segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A-DO-RO este meme!


Tenho outros interesses, claro. Mas começo a perceber que eles, os interesses, não têm assim tão interesse por mim. Vidas!

Pelos vistos não sou a única. Se sou doente, não estou sozinha neste mundo. Sempre que vejo isto, apetece-me virar mesas sem razão nenhuma. Só porque sim, não sei se o conseguiria fazer sem me desmanchar a rir. Tenho que tentar.

The "Blood Moon"


Eram tão fixe poder escrever sobre isto. Escrever cenas para parecer que domino estes fenómenos dos eclipses e aproveitar para metaforizar a vida quotidiana. Mas o fim de semana eclipsou-se e o tempo não dá para tudo. E o nevoeiro de fim de noite no domingo foi mesmo um tempo que não deu para nada. Olha, na vida como nas rotundas, a correr menos bem, é contornar e sair na segunda saída. Foi literalmente isso que fiz.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Fofinho, certo?


Mais postalinhos aqui!

Simulacro

Já passaram mais de sessenta dias sobre os quinze dias mais rápidos e lentos da minha vida. Nunca pensei ser possível viver duas velocidades num mesmo período de tempo e com vários sentimentos ao barulho. Pedi para não me julgarem e confirmaram-me que não estava sozinha. E não estou. Tenho as minhas pessoas. Mesmo que nem todas saibam o que se passou. Estão comigo. Sinto alívio e felicidade por não ter sido obrigada a decidir. Às vezes sinto o peso da derrota. Não havia nada que eu pudesse fazer, mas e se…

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Quem sai aos seus ou quem não se sente

A minha família nuclear que se estende até aos meus sobrinhos tem um largo historial de “duro de ouvido”. Ninguém ouve o telefone. E isto acontece principalmente quando é urgente que alguém atenda o telefone. Às vezes até são telefonemas feitos a pedido dos que não atendem. Também acontece comigo, o não ouvir, mas “pimenta no cu dos outros para mim é refresco”.

Voltando às inúmeras tentativas de contacto sem resposta que já me deixaram com os nervos em franja. Há uma que recordo devido às proporções alcançadas: meti-me no carro, a ferver e com vontade de partir todos os aparelhos feitos para comunicar e que não são usados, e voei até à casa dos meus pais. Estacionei e o telemóvel tocou. Devolveram a chamada. Falamos o que havia para falar, não me descosi e voltei para casa. 

E esta conversa porquê? Porque fui levar o meu sobrinho a Vila Real e obriguei-o a prometer que me iria atender o telefone sempre. Não consegui o sempre, mas disse-me que me enviava uma mensagem todos os dias a dizer que estava bem.

Não me adianta de nada

Todos os dias passo pelo buraco (cratera) que me fez furar o pneu. Pneu que ainda estava bom. Se tinha sido o da frente, não me incomodava tanto que esse já estava no fim da vida. Todos os dias penso: tivera eu uma arma e baleava-te, ò filha da puta! E depois íamos ver se continuavas a rir-te assim, todo aberto ou o caralho...

Amor e uma barraca | Capítulo V

Assim que entrou, Rosinha esticou-lhe uma mini. Uma mini de abertura fácil porque, afinal de contas, havia muita terra por lavrar e pouca margem para se perder tempo.

Nada fazia prever tão intensa e irrequieta sessão física. Cajó desdobrou-se entre o sofá sem braços e a cama que range. Chegou a temer pela própria vida que a “idade já não permite tantos malabarismos”. Aliás, só não houve alicerces afectados por se tratar de um moderno monobloco. Mas os dois quase puderam jurar, no momento em que saíram para jantar, que o monobloco terá deslizado alguns centímetros. “É o que acontece quando há terramotos e uma placa mexe-se sobre outra”, explicou Cajó dando uma nova interpretação e utilidade ao que vê nos canais por cabo. E isto impressionou Rosinha que se agarrou ainda mais ao braço de Cajó.


Ele abriu-lhe a porta do táxi, ajudou-a a acomodar-se porque um rabo quarenta em calças trinta e seis dá sempre algum trabalho. Seja pelo rabo em si, seja pela castração de movimentos imposta pelas calças. Cajó contornou a viatura e sentou-se ao volante. Seguiram para a churrasqueira a alta velocidade, a fome apertava. Nunca lá chegaram. Mas não se perdeu tudo. Eternizaram o amor. 


FIM

Nota da autora: Perguntaram-me por estes dois, pensei que bastaria um final aberto para acabar esta história de amor suburbano entre uma manicure e um taxista. Mas não, para duas pessoas esta abertura não era suficiente. Vidas.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Sem televisão e sem internet

- Nem pude ver o debate de ontem… sinto-me lesada!

- Ficarias lesada se visses. Vi pouco, e mesmo assim foi demais. Nódoas.


- Vês? Fui lesada. Nem posso falar mal do debate!!!! Não tenho conversa para hoje, as minhas relações sociais foram afectadas. Sinto-me lesada! Só eu é que li a metamorfose ontem e isso vale-me de quê ao nível das conversas de café? Nada, zero, nicles!


- Podes sempre fazer alusões ao debate, remetendo para passagens do livro. Coisas genéricas (que não passou disso) para o concreto do imaginário kafkiano. Paradoxo do concreto do imaginário – Lindo!


- Ui, achas? Pode ser arriscado! Quem é a barata que sai do quarto para azucrinar os elementos da família? O Sócrates?


- Claro.


- Parto dessa realidade para a conceptualidade da metamorfose?


- Não sei se o Sócrates chega aí ou fica no estado “baratal”.


- E também não sei se é ele que morre, ele mata. Certo? A transformação dele transtorna todo o universo familiar. E poderá não ser recuperável ainda que possa parecer que sim!


- A transformação do Sócrates transformará toda a família socialista numa massa homogénea, acrítica?


- Pode acontecer…


- Ficaste a ganhar.


- Ele é barata porque se tornou igual a todos ou porque é diferente? Ò pá, acabei de ler o livro ontem. Ainda estou na zona do literal. Ainda não cheguei às metáforas. Os próximos dias vão ser passados a pensar, digerir e a interpretar o que li.


- Liga à Meo e agradece!

terça-feira, 8 de setembro de 2015