quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Vítimas profissionais

As vítimas profissionais estão sempre quase a morrer. Só interrompem o estado de quase morte quando recebem um convite para a rambóia. Verdade seja dita, imaginação não lhes falta e os limites realistas também não lhes assistem.
Tudo o que implica trabalhar dá cabo delas. Gostam de dar sugestões para realizar tarefas. Mas tarefar não é com as vítimas profissionais. Normalmente, escolhem um modus operandi e mantêm-no até ao fim da vida que costuma acontecer lá para os 95 ou 100 anos de idade.
Se a escolha recai sobre doenças na hora de vergar a mola, arranjam sempre uma nova sem descurar os pormenores sórdidos e os fluídos biológicos que daí advêm. A ida a um serviço de urgência também não está fora de questão. Caso a nova doença não cole, escudam-se na antiga que ou é crónica ou deixou mossa.
Há as vítimas profissionais que preferem as catástrofes naturais apesar de saberem que essas não abundam e que, mais tarde ou mais cedo, acabarão por dar o corpo ao manifesto.

Mais um texto do anterior blogue.

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