segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Amor e uma barraca | Capítulo IV

A introspecção não era o forte de Rosinha, ela sabia disso. Mas, ainda assim, fez um esforço para elencar os prós e os contras das duas decisões possíveis. Não a incomodava lavar o trapinho a mão, mas, na verdade, sempre foi uma pessoa sociável e o convívio nestas coisas tinha o tal “je ne sais quoi” de interesse. A decisão estava tomada, juntou as letras e carregou em enviar:

- keres ka vir???? sempre gostava d ver as tuas habilidadis…… lol
- já tou a ir, cara linda!!!!!!!!!

Tinha todas as indicações e a referência dos vasos com as flores de plástico, mas não foi fácil encontrar o moderno monobloco no meio de todos os contentores. Cajó tocou à campainha e Rosinha não se fez esperar muito. Ali estava ela de verde néon imaculado com pouco para deixar à imaginação. Cajó não se fez rogado e assentou-lhe uma palmada no rabo como símbolo do mútuo acordo. Rosinha retorquiu-lhe o aviso:

- Estás preparado, chérie? Aqui a menina não aceita só o que lhe dão. Gosto de explorar vários pontos de vista. Nem o cansaço me faz baixar os braços. Não aceito desculpas, se a compreensão fosse o meu forte, seria missionária. Mas essa nunca foi a minha posição!

Cajó engoliu em seco e deixou-se levar para dentro.

Nota da autora: Estou a ficar com medo da Rosinha!

6 comentários:

  1. Não a temas, ela vai a eito! :D
    De verde neon, até se pode embrenhar na escuridão, que fica sempre à vista. E ele é taxista, há-de saber apreciar um colete reflector em formato lãjéri da feira.

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  2. Não será melhor encomendar uma novena em favor do Cajó? É que a Rosinha não merece um flop...

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