terça-feira, 30 de julho de 2013

A modos que é isto


- Bom dia, acordei com esta música na cabeça e não sai. Deverei começar a temer pela minha saúde mental? 

- Deves. Tinha esta música em cassete. Fartei-me de a ouvir em miúda.

- Vou marcar consulta num psiquiatra. Olha, ainda tens a cassete ou rompeu de tanta audição juvenil? 

- Não... nem sei.  A minha mãe, sempre que precisava de espantar os pássaros das ervilhas, atavaca as cassetes.

- Esconde os cds! Quando a tua mãe perceber que estes são melhores no espanto das aves, vai ser uma razia.

- Deve ser.

- Quer dizer, eu não sei se são melhores, já os vi usar. Mas o uso dos cds pode ser motivado pela falta de cassetes.

- A fita fazia um som esquisito que afastava os jovens pássaros incautos e esfomeados.

- Coitadinhos, alguns devem ter adquirido patologias graves.

- Devem.

A propósito de relaxamento

Desligue-se do mundo exterior, procure a melhor posição possível, feche os olhos e sinta o seu corpo...

Imagine um campo com relva macia e flores amarelas, um lago calmo e de água cristalina...

Imagine-se nesse lugar... deitado na relva... soltando o corpo...

Concentre-se na borboleta que vai poisando nas flores, aprecie o seu voo e as lindas cores das suas asas...

Lá longe, na linha do horizonte, e em passo ligeiro, aproxima-se a pessoa que mais o irrita. Cague no voo da puta da borboleta, levante-se, agarre na cadeira que tem ao lado e parta-lhe a boca toda. Não se preocupe com as consequências. Aqui, na imaginação, tudo é possível, ninguém vai preso e ninguém é hospitalizado.

Olha, é a vida

Ando preguiçosa. Só penso em gamar textos do outro blogue. Mas alguns temas são sérios e práticos e a minha ambição é o nonsense.  São opiniões verdadeiras em vez de piadas mal conseguidas. E a mim, que sou bastante tolerante, sou conhecida pela minha tolerância e pela minha rebelde trunfa, não me apetece ser confrontada com insultos. Aceito bem argumentos, mas a estupidez desconhecida põe-me maldisposta.Se há males que posso evitar, evito-os com agrado. Não é medo de arriscar, é mais não ter pachorra nem idade para aturar merdas.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Dancing With Myself

Lembram-se de quando eram mais novos e saíam à noite e havia sempre alguém mais velho a dançar que nem um louco e alheado do maralhal de gente que o rodeava? Pois bem, quer-me parecer que me tornei nesse alguém.


domingo, 28 de julho de 2013

Filosofia de merda

Entrei numa casa de banho pública e enquanto fazia o serviço, colado na porta e em letras garrafais, li o seguinte: 

POR FAVOR, NÃO COLOCAR PAPEL OU OUTROS OBJECTOS NA SANITA.

Objectos?! Que objectos? A resposta a esta pergunta assentou num pensamento lógico-dedutivo:

Objectos » abjectos » dejectos » cagalhões

Mas, pensei melhor, não podia ser esta a resposta porque a sanita foi inventada para estes trabalhos sujos.

A conclusão a que chego é que a omissão das palavras tampões e pensos higiénicos poderá ter tido como causa a logística de uma folha A4 ou o texto ter sido redigido por um senhor mais antigo que, motivado por um estranho pudor ou desconhecimento dos termos técnicos, resolveu omitir propositadamente as ditas palavras.

terça-feira, 23 de julho de 2013

“Amute BFF”


Todos nós temos um filho, irmão, sobrinho ou primo adolescente. E se tiverem a sorte ou o azar de não serem banidos dos seus perfis do Facebook, podem constatar que esta é a geração do amor. 

São trocadas milhares de declarações por semana e a intensidade é tanta que o ‘gosto de ti’ ou ‘gramo-te bués’ já não serve. Ele é o ‘amute BFF’ (amo-te, best friend forever) e o ‘amuvos BFF’ (amo-vos, best friends forever). Assistimos às marcações de fotografias com todas estas dedicatórias e o discorrer dos comentários a afiançar o mesmo sentimento pelo autor. Aos  treze anos, estes miúdos, sofrem como alguém de vinte ou trinta anos. Relembram todos ‘os nossos mumentos ‘ e garantem  que  ‘vida sem ti nao faz qualquer sentido’. Aqui, nas trocas de declarações, não interessa se é menino ou menina. Basta existir e ter Facebook. Eles amam-se e ponto.

O que é feito do conceito de pessoa especial? Não há o gostar e depois o amar? Esta banalização do amor soa a falsidade. Será uma forma de luta contra o Bullying? Ou será que existe um novo sentimento em tudo superior ao amor e desconhecido pelos adultos?

Quando chega esse sentimento? Como se manifesta? Como é vivido esse sentimento? Se no amor vale tudo, como será com o – chamemos-lhe assim – “supra-amor”?

São muitas as perguntas para as quais não temos resposta, mas uma coisa asseguramos: se este sentimento superior se chamar “supra-amor”, o mais certo é que muitos escrevam “sopra môre” ou algo do género, porque, hoje em dia, não basta escrever nos murais que se ama ou que se supra-ama alguém. É preciso muito mais. É preciso escrevê-lo com o maior número de erros ortográficos que a frase consiga suportar. E porquê? Porque o coração tem razões que a própria razão desconhece.

Nota: Este é mais um texto do antigo blogue e também foi escrito por dois pares de mãos, um par é meu e o outro par é da L.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Vender a alma ao Diabo

Há uns dias, falávamos sobre esquecer tudo o que temos para trás com o intuito de entrar e movimentarmos-nos em determinados círculos. Aprender a lidar e fazer o jogo com as regras impostas para sermos aceites e vingar nesse meio. Todos concordamos que esquecer a família e amigos não seria fácil. Mais facilmente conseguiríamos safar a gastronomia própria da identidade de pobre. Bastaria 'afinecar' a refeição com uma nova nomenclatura: 

Fêveras na brasa com pimento assado - Laminado de porco em cama de brasa com pimento caramelizado.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Há sempre uma primeira vez para tudo!

O prenúncio era de subida de temperatura a partir de Domingo. Logo, apesar da nebulosidade, eu e a amiga P. arriscamos e rumámos à praia no Domingo à tarde. O céu continuava coberto, mas o frio era suportável. Besuntei-me com o óleo bronzeador porque, apesar de não haver sol, gosto do cheiro a Monoï.

Encetamos a conversa porque eu não conseguia bronzear e a P. não conseguia dormir, vai daí que, ao longe, avistamos uma senhora loira de meia idade que vinha a vociferar o seguinte som: rai rai rai rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr raaaaaaaaaaaaaaaaaaaaai e, ao passar por nós, largou agressivamente um caralho e um foda-se. 

Isto é assim, a senhora não aparentava estar bêbada, tinha bom ar e não imagino ninguém alcoolizado a caminhar tão direitinho pela areia irregular de godos, característica principal da praia Homem do Leme. E, para dizer a verdade, o caralho e o foda-se não eram para nós porque a senhora manteve sempre a mesma velocidade de locomoção e não parou nem olhou directamente para nós. Outro facto relevante, a senhora enquanto sacudia os pés e se calçava continuou com as caralhadas.

Tendo em conta isto tudo, estou em condições de afirmar aqui e em primeira mão que, ao vivo e a cores, avistei pela primeira vez na vida, em território nacional, um caso real de síndrome de Tourette!

terça-feira, 16 de julho de 2013

Tutorial ‘Como sobreviver em festivais de Verão’



Cada fruta tem a sua época e eis-nos chegados à época dos festivais de verão. Ser festivaleiro não significa ser porco – ok, talvez só um bocadinho porco -  e desprovido de bens materiais que proporcionem o bem-estar – atenção, não estou a falar de álcool e de droga. Para o ajudar a organizar-se, deixamos aqui umas dicas que serão vitais na busca do entretenimento e sobrevivência.


 

A lista do material necessário depende da quantidade de dias que por lá vai andar. Se a opção for acampar, tente ir cedo para arranjar um local à sombra e não se esqueça dos seguintes Must Have:

1º Óculos de sol e protector solar
Os Festivais de Verão são no exterior, logo é preciso é preciso ter cuidado com os raio solares e arranjar um escaldão não é a melhor companhia para um festival.

2º Roupa leve e sem necessidade de grandes cuidados. Levar um agasalho
Não vai passar a ferro, pois não? À noite arrefece, não é? Logo é obrigatório levar estas coisas para estar sempre apresentável e sem frio.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Até sempre, Fiel


Há dois anos foram buscar-te à casa onde te deixaram sozinho. Mudaram de casa e esqueceram-se de ti. A vizinhança alimentava-te amiúde, mas a fome e a sede eram a tua companhia frequente. Chegaste ao abrigo com a tristeza estampada. E foi por isso que te chamaram Fiel. Continuavas a amar quem te abandonou. Estimaram-te a idade em 14 anos, pensamos que não ias durar muito e que ias morrer de saudade. No entanto, tal como nos humanos, o tempo cura tudo. A tua alegria tranquila e dócil ganhou força de viver. Foi um privilégio conviver contigo nestes dois anos. Não queria fazer parte da decisão, queria pedir-te desculpa pela decisão. Contudo, não era justo obrigar-te a viver só porque nos custava ver-te morrer. Queria ter a certeza da tua felicidade connosco. Resta-me o conforto de fazer parte do grupo de pessoas que não foi indiferente ao teu sofrimento e que te amou sem restrições. Não foste o cão de ninguém, foste o nosso Fiel.

Sim, também sou coninhas e o blogue não tem este propósito. Mas tinha um nó na garganta a precisar de ser desfeito.  E com a partida do Fiel, lembrei-me do Tomás, do Tufão, da Maia, da Asha, da Nina e da Rambo. Cães como nós e todos eles merecem o céu.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Diz que o calor volta no fim-de-semana


Se está calor, é porque está calor. Se está frio, é porque está frio. Afinal, querem o quê? Não querem nada, só pode. E depois acusam o tempo de bipolaridade. Eu sei o que quero, quero calor. Estamos no tempo dele e toda a fruta tem a sua época.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Sem escrúpulos


Não é a primeira vez que uso o truque da comparação para ficar melhor na fotografia. No Verão de 2011, a amiga C. que trabalhava num lar de idosos, não só combinou comigo que me ligaria de manhã para me dar conta da meteorologia, como também me disse em que praia de Leça os idosos veraneavam.

Ai, meu pai. Ninguém entra, ninguém sai!

Ontem, estava naqueles dias em que tudo me incomodava. Não, não era o síndrome pré-menstrual. Conheço algumas pessoas chatas e elas decidiram chatear-me todas ao mesmo tempo.E hoje continua a injecção da chatice letal em associação com as dores obtidas através de dois dias de trabalhos forçados nos abdominais. Não é fácil.

Crónicas do ginásio


Durante as férias, fui algumas manhãs ao ginásio. E, nessas manhãs, consegui ser uma das mais rápidas, uma das mais resistentes, uma das mais flexíveis e a uma das mais jeitosas. Caramba, já me podiam ter dito que a faixa etária 50-60 gosta de se exercitar pela fesquinha. 

terça-feira, 9 de julho de 2013

Apontamentos de São João

Sim, o São João celebra-se de 23 para 24 de Junho e hoje é o nono dia do mês de Julho. Mas tenho andado com outros afazeres, nomeadamente, férias.

Como já não estava há séculos com a minha família, decidi jantar com eles na noite de São João. O programa das festas é sempre o mesmo, mete sardinhada e é na igreja. Pareceu-me seguro jantar com eles num local público porque quando é em casa descamba sempre, uns a berrar para um lado e outros para o outro. Ninguém mata ninguém, estamos só e apenas a conversar. O problema é que quando os equipamentos Individuais de Protecção surgiram ou passaram a ser obrigatórios, a audição do meu pai já estava toda fodida. A minha mãe com medo que as coisas se estraguem, desata a comer tudo enquanto o diabo esfrega um olho. A minha irmã está toda fodida da tola, o meu sobrinho mais novo é metrosexual e o mais velho é acólito. O mais velho, como verdadeira ovelha de Deus, serviu à mesa na sardinhada e como o meu pai é diabético e chato, o miúdo teve que levar com ele porque o 'doente' não pode estar tantas horas sem comer. O padre perguntou ao mais novo porque estava tão magrinho e o puto respondeu-lhe que era uma opção, deduzo que a vontade seria mandá-lo foder. E pronto, lá se passou mais um alegre serão de São João em família.

Chamadas perdidas

No tempo do telefone fixo, as pessoas tinham mais cuidado com as horas a que ligavam. O agente telefonador não ligava a ninguém durante o dia porque poderia não estar em casa a pessoa que pretendia contactar. Telefonar, só depois das 21 horas porque não só a chamada ficava mais barata como também não se corria o risco de interromper o jantar do sujeito telefonado. Hoje, no tempo das comunicações móveis, liga-se a qualquer hora e estranha-se quando alguém não atende. O telemóvel não é visto como um objecto independente, é considerado uma espécie de apêndice ou prótese que deverá estar sempre acoplada ao seu usuário. Somos interrompidos nas mais diversas situações e, às vezes, para atender o telefone, deixamos pendurado quem está à nossa frente. É certo que a hora de jantar já não é a mesma, foi democratizada e não é obrigatório jantar entre as 20h e as 21 horas. As únicas coisas que mantêm este horário, excepto em dias de futebol, são os telejornais e até poderia fazer uma metáfora ou analogia sobre a não mudança em muita coisa, mas não o vou fazer. Fico-me pelo alargamento de horário que facilita a interrupção da hora do jantar. E, passem os anos que passarem, para mim será sempre a altura que menos gosto de ser incomodada. Em relação a outras situações mais íntimas e intensas, tenho todos sentidos ocupados e só muito mais tarde é que dou conta das chamadas perdidas.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

S. comenta aqui!

Na segunda-feira vou de branco só para meter nojo e apetece-me tanto regressar como escorregar por um corrimão de lâminas e aterrar numa tina de álcool. 

Estou confusa

Devo estar completamente desidratada e com uma insolação. As férias estão a fazer-me mal, só pode. Pareceu-me ter ouvido dizer que o Portas tinha abandonado o governo e afinal diz que vai ser vice-ministro. 

terça-feira, 2 de julho de 2013

I'll be back

Já estou há muito tempo sem escrever, mas não me ocorre nada. Ou melhor, até me ocorre. Costumo é deixar que a coisa esmoreça. Não faltam assuntos.