de uma viagem: A vida como no cinema

Já tinha tido esta conversa com a Z., tive-a também com a L.: não é comum encontramos pessoas que se entusiasmem com alguma coisa. Mas quando as encontramos, ouvi-las falar e perceber o seu entusiasmo, é fenomenal.

Fomos ver cinema ao ar livre no Jardim da Alameda em Faro. O filme foi o "Her" e percebi que, para além das crianças que ainda não foram corrompidas pelo cepticismo, os sistemas operativos também têm a capacidade de se entusiasmar.

Com família assim, quem precisa de inimigos?

Cheguei há dois dias e a minha mãe já começa a cobrar a minha presença. Tenho mais de trinta e continuo a ser menina da mamã (Tens cá uma maturidade! - se eu quisesse exibir a minha maturidade não arranjava um blogue, não é? Fazia uma mise apertadinha e usava pérolas. Mas, ui, espera lá... Eu tenho caracois e uso, de quando em vez, pérolas. Pronto, esqueçam!). Antes e depois de ir para qualquer lado, tenho que passar lá por casa: está bem, está bem. Vou aí almoçar amanhã!

As coisas continuam na mesma:

Não me posso queixar que a minha irmã está sempre pior. - Pareço um coador, estou cheia de picadelas de mosquito. Mas a melga mutante que a sobrevoou na noite anterior, só não a matou porque não calhou! 

Cometi o erro de ir de calções e lá vem a piada do meu pai: não vás a Guimarães que te ficam com as pernas para cabos de facas! - Por acaso devo lá ir no final de Agosto. 

A minha mãe, a minha rica mãezinha, acha que apanho sol a mais e espeta-me uma feijoada que estou muito magrinha. - Está um calor do caraças para comer feijoada e eu gosto de praia! 

Agora sim, isto está de ananases


De volta à minha praia urbana e regressei na hora certa. Diz que o tempo não foi grande coisa na minha ausência. Aqui não se vendem bolas de berlim. O grito é "OLH'Á BATATINHA! Um euro. Com ou sem pimenta".

segunda-feira, 28 de julho de 2014

We are Family



Estar fora de casa oito dias, tem os seus inconvenientes. Preciso de álguem que me olhe pela bicheza. O meu sobrinho mais velho já está habituado, mas, desde que atingiu a maioridade, tem uma agenda bastante preenchida:

- JP, olha, preciso que me faças um favor. Preciso que fiques lá em casa com os bichos.
- Ok, tia, mas isto é assim...
- (ò foda-se, está tudo fodido!)
- Posso levar dois amigos?
- (ò caralho... take it or leave it! Vê-vê, vais ter que aceitar. Não tens outro remédio. Não haverá de vir mal nenhum ao mundo, são três nerds, vão estar agarrados aos computadores, já têm 18 anos e um deles é teu sobrinho. De certeza que a gaveta da roupa interior e os teus sapatos estarão a salvo!) Sim, podes. Mas tentem não jabardar muito a casa, ok?
- Não te preocupes!
- (Já estou preocupada, caralho!) Pronto, combinado.

Oito dias passam a correr e já estou de regresso à home sweet home. Nervosa, abro a porta do prédio e constato com agrado que não há mau cheiro nas escadas: é bom sinal! Mais calma, preparo-me para abrir a porta de casa: três computadores em cima da mesa de jantar, alguns copos espalhados pela casa, casa de banho fora de prazo, tapetes cheios de lixo, chão imundo, algumas garrafas de cerveja e o cachimbo de água a uso (já me foderam o tabaco que trouxe do Egipto!). Paciência, os bichos estão vivos e de saúde. E os rapazes até tiveram o cuidado de lavar a louça. Não sei se o fizeram por necessidade ou por gosto. No entanto, o que me intriga é terem usado todos os panos de cozinha. Tenho para aí uns quinze. Porque raios usaram todos? Vidas, só me resta limpar tudo e, se calhar, aproveito a onda da limpeza e organizo uma Sunset Yellow Summer Fest Terrace (ou pátio, depois, se a ideia for para a frente, decido) After Hours Party and Lounge.

Não tenho problema nenhum com a identidade, sou uma pessoa versátil


Crónicas de uma viagem: banda sonora


Terceira viagem com a Ryanair e a minha primeira vez a voar sozinha. Felizmente, do Porto ao Algarve é um tirinho. Nem dá para pensar em grandes coisas e é mais barato que o comboio, embora a viagem em linha seja mais amiga do pensamento. Mas para isso há que ter vontade e a minha vontade não era essa. E nem ao aeroporto de partida tinha chegado e já só tinha praia na cabeça, aqui por cima o tempo não está de ananases. 


Chegada à noitinha e, agora já sei, não basta dizer ao taxista o nome da rua pretendida. Tenho que referir também a cidade que, por acaso (não, não é por acaso. É onde mora a L. e a irmã), é a mesma do aeroporto de destino. Pronto, que se lixe, o que interessa é dormir que amanhã é dia de "cruzeiro" até à praia.

Em modo profissional, tento controlar-me (também não podia ser de outra maneira). Mas em lazer, i'm a fucking indian movie: desato a cantar e a dançar sempre que surge a deixa.

- A tua sorte, L., é que eu danço e canto muito bem!
- A minha sorte?!
- Sim, a minha mãe diz-me que sim. Olha, vidas!: Duas vidas separadas pelo tempo...

- Vamos de barco até à ilha.
- De barco?: Love, exciting and new; Come aboard, we're expecting you...

- Meia hora e chegamos à ilha.
- À ilha?: Tropical the island breeze; All of nature wild and free; This is where I long to be; La isla bonita...

- Andam a multar os carros todos, a linha é amarela. Mas quase que não se vê...
- A este bloquearam as rodas: Breakin´rocks in the hot sun; I fought the law and the law won; I fought the law and law won...

- Amanhã, vamos à ilha da Culatra.
- À ilha da Culatra?: When they kick at your front door, how you gonna come?; With your hands on your head or on the trigger of your gun?...

L., obrigada não só por me receberes como também por alinhares e contribuíres para a banda sonora. Estava mesmo a precisar: Keep smiling, keep shining; Knowing you can always count on me, for sure; That'swhat friends are for…

Casablanca


Ano de 2007 e fui a Marrocos. Cismei que queria ir a Casablanca. Sim, a cisma foi criada pelo filme. Não tinha ideia nenhuma de como seria a cidade, mas só podia ser bonita. Não é? Não, não é. Lição aprendida. Nem todos os sonhos ou fantasias devem ou podem passar a realidade. Ou seja, a melhor opção é concretizar sonhos pequeninos. O meu prédio de dois andares não tem elevador. E, no Hotel, adquiri e concretizei um pequeno sonho: fotografar-me no espelho de um elevador. Ao rever a fotografia, pareceu-me que mais alguém terá realizado qualquer coisa. Depois de alguns filtros e desfoques, consegui que a mãozada impressa no espelho desaparecesse.

Não gostei de Casablanca, mas quero voltar a Marrakech.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Manual de sobrevivência às férias laborais dos seus amigos | Conclusão

Este manual pretende colmatar uma grande lacuna existente na nossa sociedade ao nível da Higiene e Segurança no Trabalho. Pensámos ter reunido a informação essencial sobre este assunto e, agora que está na posse deste conhecimento, poderá passar melhor as férias dos seus amigos. Partilhe este manual, porque você também vai de férias e os seus amigos vão ficar sozinhos.

Sister V. & HM

Eu gosto é do Verão


Gosto das mais diversas coisas e algumas até podem parecer contraditórias. Já tive dificuldade em justificar algumas das minhas preferências. Encaixar-me num grupo ou colar-me um rótulo não é tarefa fácil. Há quem diga que sou uma versão feminina do Dirty Harry e também já me chamaram de tia. Para uns, sou uma pessoa inteligente e sou alguém que se refugia na futilidade para outros. Estas coisas todas já me incomodaram. O sentimento de pertença é algo que nos conforta. Caramba, mas não podemos definir-nos por um conjunto de características e privarmo-nos de fazer seja o que for com receio do que possam pensar de nós. Somos todos explicáveis através de diagramas de Venn, somos as uniões e intersecções dos diversos conjuntos. E eu sou do povo, só não gosto é de panados.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Manual de sobrevivência às férias laborais dos seus amigos | Capítulo 7

Planeando o futuro

Se este ano não conseguiu substituto ou este foi uma substituição que correu mal, não se deixe apanhar com as calças na mão no próximo ano. Tem 11 meses pela frente, comece já a tratar da carteira de possíveis amigos.

Gostou da amizade que fez este ano? Mantenha-a. Um olá aqui, um tudo bem ali, uma mensagem a desejar um Feliz Natal. Não custa, nem dói nada!

Não gostou da amizade? Está na hora de procurar por outras. Na sua lista de amigos do Facebook, procure os amigos que ficaram perdidos no passado e reate relações. Não entre a matar: um comentário nas fotografias dia sim, dia não, e quando vir uma fotografia sobre a qual possa fazer um comentário mais profundo, contacte-o pelo chat e diga-lhe o quanto gostou/amou/chorou/riu com a imagem. Aos poucos, vá falando mais assiduamente pelo chat
para, quando precisar, não parecer que o fez apenas porque está sozinho e desesperado.


Sister V. & HM

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Manual de sobrevivência às férias laborais dos seus amigos | Capítulo 6

Uma vida de amizade a três

Se está a ler este capítulo, é porque decidiu manter o novo amigo e está disponível para uma relação a três. O seu amigo já está de regresso e, a esta altura do campeonato, o tal cafezinho ou almoço já fazem sentido. Os números de telemóvel também já podem ser trocados, situação que, antes de este encontro, seria prematura. E porque não propor uma sociedade Euromilhões? A três há maior probabilidade de ganhar!

Sister V. & HM

terça-feira, 22 de julho de 2014

Manual de sobrevivência às férias laborais dos seus amigos | Capítulo 5

O seu amigo regressou de férias, o que fazer com os novos amigos

O seu amigo de longa data está para regressar de férias e agora? Oh meu deus, não pode ter dois amigos com quem desabafar no chat. Comece por pesar os  prós e os contras: este novo amigo foi um bom substituto do amigo que foi férias? Ouviu-o com carinho? Esteve presente todos os dias? Desejou bom dia quando chegou? Despediu-se com beijinhos e abraços quando saiu? Sim? Então faça por o conservar.

Se o futuro desta nova amizade não lhe interessa, pense bem antes de lhe colocar um ponto final. Lembre-se que as férias acontecem uma vez por ano e, mais cedo ou mais tarde, vai voltar a precisar. Se a decisão de terminar é irredutível, não corte com ela abruptamente. Vá reduzindo o contacto para não traumatizar e criar um stalker ou assassino em série 

A emoção do momento e a frescura da novidade poderão levá-lo ao desejo de abandonar a antiga amizade. Pense bem, quer mesmo deitar fora uma relação sólida de anos por um “bate-papo” de 15 dias?

Decidiu não manter a nova amizade? Salte para o capítulo sete.


Sister V. & HM

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Manual de sobrevivência às férias laborais dos seus amigos | Capítulo 4

Boas maneiras e etiqueta para fazer novos amigos no chat: 10 regras
  1. Evite falar do amigo em comum - os mal-entendidos existem, e ainda não tem confiança para falar sobre os laços que o unem ao amigo que está de férias. 
  2. Não faça comparações - não há dois amigos iguais, cada um tem a sua particularidade. Não procure no novo amigo, o amigo que está a substituir.
  3. Comece por cumprimentar, mas introduza logo um assunto de conversa. Dizer apenas bom dia e ficar à espera do retorno, pode criar dúvidas sobre as suas intenções.
  4. Evite falar sobre o tempo, não está num elevador para fazer conversa de circunstância. Se fez bem o trabalho de casa e investigou os interesses do seu novo amigo, certamente que descobrirá pelo menos um assunto que possa dar inicio à conversa, por exemplo: a sua amiga publicou uma foto do jantar de ontem, costeletas com batatas fritas, pergunte como cozinhou as costeletas, pois você é grande fã.
  5. Não faça desabafos sobre a sua vida pessoal, pode melindrar quem está do outro lado.
  6. Resista à tentação de identificar ou publicar recados no perfil do Facebook do seu novo amigo.
  7. Não marque cafés e almoços. Mas se o quiser fazer, espere pelo regresso do amigo em comum.
  8. Não partilhe segredos com o novo amigo, lembre-se que esta amizade pode ter um prazo.
  9. Não opine sobre assuntos pessoais e não dê conselhos para melhorar o aspecto ou performance do seu novo amigo. Se lhe pedirem opinião: seja sensato e cordial, a amizade não é assim tão profunda.
  10. Deixe a outra pessoa falar, não monopolize a conversa.

Uma regra importante e que deve ser aplicada à vida em geral: respeite as regras de escrita, não assassine a língua portuguesa!


Sister V. & HM

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Quase


Manual de sobrevivência às férias laborais dos seus amigos | Capítulo 3

Descobrindo companhia

Faça uma pesquisa pela sua rede de contactos, procure pessoas com amigos em comum e com quem já tenha falado pessoalmente pelo menos uma vez. O passo seguinte é tentar perceber quais os interesses e gostos que possam partilhar. Aqui, nesta fase, o Facebook pode ser muito útil. E, com a conivência do seu amigo, pode começar a preparar o terreno antes das férias dele. Vá clicando "like" nas publicações, faça comentários que originem diálogos e traga para a conversa o amigo que vai de férias. Funcionará como bênção para esta nova amizade virtual. Depois é só pedir o e-mail para "enviar umas coisas giras e que têm tudo a ver contigo". Mas, cuidado, não vá com demasiada sede ao pote ou corre o risco de assustar o potencial novo amigo.

No próximo capítulo abordaremos as regras de etiqueta e boas maneiras para o ajudar a fazer novos amigos no chat.

Sister V. & HM

Será que consigo deixar tudo pronto antes de me pôr ao fresco?


Manual de sobrevivência às férias laborais dos seus amigos | Capítulo 2

Sensação de abandono? Há mais gente como você 

Essa sensação de abandono que vem experimentando desde que aquela companhia foi de férias, não é exclusivamente sua! Se se achava muito especial, esqueça! Há mais pessoas a sofrer do mesmo mal que você. É verdade, milhões de pessoas chegam ao verão e vão de férias deixando outros tantos milhões angustiados. Chegou a hora de parar de se recriminar, de sair desse estado depressivo, e encontrar a solução para o seu problema.

E qual é a solução? Encontrar outro amigo para conversar. Simples, não acha? Esperava, porventura, que iríamos sugerir algo mais radical, que envolvesse custos elevados, enganou-se. A solução é tão simples que até parece mentira, mas é mesmo isto: encontrar novos amigos!

No capítulo três iremos explicar como encontrar novos amigos na ausência da companhia de sempre.

Sister V. & HM

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Manual de sobrevivência às férias laborais dos seus amigos | Capítulo 1

A vida para além das férias dos amigos  

Passamos 11 meses do ano em contacto com um reduzido número de pessoas, com quem lidamos e conversamos diariamente. O tempo de férias raras vezes coincide, o que, inevitavelmente, leva a que uma das partes fique sozinha, sem ninguém com quem trocar ideias, desejar um bom dia, mostrar fotografias de gatinhos fofos e enviar aquele vídeo do gordo a espetar-se contra um poste. Daqui advêm uma sensação de solidão, um vazio sem igual que muitas vezes leva o indivíduo a um estado temporário de depressão.

Este estado de depressão é identificado através dos seguintes sinais:

- Leitura seguida dos mesmos jornais e várias vezes ao longo do dia

- Visitar os mesmos blogues vezes sem conta

- Consultar constantemente o Facebook à espera da publicação de uma fotografia do seu amigo para clicar “like”

- O pior de todos: uma vontade súbita e inexplicável de ser rentável no trabalho

Perante este cenário, é então chegada a hora de sentar e reflectir sobre o assunto.
 


Sister V. & HM

Manual de sobrevivência às férias laborais dos seus amigos | Introdução


Porque, durante todo o ano, você sempre teve aquele amigo que o ajudou a passar o tempo, que lhe deu ânimo para aguentar o dia, que o ajudou quando se sentiu sozinho e chega aquela altura do ano que é inevitável: o seu amigo vai de férias! Aquela companhia, através do chat, e aquela palavra de alento quando mais precisa não estarão disponíveis nas próximas duas ou três semanas. Abate-se sobre si a depressão, a vontade de desistir de tudo, os dias de trabalho deixam de fazer sentido, mas você não pode desistir! Como você, centenas de outros trabalhadores passam pela mesma angústia, ansiedade e desespero. Você não está sozinho nesta luta!

Sister V. & HM

And you know we're on each other's team

H.- Estamos de volta?

V.- Estamos, mega amiga.

H.- Para a semana vai ser horrível, tu de férias, a minha irmã em Setúbal… como vou eu passar os dias?!

V.- O quê?! A tua irmã não pode ir sem eu regressar!

H.- Pois é, mais vai trabalhar para Setúbal!!!!!

V.- Caralho…

H.- Não sei como vai ser…

V.- Podes tentar conhecer melhor a Sara, o que dizes?

H.- Diz aí à Sara que se precisar de alguém para dar duas de treta ou se se sentir sozinha que se lembre que existe outra pessoa nas mesmas condições… EU!!!!!!!!

V.- Eu digo-lhe!

H.- E que podemos passar juntas por esses tempos difíceis!

V.- Vou dizer-lhe para manter o chat do gmail ligado usando essas tuas palavras!

H.-Sim, e depois diz-lhe que podemos fazer um vídeo, ao estilo Gustavo Santos, para pessoas que passem pelo mesmo, para inspirar e unir mais quem que fica abandonado nas férias. Podia haver o movimento: "não abandone o seu amigo nas férias"-e não estou a falar dos animais!

V.- Nestas férias, não abandone os seus colegas de trabalho! Gostava que lhe fizessem o mesmo? Esqueça lá isso do “em Agosto também vão”, estamos a falar do agora e de si!

H.- Porque, durante todo o ano, você sempre teve aquele amigo que o ajudou a passar o tempo, que lhe deu ânimo para aguentar o dia, que o ajudou quando se sentiu sozinho e chega aquela altura do ano em que é inevitável: o seu amigo vai de férias!!! Aquela companhia através do chat e aquela palavra de alento quando mais precisa não estarão disponíveis nas próximas duas ou três semanas. Abate-se sobre si a depressão, a vontade de desistir de tudo, os dias de trabalho deixam de fazer sentido, mas você não pode desistir! Como você, centenas de outros trabalhadores passam pela mesma angústia, ansiedade e desespero. Você não está sozinho nesta luta!!

V.- Olha, vamos escrever um livro de auto-ajuda para lidar com o abandono de férias laboral? Já fizeste a introdução!

H.- Isso é uma excelente ideia!

V.- Vai vender como pãezinhos quentes!

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Queimou-se-me o piston, só pode

Não tenho ido ao ginásio, logo não tenho desculpa para esta merda não me sair da cabeça. Aplica-se aqui a teoria do soundbite? Pronto, a culpa é minha e eu deito-a em quem eu quiser e, assim sendo, eu declaro a morte ao sol.

Tudo o que mete bicheza, tem piada


Reticências

Tenho uma mania ou um vício, não sei o que lhe chamar... gosto de observar pessoas e arrumá-las em secções (V., don't stare! - Diz-me várias vezes a Olga, a fotógrafa. Irónico, não é?). Digo arrumar, mas elas não ficam logo prontas. Vou misturando-as em coerência. E, de vez em quando, saco-as para a minha realidade:

- Quem és tu?
- Quem queres que seja?
- Não se responde a uma pergunta com outra pergunta.
- Depende, se a ideia for não responder...

Não gosto de usar reticências.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Tem uma certa piada

Aqueles que dizem que nunca farão, nunca dirão, nunca serão. E, depois, fazem, dizem e, afinal, também são. Como diz a P., "as certezas enfraquecem-nos, as questões humanizam-nos".

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Quem te avisa, teu amigo é!

Se tentares uma piada e esta falhar, não tentes, por amor de Zeus, explicá-la. Não vai funcionar e só te enterras mais.

10 palavras que me causam comichão

  1. Prurido
  2. Aglutinação
  3. Crica
  4. Micose
  5. Top
  6. Derivado
  7. Ósculo
  8. Beberete
  9. Articulação
  10. Sarjeta

"A língua é a minha pátria"

Escolhi ser Sister V. porque é um trocadilho com o meu nome, tem um certo toque religioso e soa a um ser assexuado. Esta última característica permite-me escrever o que me vem à cabeça sem grandes preocupações. Por exemplo:

A língua derruba barreiras. Mais de que um código, a língua é um músculo. Nem sempre é significado. Provoca reacções e, sem nada dizer, constrói pontes. A língua nem sempre é a palavra. Por vezes é acção.

Isto poderá querer dizer muita coisa e nada ao mesmo tempo - Tipo o marreco do Nome da Rosa que "fala todas as línguas e nenhuma". Escrito pela Sister V. (falar de nós próprios na terceira pessoa é um hábito assustador) a conotação será sempre evangelizadora e nunca sexual. Ou seja, não suscitará pensamentos como  "gostas pouco gostas", "o que tu queres está murcho" ou "vai cagar à mata", como diz a Linda Porca... espera lá, se calhar "o vai cagar à mata" é viável em ex aequo com o "come um gelado que isso passa".

Os meus amigos, aqueles que conhecem pessoalmente as andorinhas do Bordallo Pinheiro ali em cima e que fazem o favor de passar por aqui, já estão a "panicar": V., o que te passou pela cabeça para escreveres esta merda? A mim não me passou nada, mas aos que aqui chegam atrás de "broche Lisboa", "fodas à moda antiga" e "conas com fome na Covilhã" deve passar-lhes muitas coisas pela cabeça. Lamento a desilusão e o mau jeito. Tenho a certeza que escrevi essas palavras todas, não foram é necessariamente por essa ordem.

Milagre: a multiplicação das sardas

Não são sazonais, acompanham-me o ano todo. De verão para verão, vão aumentando e espalhando-se. O meu receio é que aumentem de tal forma que, um dia, os limites se unam e me transformem numa única e enorme sarda. Fiquei a saber que há mais sardentos a partilhar este medo.

A nossa relação é de amor-ódio. Mas, na verdade, já não conseguia viver sem as sardas. São a herança genética do meu pai, as sardas e o nariz torto. E os caracóis, só não herdei o ruivo e o laranja das sardas dele.
 

Para dar sentido à palavra Milagre no título, aqui vai a referência religiosa: Na bíblia multiplicam-se os pães e o vinho, a mim, o sol, multiplica-me as sardas. Um dia destes tenciono ler a bíblia. Quero saber como acaba a cena de Sodoma e Gomorra, salvo erro, diz que acaba tudo fodido. No entanto, quero confirmar.

domingo, 13 de julho de 2014

A propósito da praia

Naquela altura a praia estava escolhida por razões óbvias: facilidade de acesso. Matosinhos estava fora de questão, as senhas tinham que ser de dois módulos ou teríamos que sair no Castelo do Queijo e fazer o resto do caminho para a "bola de nívea" a pé. Leça? Nem era hipótese! Pronto, da Boavista até à Foz era o percurso escolhido. 

Hoje, fui à praia. Fui à Foz. "Não há bronze como o do Molhe", lembro-me de ouvir uma velhota dizer. E é verdade, mas não tem que ser no Molhe. Já lá não ponho os pés há anos. Mas continuo a ir à Foz. De vez em quando, vou às praias da Foz. Não sei se é das rochas, do iodo, da areia que é calhau ou da poluição inerente a uma praia urbana. Mas não há bronze como o da Foz, o bronze que aguenta as lavagens. Mas agora vou de carro. E no zapping do carro surge esta música que me desenhou um sorriso morno e malandro. Depois cliquei play no Sandinista que trago no carro. 

O autocarro deixava-nos na primeira linha do mar. Agora, para estacionar, só duas ou três ruas acima, junto das sedes de bancos que não têm balcão na baixa e que nunca ninguém vê na televisão até darem merda. Mas o meu problema em ir à Foz, e que não havia na altura, é a tentação. Não são os croissants da Doce Mar. São os saldos de 50 por cento da Haity na Avenida Brasil. Girls will be girls e gostar de Clash não muda nada.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Não é teu, é meu!

Isto já dura há algum tempo. Penso que dois anos ou mais. Não sei precisar. Podia pesquisar na conta de e-mail. Mas não me apetece. No Brasil existe uma pessoa com o primeiro e último nome igual ao meu - deves cá ter um filha da puta de um primeiro nome, dizem vocês. Não é o caso, o meu nome até foi retirado da bíblia. Ou seja, já tem mais de dois mil anos de garantia. Vidas! São estas as pancas dos progenitores que temos que a aturar uma vida toda -, se calhar existem mais senhoras, meninas, mulheres ou transgenders, mas é esta pessoa em concreto que me chateia. Existem diferenças na acentuação, infelizmente os endereços electrónicos não se compadecem com chapéuzinhos ou agudizações dos nomes próprios.  

A inconveniência desta situação reside na quantidade de e-mail's pessoais, promocionais, oficiais e oficiosos que recebo. Já respondi a centenas deles com a mesma ladainha: "Não sou a pessoa que pretende contactar...". E a senhora já compreendeu. Compreendeu mais ou menos: PORQUE RAIOS CONTINUA A TENTAR CRIAR UM CARALHO DE UM NOVO E-MAIL DANDO O MEU ENDEREÇO COMO E-MAIL DE CONFIRMAÇÃO DE CONTA?

Já fiz várias pesquisas para tentar resolver o problema sem que seja necessário - porque fica um bocadinho fora de mão. O meu carro é a gasóleo, mas não tem asas e também não é anfíbio - ir bater-lhe à porta. Pronto, não arranjei solução. No entanto aprendi coisas giras:

- Mandar um e-mail à google é bradar no deserto.
- Se nos esquecermos de terminar a sessão no Gmail num computador, podemos fazê-lo remotamente através de outro computador.
- É possível bloquear um endereço de e-mail com a permanente resposta de erro de envio.
- Se desconfiarmos que nosso e-mail foi violado, podemos consultar a data e o local dos últimos acessos.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Bastou-me a fotografia...

... para ficar assustada. Não tive forças para ler o artigo. Até digo mais, houvesse ácido aqui ao pé, cegava-me sem hesitar e num piscar de olhos.

Cancro de pele. Especialistas estimam 11 mil novos casos este ano


Cogito ergo sum

Não ter expectativas é a melhor forma de lidar com a desilusão. Se não esperamos nada, não perdemos nada. Lógico, não é? Como me considero uma natural-born "positivista", vou ainda mais longe: toda a gente é sebosa e mal-encarada até as conhecer pessoalmente. Há quem considere isto pessimismo. Mas esperar o pior e ser surpreendido pela positiva é do melhor, é ou não é? É, logo é positivo.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Sim, é isso

Se ali em baixo falei do telemóvel pessoal, é porque tenho um telemóvel de serviço e nesse toca o bolorento fanananafanananafananananá do Nokia tune.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Quando o telefone toca

Para o bem e para o mal, devemos aceitar e assumir as nossas decisões. O toque do meu telemóvel pessoal é o London Calling e durante os meses de Verão é a música do genérico do Baywatch. Este último poderá ser considerado uma opção azeiteira, mas para mim é um clássico. E clássico que é clássico nunca azeita. Sei que quem ouve poderá ficar à espera que surja de repente o Mitch ou a CJ, já me perguntaram por eles. No entanto, assumo sem vergonha a minha escolha quando o telemóvel toca em público. Mas quer-me parecer que a senhora que tenho à minha frente já se arrependeu do Piradinha quatro vezes.

E agora, for something completely different, cá vai uma piada seca sobre clássicos:

- Porque é que a vagina nunca sai de moda?
- Porque é um corte clássico.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Cada um é para o que nasce e eu não nasci para beber Gin


Bebi Gin frutos vermelhos em copo de plástico. Confirma-se, mesmo mascarado, o Gin não é para mim: vidas! Comi a frutinha.

Ver a canarinha com francesinha

E como foi o fim de semana? Sexta-feira, francesinha no Santiago em frente ao Coliseu do Porto. Passagem pelas Galerias que é "o primeiro dia de férias da Z.", bares à pinha porque chove e está frio, ninguém quer estar na rua. E estamos em Julho e há quem não negue à partida uma estação do calendário: o vestido até é bonito, não lhe fica é bem. Esquecendo a vontade de esbofetear o "espetador-de-cotovelos-em-costas-alheias", foi um bom arranque de fim de semana. A malta do mestrado é do melhorio, tenho dito!

Vidas!

Uma década sem papel passado. Isso não me importa. É deixá-lo ir. Por norma, nem para apanhar o autocarro corro. Não ando de autocarro, por norma. Mas se andasse, não correria mesmo que a minha vida dependesse disso. Há quem diga que não sabe ser pela metade. Eu sei. E também sei ser tudo ou nada. Mas o meu coração não tem botão ON e OFF. E aquelas pessoas vivem cá dentro e não é por incomodar outros que as vou tirar.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Um lugar ao sol

Por falar em Adão. O Cais de Gaia divide-se em duas partes. Ambas turísticas, mas diferentes. A que está colada à beira rio é zona finecas e, por consequência, mais cara. Do outro lado da rua, é a zona tipicamente tasqueira e, por consequência, a mais barata. É logo ali à face da estrada, à saída da Ponte D. Luís I. Não se ponham a subir muito porque a coisa volta a encarecer com as Caves e o The Yeatman Hotel. Voltando ao Adão, na Casa Adão as travessas trazem inquilinos a mais, comme il faut neste tipo de casas. Na cozinha está a mulher do Sr. Adão e a servir às mesas, o Sr. Adão e os filhos. O ambiente é familiar e adoro quando se pegam. É sempre bom enriquecer o vocabulário. Está sempre cheio de turistas e nunca esquecerei do diálogo entre o Sr. Adão e o inglês:
 
- The food is better here, but there's no sun.
- Pois, pois, the sun.
- Tomorrow, we're going to Algarve.
- Yes, yes. Of course!
- Is better there: the sun! I prefer the shouth! I don't like here, only the food.
- Olha, então vai com o caralho para não ires sozinho.Thank You

O homem não percebeu e não ficou ofendido. Mas foi merecido e teve piada. Pronto. Não é de bom tom ir a casa de alguém e dizer mal de quem o recebe.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Coisas que me passam pela cabeça

Pêssegos no primeiro plano e as maçãs, que são golden, lá ao fundo.

Creio que já falei aqui nas aulas de Hermenêutica. Mas o assunto era outro que não este. Nesta aula em concreto, falávamos de Adão e de Eva e a maçã como símbolo do conhecimento e a tomada de consciência do conhecimento adquirido pelo acto de comer a maçã. Creio que nunca falei aqui que frequentei a catequese até muito tarde. Não foi por burrice, foi até fazer o Crisma. Lá também falamos de Adão e de Eva e da oferta da maçã para Adão comer. E também resultou na divulgação de um significado sobre o acto de comer a maçã: a tomada de consciência de que estavam nus e taparam-se.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Pré-produção da próxima viagem

Este diálogo via chat é real. Tem algumas alterações, mas o sentido não foi alterado. Apenas foram retirados os smiles para dar um ar mais sério à conversa. L., obrigada por me receberes e não mudes de ideias, por favor. Já comprei os bilhetes de avião!

- Então, como está o tempo por aí?

- Nublado, e aí?

- Aqui está uma merdunça...

- Uma pergunta: importas-te de dormir comigo durante as férias? Se te importares, tenho uma alternativa, mas gostava de saber antes de tratar da alternativa.

- Pagas-me um café "a sequer ao menos"? Se sim, durmo contigo!

- Pago, obrigada pela compreensão!

- Pronto, não procures alternativa. Vou tentar não ranger os dentes!

- Acho que, se tudo correr mal, como estou a prever, terei de trabalhar um dia ou dois durante a tua estadia.

- Não te preocupes, eu safo-me sem problemas, vais trabalhar e eu safo-me!

- Mas, caso isso aconteça, até poderás ir comigo a um dos trabalhos: showcooking de cataplana doce em Lagos. Caso queiras, claro! A ver vamos o que acontece à agenda até lá...

- Quero ir, claro! Não sei se já deste conta, mas eu sou boa onda. Não sou problemática. Adapto-me a tudo, excepto fome e porrada!

- Sim, já dei conta! E assim, se andares um ou dias sozinha, tens mais probabilidades de te perderes. Ou seja, mais aventuras para contar!

- Maravilha! O teu carro já está resolvido ou na oficina escolheram outra selecção do mundial para seguir?

- Ainda está na oficina, tenho de andar sempre a ligar... só à chapada!

- A sério?! Foda-se, caralho, quando for aí... eu resolvo essa merda, caralho!!!

- Estou a contar com isso!

- Considera o problema resolvido! Olha, levas-me à praia?

Isto é, basicamente, assim:

O Isto é Assim faz dois anos. Faz mais ou menos dois anos. Começou no blog.pt e, como não consegui passar para aqui "automaticamente", fui depois buscar os textos um a um e por ordem cronológica. Também fui buscar algumas coisas ao blog colectivo que também estava, e ainda está disponível, no blog.pt. E foi por o colectivo ter acabado que comecei no singular. A minha estreia foi um desabafo: Há dias assim

E escolhi chamar-lhe "Isto é Assim" porquê? Porque todas as conversas que começam por isto é assim têm tendência a correr mal. E, quando corre mal, as coisas têm mais piada. Se corresse tudo bem, estaria parada à espera do bem acontecer. E ninguém quer parar, pois não? 

terça-feira, 1 de julho de 2014