sexta-feira, 27 de maio de 2016

Ponham-se confortáveis que é uma história longa - parte III


Ia a meio de Agramonte quando me ligaram da escola:

- Bom dia, o seu sobrinho foi mordido por um cão! Já se telefonou para o INEM, pode cá vir para acompanhá-lo ao hospital?

- (Ò foda-se) Ok, ok. Estou aí em 10 minutos.

Não estava preparada para o aparato: uma ambulância dos bombeiros e um carro patrulha. 

A directora da escola chamou-me ao lado e, quase a pedir desculpa, “ele não me disse que o cão era dele… pensei que tinha sido na rua por um cão vadio”. E eu a imaginar o drama protagonizado pelo miúdo: tremeliques de queixo e catarse de lágrimas.

Fui falar com o polícia, não havia nada a fazer. O homem cheio de pena e a perceber o exagero da coisa, mas “não dá para retirar a queixa”. O canil tinha que ser avisado, era preciso ir à procura do cão, mas se eu fosse levar os documentos do bicho à esquadra talvez se conseguisse evitar a quarentena no canil municipal. Sossegou-me e disse-me que não ia tratar imediatamente do assunto, dando-me tempo para ir ao hospital como o rapaz e depois tratar do Boby Al-fayed.

E qual foi o hospital decidido pelo CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes)? Atenção, o cenário é: mordida de cão vadio cheio de doenças, pulguento e carracento! O hospital das infecto-contagiosas, Joaquim Urbano. Adoro o cheiro da Tuberculose pela manhã! Deus… 

Ponham-se confortáveis que é uma história longa - parte I 
Ponham-se confortáveis que é uma história longa - parte II

Lembram-se da série "My name is Earl"?


terça-feira, 3 de maio de 2016

Generation gap (Eu já volto à história do Boby Al-Fayed)

E o meu sobrinho mais velho, todo contente com as actividades extra-curriculares, resolveu mostrar à sua mãe, ou seja, à minha irmã, uma fotografia que partilharam no Facebook onde aparece ele com o padrinho de praxe. Sobre a imagem foram feitos alguns rabiscos que incluem um ponto, um traço ao alto e outro ponto. Isto, graficamente, tem um significado. É um símbolo ou signo, vá. Mas não foi bem interpretado pela minha irmã, ora bem, a minha irmã não é propriamente uma connaisseur deste tipo de linguagem (nem vou falar do emojis):

- Olha, curioso... Porque te puseram um chupeta na cara?
- Hein?! Ò mãe, não é uma chupeta...