sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Não acho bem

Acho um abuso usar citações de livros que nunca se leu e, posto isto, como dizia Sun Tzu, no seu "A Arte da Guerra", um General é como um pai: dá pão e educação.

Tenho dito. Fui.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Manias

Nem sei porque leio horóscopos, vejo sempre a mesma coisa. Por exemplo, ontem, o da Elle americana, falava na possibilidade de surgir uma "Tiffany Box". O meu raciocínio foi este:

Caixa - gato - casa, ou seja, tenho que ir para casa e quero que todos se fodam! Arranjem-se. Fui!

Nataleira assumida, mas tenho limites!

Vi na florista umas árvores de natal de vidro com luzinhas a piscar por dentro:

- Aww, que bonitas! Quanto custam?
- 19, 90 euros. Tenho umas mais pequenas, 15 euros, na outra loja.
- São tão bonitas... Mas não posso ter coisas bonitas. O meu gato dá cabo de tudo, manda tudo ao chão. 
- Olhe, sabe como resolve isso? Fita-cola dupla!
- No gato?

Agora já está. Vidas!

Declamaram o texto abaixo em voz alta: QUE VERGONHA!

Nunca mais escrevo. Estou a mentir. Escrevo, escrevo. Não quero saber!

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Pronto, é só isto

Evito fazê-lo porque o que já foi, já foi. Mas às vezes volto atrás para reler o que escrevi. E não fico assim muito contente, não era bem aquilo que queria dizer, fui muito agressiva ou fui muito chóninhas. Mas a verdade é que não tenho que provar nada a ninguém. Nem a mim.

Interesso-me desde sempre pelo poder da linguagem, da comunicação. Como é possível através da palavra convencer e até matar alguém por dentro? Usar a palavra para o bem, é com isto que os “Davides” desta vida vencem os Golias, ou usá-la para o mal. 


Curioso, agora que escrevo isto, fui ao Carlos Alberto ver o "O Bem, o Mal e o Assim-Assim", texto de Gonçalo M. Tavares, e a determinada altura, um dos atores diz que as ferramentas dos homens bons são as mesma dos homens maus. É isso mesmo, a linguagem é essa ou uma dessas ferramentas comuns. 

E onde é que eu quero chegar com isto? A lado nenhum, acho piada aos livros que abordam a linguagem ou o processo de comunicar. O Milagrário Pessoal e o mistério à volta da Língua Portuguesa. Gostei, salvo seja, do conceito de novilíngua do 1984, desaparecendo o significante, deixa de existir o significado. A Louca da Casa e o processo de escrever. Aqui, neste último, fiquei com vontade de ler LTI: A linguagem do Terceiro Reich. Não o encontro em livraria nenhuma!

Sei que tinha mais alguma coisa para dizer

Entretanto, esqueci-me.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

A minha cadela tem medo de trovoada

A cadela teme a trovoada e para fugir, atira-se aos vasos na tentativa de escavar um túnel. Fica tudo cheio de terra: chão, paredes e cadela.

A minha vizinha de cima tenta acalmá-la, gritando do cimo da sua varanda:

- Anita, não faças isso! Olha que a tua dona vai ficar chateada!!!

- Anita, pára! Olha que a tua dona vai dar-te uma coça!!!

Escusado será dizer que o resultado é zero. Quando a  vizinha me conta à posteriori estas intervenções com a Anita, faço um ar resignado enquanto limpo o "terrário". Mas por dentro estou a ferver e só penso: caralho, porque raios tenta chegar à fala com a cadela? Mais valia atirar-lhe alguma coisa à cabeça para a tentar parar!

O Livro que li mais vezes em toda a minha vida

Os Desastres de Sofia da Condessa de Ségur foi, é, será provavelmente o livro que mais vezes li ou lerei em toda a minha vida.

Tinha mais livros, mas adorava a Sofia e os desastres. Não a achava de todo má ou  incorrigível, até porque não havia nada para corrigir. As intenções não eram más, as coisas é que corriam sempre para o torto. 

Perdi o livro, andei à procura da edição do Círculo de Leitores em alfarrabistas e OLX. Ora não tinham, ora estavam a exagerar no preço. Tive a sorte de me oferecerem o dito. Ainda não o reli todo, comecei o episódio da boneca de cera e chegaram a mim as memórias. 

Sinceramente, o que seria de esperar de uma miúda completamente desacompanhada, com o pai no caralho mais velho, a mãe a aparecer só para dar piçada e as putas das primas bem comportadas e apontadas como exemplo? Uma miúda orientada não era de certeza. Valia-lhe a criada e o primo Paulo.

Apesar de saber como acabavam as coisas, repeti alguns comportamentos da Sofia. Ser a filha entre a irmã mais velha doente e o irmão mais novo rapaz, deixava-me pouco tempo para ser ouvida ou para me explicar. Ainda bem, aprendi a desenrascar-me, descobri que o que não tem remédio, remediado está e passei a utilizar a frase mais positiva que conheço: podia ter sido pior!

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Dispersar, oupas. Não há nada para ler aqui!


Nunca me interessou, nunca tive curiosidade e, sempre que me cruzei com partilhas sociais, nunca cliquei no play. Até há quinze dias atrás. Por razões que agora não interessam nada, assisti a mais de uma dezena de TED talks. Algumas estrangeiras e outras nacionais.

Eu sei a importância da partilha de experiências e conhecimentos. A inutilidade ou utilidade dos factos fica registada e quando precisamos, às vezes nem sabemos que precisamos, eles surgem do nada e, quer os inúteis ou úteis, dão sempre jeito.


Sempre que ouvia falar das TED talks, pensava logo em banha da cobra e discursos motivacionais circenses com frases feitas e nada novo. As imagens que me surgiam: senhor do megafone a vender atoalhados nas feiras e o Tom Cruise no Magnólia.


É verdade que o empreendorismo é metáfora para muita treta e que há oradores melhores e outros piores. Mas também há uma coisa boa e coisas básicas que devemos repetir como mantras.


Mudei a minha opinião por causa destas duas. A primeira, uma ideia simples para “descomplicar” e a segunda, um código para simplificar. As duas privilegiam a linguagem e a comunicação como formas de inclusão sem estratificações.


Identifico-me principalmente com a primeira, também costumo bater no “burocrês” até ele ficar em português miudinho e simples. Nunca percebi muito bem esta tradição portuguesa de complicar as coisas, nunca percebi se é para atrapalhar, humilhar, se é medo de não parecer “doutor” ou simplesmente porque não sabem fazer de outra maneira.



sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Ainda não acabei a longa história...

... trato disso para a semana. Talvez. Mas posso já adiantar que ninguém morre e o ferido ligeiro não precisou de grandes e demorados tratamentos.

Gostava de ser mais esperta, ser assim, tipo, inteligente. Ver as coisas como são e mais além!

Faz-me confusão quem diz que é por inteiro. Gosto das metades e as metades fazem-me feliz. As metades são possibilidades, uma metade é minha e outra pode ser qualquer coisa. Não é à toa que gosto de números ímpares. O ímpar é nada mais nada menos que o par de outro ímpar. Ser um não significa nada se não existirmos com outros.

Coisa mai linda!

Tenho uma lâmpada, daquelas fluorescentes, por cima do espelho da casa de banho. Fundiu. Fui comprar uma nova.

Ao chegar à loja, pedi um lâmpada fluorescente com o encaixe no centro - eu sei falar linguagem técnica, caralho! -, disseram que só tinham dessas, com encaixe no meio, de LED e com três anos de garantia. Não quis saber, sou uma pessoa decidida, não perguntei nada, só disse: Quero!

Cheguei à caixa e tentei disfarçar o choque, o drama, o horror, a surpresa quando me ouvi: são 32 euros! Vai querer fatura?

Desde esse momento, a decisão ficou tomada - eu sou uma pessoa decidida, lembram-se? - qualquer pessoa que venha a minha casa, passará primeiro pela minha casa de banho para apreciar a instalação conceptual que tenho sobre o meu espelho e que significará o que me apetecer na altura. Devidamente adequado ao visitante, claro. I'm only human, gosto que gostem de mim.

I didn't choose the vintage, the vintage chose me

Não posso ter coisas bonitas. Quer dizer, posso ter. Mas serão sempre arranhadas, mordidas e esbotonadas. Sempre em bom, tão em bom que há quem pense que as comprei assim.

Acabei de abrir esta conta de e-mail

Credo.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Ponham-se confortáveis que é uma história longa - parte III


Ia a meio de Agramonte quando me ligaram da escola:

- Bom dia, o seu sobrinho foi mordido por um cão! Já se telefonou para o INEM, pode cá vir para acompanhá-lo ao hospital?

- (Ò foda-se) Ok, ok. Estou aí em 10 minutos.

Não estava preparada para o aparato: uma ambulância dos bombeiros e um carro patrulha. 

A directora da escola chamou-me ao lado e, quase a pedir desculpa, “ele não me disse que o cão era dele… pensei que tinha sido na rua por um cão vadio”. E eu a imaginar o drama protagonizado pelo miúdo: tremeliques de queixo e catarse de lágrimas.

Fui falar com o polícia, não havia nada a fazer. O homem cheio de pena e a perceber o exagero da coisa, mas “não dá para retirar a queixa”. O canil tinha que ser avisado, era preciso ir à procura do cão, mas se eu fosse levar os documentos do bicho à esquadra talvez se conseguisse evitar a quarentena no canil municipal. Sossegou-me e disse-me que não ia tratar imediatamente do assunto, dando-me tempo para ir ao hospital como o rapaz e depois tratar do Boby Al-fayed.

E qual foi o hospital decidido pelo CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes)? Atenção, o cenário é: mordida de cão vadio cheio de doenças, pulguento e carracento! O hospital das infecto-contagiosas, Joaquim Urbano. Adoro o cheiro da Tuberculose pela manhã! Deus… 

Ponham-se confortáveis que é uma história longa - parte I 
Ponham-se confortáveis que é uma história longa - parte II

Lembram-se da série "My name is Earl"?


terça-feira, 3 de maio de 2016

Generation gap (Eu já volto à história do Boby Al-Fayed)

E o meu sobrinho mais velho, todo contente com as actividades extra-curriculares, resolveu mostrar à sua mãe, ou seja, à minha irmã, uma fotografia que partilharam no Facebook onde aparece ele com o padrinho de praxe. Sobre a imagem foram feitos alguns rabiscos que incluem um ponto, um traço ao alto e outro ponto. Isto, graficamente, tem um significado. É um símbolo ou signo, vá. Mas não foi bem interpretado pela minha irmã, ora bem, a minha irmã não é propriamente uma connaisseur deste tipo de linguagem (nem vou falar do emojis):

- Olha, curioso... Porque te puseram um chupeta na cara?
- Hein?! Ò mãe, não é uma chupeta...

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Ainda não acabei a longa história, mas tinha que escrever isto

Comer o recheio de um pastel de nata com colher e depois dobrar a massa folhada e comê-la à dentada, só fica bem se não fores um grande bronco. Bronco de aspecto e de trato. Rusticidade extrema. Vou fazer uma observação tendo em conta estereótipos: tão bronco, tão bronco que se quisesse ser gay, não o aceitavam. Comer um pastel de nata desta forma equivale ao conceito de "excêntrico": só funciona se fores rico para caralhão. Porque sem dinheiro, és só e apenas um parolão.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Ponham-se confortáveis que é uma história longa - parte II

Meias calçadas... Estão já cumpridos os 15 minutos de atraso... Miúdo finalmente pronto e colocado na área para sair... Entre o sai e o não sai... porta entreaberta! Boby Al-fayed gira sobre si próprio, aproveita a distracção e.... MEU DEUS?! Vai ser golo, vai ser golo… AO LADO! 

Ou seja, o cão tentou escapulir-se para a rua e quase que conseguia. Não fosse a “entrada duríssima” da porta. Ficou com uma das patas traseiras entalada e gania como um doido. O miúdo, aflito, agarra no cão sem abrir a porta. O cão, ao sentir o esticão, atraca os dentes no dedo do miúdo. Resultado: miúdo a chorar para um lado e cão a fugir para outro.


Boby Al-Fayed metido em casa, dedo do mais velho desinfectado e, raios, acontece o clássico: nunca há um penso rápido quando é preciso. “Olha, vou embrulhar-te o dedo em papel higiénico. É só um furinho - era mesmo só um furinho - e, o sangue, entretanto estanca. Quando chegares à escola, vais à casa de banho e deitas o papel no lixo. Ok?” O miúdo anuiu, mas não me convenceu. A tendência para o drama só lhe desapareceu aos 16 anos. E a fase pior do dramatismo foi esta, a da escola primária.


Pronto, finalmente a sair. Deixei-o na escola e segui para as finanças.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Ponham-se confortáveis que é uma história longa - parte I

Há muitos anos atrás, um colega da minha irmã perguntou-lhe se estava interessada em receber um cachorrinho de uma ninhada acidental. A minha irmã disse que sim e assim, passado dois meses da pergunta, entrou em casa um pequeno cachorro cruzado de caniche. 

O cão, uma bolinha de algodão preta e branca, recebeu o nome de Boby Al-Fayed. O nome assentava-lhe que nem uma luva. Não é que fosse um cão mau, era um bocadinho nervoso e na iminência de ser calcado, apertava os dentes. Bastava-lhe sentir o vento da passada que o bicho, prevenindo-se, mordia o dono do pé rasante.


O Boby Al-Fayed não era um peso pesado. Os seus sete quilos não assustavam ninguém e o facto ser manco também lhe dava algumas benesses. E era muito bonito, mesmo quando perdeu os dentes da frente e as manchas pretas acinzentaram com a idade, continuava a ser um cão muito fofinho. E continuava a morder, claro. Tinha os dentes de trás para isso.


Mas a história que quero contar, nada tem a ver com os inegáveis atributos físicos do Boby Al-Fayed.


Era uma manhã mais ou menos como todas as outras. Ainda morava em casa dos meus pais e tinha tirado o dia para resolver uma questão de ‘recibos verdes’ nas finanças.


Os meus sobrinhos, como já era costume, não paravam de berrar durante os preparativos para o dia escolar. O mais novo ficou pronto mais cedo. O mais velho, porque não queria usar meias, demorou mais tempo: levas o mais velho à escola? Assumi a tarefa. Ninguém me avisou que iria ser um dos dias mais longos da minha vida e com ‘réplicas’ em dias vindouros.

terça-feira, 29 de março de 2016

É melhor chamar mini-férias que de spring, este break, teve pouco

Quando vou a algum lado, é o meu sobrinho que trata da bicheza. Quando não pode, peço à minha mãe. E quando ligo à minha mãe para saber como estão as coisas, relembro-me das razões que me levam a nunca tê-la como primeira hipótese:

- Então, está a correr tudo bem?
- Sim, está. O cão pediu-me um iogurte e eu dei-lho. 
- Pediu-te?! (que Deus me ajude!) Pronto, está bem, mas não lhe dês mais!
- Olha, a cadela não estava a comer nada. Não tocou na ração! Dei-lhe uma banana.
- Mãe, por amor de Deus! Ela come, não lhe dês bananas!
- Mas olha que pus ração ao gato e ele andou ali à roda, mas também não comeu nada. Dei-lhe algum fiambre.
- Pronto, Está bem. Olha, obrigada pela ajuda. Beijinhos!

terça-feira, 15 de março de 2016

Na minha opinião, seria só para estorvar. Não lhe vejo jeito nenhum

Foi num festival que lhe tentaram vender a jigajoga que “permite às senhoras urinar de pé”.
 

Primeiro erro
É um produto para mulheres, “anatomicamente” desenhado para ser utilizado por mulheres. Não devia ser um homem a tentar vendê-lo.


Segundo erro
Ainda que não seja mentira, tratar por minha senhora alguém que frequenta um festival arrisca-se a ouvir: Minha senhora o caralho que te foda! Felizmente, não aconteceu.


Terceiro erro ou errar três vezes de uma só vez
- É muito prático para usar em festivais ou em saídas à noite, facilita a ida à casa de banho pois permite que as senhoras urinem de pé.
- Ai sim, e como é que se utiliza isso?
- Basta baixar as calças, colocar o acessório por baixo (toda a descrição devidamente acompanhada de gestos), direccioná-lo e já está!
- Isso não facilita, continuo a precisar de baixar as calças e ainda preciso acertar com o acessório.


Isto fez-me pensar nas idas à casa de banho nas saídas à noite: sabe Deus o esforço necessário para posicionar-me na sanita sem lhe tocar com as nádegas, segurar nas calças para não embarrarem na "humidade" do chão ou segurar a saia para não embarrar na "humidade" da loiça sanitária. E ainda segurar a porta com uma perna em riste porque as portas dos locais de diversão nocturna NUNCA fecham em condições e, para ajudar à festa - é uma dúvida que me assombra há anos - porque raios há sempre uma bêbada a empurrar a porta e que não reage aos: ESTÁ OCUPADA, CARALHO! É muita coisa em que pensar, não conseguiria acrescentar à lista o "segurar num funil".

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Não é que me enerve, mas não consigo compreender

Pessoas que consultam o saldo impresso antes de levantar dinheiro, pedem talão ao levantar dinheiro e terminam a pedir mais um papelinho com o saldo subtraído. Tudo isto com três metidas e tiradas de cartão bancário. E não são poucas as pessoas a fazê-lo. Que desperdício de árvores.


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Momento "humor preço certo"

- Fui dar uma volta aos restos dos saldos. O meu lado bimbo atraiçoa-me. Gosto do "padrão animal". E a mini-saia estava a cinco-noventa-e-nove. Não resisti. Nem experimentei, vi que era o meu tamanho e trouxe-a.

- E então?

- Então, quando cheguei a casa, vestia-a e é muito curta. É de cinta subida. Não posso baixar-me, corro o risco de "c'est la vie, via-a toda"! 

BAA-DUM-TSSH!!!!!

- Usa-a com umas leggings.

- Não deve ficar bem, é um bocadinho "finecas" para isso. Gosto de misturar, mas acho que não vai ficar bem.

- Tens que usar com meias pretas super escuras.

- Sim, meias opacas. Meias opaconas.

BAA-DUM-TSSH!!!!!

Nota: Não, nem pensar. Não a vou devolver. 

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

De 1 a 10, quantos pontos mereço?

Sábado fui ao Teatro Nacional de São João ver “Se alguma vez precisares da minha vida, vem e toma-a”. Muito bom.

Depois, fui ao bar do costume, com as pessoas do costume e mais alguma gente nova. Gente nova que sugeriu que jogássemos um jogo. Cada um escreveu quatro nomes de personalidades ou personagens em quatro papéis diferentes. Dividiram-se as equipas para adivinhar os nomes nos papéis. Conclusão, sei quem era o John Holmes. Mas nunca tinha ouvido falar de Mark Rothko.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

O universo odeia-me

Não é fácil querer alguma coisa e não ter dinheiro para a comprar. Mas ter dinheiro e não se conseguir comprar o que se pretende é, no meu caso, muito pior. Em relação ao primeiro caso, já estou habituada a não ter tudo o que quero e vivo bem com isso. No segundo caso, a coisa muda de figura. Tenho possibilidade de comprar, quero comprar e o produto só existirá em loja mediante encomenda e uma espera de 15 dias. Foi o que me aconteceu. Queria de imediato uma bateria para o meu telemóvel e não há. Fui à loja e não tinham. Não fiquei bem, não estou bem. Como é que posso voltar sempre se fui lá e não tinham o que eu queria? Não me estou a queixar - estou, estou a queixar-me -, é provável que não tenha razão. Se calhar até tinham as condições online e eu não as vi. Eu só queria uma bateria nova... agora e já, por favor!

Sei bem que parece ridículo, mas é isto que sinto: desapontamento total e ninguém gosta de mim, ninguém quer saber de mim!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

É complicado

- Olha me isto: Amizade entre tigre e cabra acaba de forma violenta 
- Já vi! A cabra não foi esperta...
- Eu sei o que foi, o tigre ressonava e a cabra não aguentava mais. Um dia passou-se da cabeça e pronto. Foi o que se viu.
- Ou a cabra queria que o tigre assumisse a relação com igreja, vestido de noiva, aliança e tudo a que tinha direito. Ele não o fez.
Um dia passou-se da cabeça e pronto. Foi o que se viu.

Enfim, vidas, haja saúde

A minha amiga tem um admirador há anos. Ela diz que o homem é muito chato e inconveniente. Já lhe apareceu à porta de casa para lhe entregar não sei o quê. Ela já lhe disse com todas as letras que "não vai acontecer" e se ele a quer continuar a ter como amiga tem que ganhar juízo.

Depois de ouvir estas coisas, perguntei-lhe porque não tentava. Às vezes as coisas aparecem de onde menos esperamos. E o amor é com certeza uma dessas coisas:

- Ele parece gostar genuinamente de ti. 
- Temos interesses diferentes. Não é má pessoa, mas não tem nada a ver comigo. E é feio.
- Então? Ser bonito não é assim tão importante.
- Não, mas ele é mesmo feio.
- Estás a exagerar! Ele tem perfil no Facebook? Mostra-me uma fotografia do moço.
- Tem...
- Ai foda-se, que Deus me perdoe. Ele é daqueles feios que parecem ter uma deficiência física... Que Deus lhe dê saúde porque com a beleza não se safa... Ai credo, mostra lá outra vez...

Moral da história: na teoria é tudo muito bonito, na prática é que é fodido!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Pode repetir, por favor?


O Senhor Araújo é um vizinho da tia da mãe da Helena, a tia Joaquina. O Senhor Araújo mandou arranjar uns móveis no dia em que o bisavô da Helena morreu, ou seja, mandou arranjar os móveis em 1963. Mas como não se lembrava da data ao certo, pediu à tia Joaquina que ligasse à mãe da Helena para saber o dia. O senhor Araújo acredita que, mesmo tendo já passado mais de 50 anos, vai conseguir recuperar os móveis porque "aqueles móveis antigos valem agora muito dinheiro". Através da data, o senhor Araújo, pensa que poderá encontrar qualquer papel ou recibo que indique o fiel depositário da antiga mobília. Confuso? Concordo. Quem é que passado 53 anos se lembra de ir levantar móveis?

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Coisas que à primeira vista não parecem importantes

Há uns tempos atrás vi o filme "Hector e a Procura da Felicidade". Não me interessou o cliché "não podes fazer os outros felizes se tu não és feliz" - Foda-se, dois mais dois são quatro. Interessou-me o facto de a Clara, namorada do Hector, trabalhar no departamento de marketing de uma farmacêutica e uma das funções dela ser dar nome aos novos medicamentos. Assim de repente parece parvo, mas não é. Atentem nos exemplos:


Isto é assim, Griponal não só soa mal como é confuso. É o princípio "Rexona" (é para o sovaco ou é para a...). Não se percebe de imediato qual é a mucosa que pinga.


Este não fui eu que me lembrei, mas faz todo o sentido. Dobradix podia perfeitamente ser uma personagem mais velhinha do Asterix.

Competição

Em plena viagem de comboio, a miúda – sim, eu posso chamar miúda a alguém que está entre os 18 e os 20 anos – sacou da base e corrigiu estrategicamente as poucas borbulhas. Pincel e pó para desenhar um “É” maiúsculo entre a testa e o queixo. Batom carmim e finalizou o quadro com uma trança. Começou o processo com a antecedência de duas estações, comboio em movimento e apenas um pequeno espelho para verificar a execução.

Confesso que isto me mexeu com os nervos. E pensei, mas quem é que ela pensa que é? Pensa que é a maior deste comboio suburbano? Lá por se coordenar bem em movimento… Espera lá que já te fodo”. Se assim o pensei, melhor o fiz. Olhei para ela, agarrei no meu batom de cieiro (com um leve toque de encarnado): “zuclas” para a direita, “zuclas” para a esquerda e gesto assertivo de uma ponta à outra.


In your face! Toma e embrulha... Comigo ninguém faz farinha... De certeza que ficou aborrecida com isto... Acho.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Só porque sim

Esplanada
Manuel António Pina


Naquele tempo falavas muito de perfeição,
da prosa dos versos irregulares
onde cantam os sentimentos irregulares.
Envelhecemos todos, tu, eu e a discussão,

agora lês saramago & coisas assim
eu já não fico a ouvir-te como antigamente
olhando as tuas pernas que subiam lentamente
até um sítio escuro dentro de mim.

O café agora é um banco, tu professora do liceu:
Bob Dylan encheu-se de dinheiro, o Che morreu.
Agora as tuas pernas são coisas úteis, andantes,
e não caminhos de andar como dantes,
chamando do fundo do meu coração.

Ora vamos lá ver

Depositar a toda responsabilidade de ser feliz numa única pessoa não é justo para ninguém. E não funciona. Já tinha dito isto?

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Viagem

Se não ter tempo não é desculpa, sou uma baldas. Continuo no Clube de Leitura, mas falhei os últimos dois livros: A Estrada, de Cormac McCarthy e A Viagem Vertical, de Enrique Vila-Matas. Ainda assim, vou às reuniões mensais. Não posso discutir o livro, é verdade. Assisto à discussão. 

Ontem foi sobre a Viagem Vertical. Diziam eles que a narrativa começa com uma separação e esse é o ponto de partida para a tal viagem. Rapidamente passamos para a vida real e relações. Pessoas que não conseguem viver sozinhas. Pessoas que se acomodam de tal maneira que não sabem ser sozinhos. Pessoas que se fazem depender de outros e que, sozinhos, sentem-se perdidos. E o contrário, penso que será o contrário, pessoas que consideram as relações incómodas. Pessoas que precisam de estar sozinhas antes de avançar para outro ou outros. Pessoas que se sentem sufocadas com as expectativas dos outros. Pessoas que, por gostarem de alguém, aceitam que dependam deles e acabam por mudar para corresponder às expectativas de outro. 

Não li o livro. Não sei o que vou ler. Não sei se há meios termos. Não sei o que será melhor. Sei o que sinto. 

Comprei os dois livros e vou tratar de os ler custe o que custar!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Aww


O demasiado bonito sempre me fez confusão. Estou sempre à espera que apareça o erro. Não confio na perfeição. As imperfeições são para mim traços distintivos que definem a individualidade de cada um. E é por estas e por outras que decidi seguir o Tuna no Instagram e agora tenho uma data (de donos) de cães "extraordinários" a seguirem-me. Apetece-me conhecê-los todos.

Esta minha aversão ao demasiado bonito aplica-se a tudo, animais, pessoas e coisas. E às vezes sou injusta. 

World domination

Eu tenho o domínio, pelo menos durante um ano. Foi um presente de Natal e o domínio é istoeassim.pt

Obrigada, coxudo!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Heroes

Nos últimos anos, uma coisa que me tem afligido é morrer em vão. Não quero morrer em vão, logo não quero viver em vão. No dia do meu funeral, não quero que digam “não sei do que morreu, andava tão bem. Parece impossível. Ainda na semana passada a encontrei a comprar o pão.” Não quero que me descrevam assim. Não são estas as palavras finais que desejo para mim. Já tratei de encomendar a minha música final, Guns of Brixton dos Clash. A Olga pediu-me Ziggy Stardust.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Alguns procuram o panda, outros têm preocupações maiores!

- A número dois. É óbvio. Pensa comigo, se usarem calças assim...
- Não podem usar camisolas?

Lamechice


Em 2015, uma no Verão e outra no fim do ano, vi duas vezes a palavra "lamechisse" escrita. Sim, "lamechisse" com dois ésses. E eu, não sendo uma pessoa melosa, senti-me duplamente ferida.

Não sou uma pessoa melosa. Juro. Eu?! Chorar de emoção? Nunca! Tenho é um problema que me faz suar dos olhos. Às vezes suo dos olhos. É só isso.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Não foi mau, pelo contrário

Fui ler o que escrevi no ano passado. Fiz tudo e "mais um par de botas". Fui à Covilhã, não consegui chegar a Cannes. Mas tirei uma selfie junto a uma placa em Biarritz. Não mudei o lavatório.

O que quero para 2016?


No geral, sei o que quero. Em particular, ainda não escolhi. Resoluções de Ano Novo? As mesmas de sempre... Foda-se, eu nem gosto de números pares. Que Deus me ajude.

Qual é o meu problema?

O meu problema não é partilhar, o meu problema é não conseguir dividir-me e deixar levar uma parte de mim sem medo de a perder.