terça-feira, 30 de setembro de 2014

Oficializar a união

- Deviam ser todos burlados assim!

- Ai Jesus, nem sei como ainda caem nestas coisas! Há tantas notícias sobre estas burlas... estás a falar do curandeiro e não do casamento do Clooney, certo?

- Certo!

Doce rotina

Anos e anos e chegamos ao ponto em que assumimos que estará sempre lá. É a força do hábito, tomamos como certo o que apenas nos exige um pequeno esforço mensal. E essa uma vez por mês deveria ser suficiente. Mas não é. Um dia acordamos e deparamo-nos com a cruel realidade. Hoje foi o dia. Abri a torneira e dela não brotou nada. Resolvi o assunto com água do Luso.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A propósito de desafios no Facebook

Até a minha Maria Anita foi chamada ao desafio da fotografia infantil.


Ouço e penso

Às vezes questiono-me como é que é possível esta gente dar-se comigo? E quando digo dar-se comigo, é dar-se mesmo. Saímos, falamos ao telefone e procuram-me para falar sobre coisas mundanas e coisas estranhas. Pessoas que param para pensar filosoficamente sobre o sentido da vida, que esmiúçam o significado da partilha, do darem-se a conhecer (aqui o conhecimento não é no sentido bíblico da coisa) e sentem que ao fazê-lo estão a vulnerabilizar-se perante os outros. E acham que os outros se devem sentir especiais por isso. Porque foram baixadas as guardas perante eles, porque os deixaram entrar para além da linha de segurança. Mas isto nem sempre acontece. Normalmente saem magoadas destas partilhas ou continuam sem objectivar o sentido da vida. Sinceramente, já me deixei destas coisas. Sou uma pessoa prática. Nunca devemos dizer tudo e o sentido da vida é fazer o melhor possível enquanto cá andamos. Não vale a pena pensar muito, esquadrinhar no vazio só nos desgasta. E quando me der a macacoa, deixem-me morrer em paz. Não me obriguem a viver só porque não querem que eu morra. Penso que é por causa disto que me procuram, quando as trocas eléctricas do cérebro começam a “curto-circuitar”, precisam de uma tomada de terra para diminuir o risco de choque eléctrico. E eu sou a tomada de terra. Mas também preciso delas, preciso delas para evitar cair no básico. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra.

domingo, 28 de setembro de 2014

Crónicas do ginásio: o regresso

Voltei a inscrever-me num ginásio. E senti-me como o anti-cristo numa igreja. Só carreguei uma vez (ou talvez mais) no botão e mandei a aplicação dos planos standard para a estratosfera.

Cristo, porque me sujeito a isto?

"Queres ir comigo a uma loja, é ali nas Antas, que estás com coisas a 50, 60 e 70%?" E lá fui. Fui com ela no sábado passado. Experimentamos tudo e mais alguma coisa só porque sim. No fim, compramos duas peças cada uma. A história acabava por aqui se eu não tivesse calçado os sapatos que "estão a um bom preço". Não os trouxe. Tê-los deixado lá, deu-me cabo do humor para a semana toda. Tudo e todos me irritavam. Costumo guardar os palavrões para o fim de semana, mas eles saíam engatilhados e não conseguia fazer nada para além de "caralho, ninguém usa o hotmail como contacto profissional!! Foda-se, não consigo enviar-lhe um e-mail com uns míseros kbytes. Puta que pariu, é um e-mail da merda, como é possível?!", por exemplo.

A minha veia fútil e a minha veia racional passaram a semana a bater bolas: os sapatos são lindos, mas este ano não se usam picos. Eu preciso mesmo deles. Não, não precisas. A senhora da loja disse que eu ficava poderosa e que devia usar sempre saltos. Tens mais sapatos altos e foge-te sempre o pé para a sabrina. Não aguentei a chinfrineira e liguei a perguntar por eles. Coitadinhos, ainda lá estavam. Combinei lá voltar para vê-los nos meus pés outra vez. Mas levaria uma saia lápis (não dizemos pencil skirt) e um par de calças de ganga (também não dizemos jeans, não há cá frescuras) para tentar aferir a versatilidade dos sapatos (podia chamá-los de pumps, mas não me apetece). Foi com este argumento que convenci a veia racional. Fui lá ontem e comprei-os. 



Com saída já marcada, pareceu-me boa ideia estreá-los. A sensação de boa ideia durou do parque de estacionamento até sair do Candelabro. Aguentei bem as teorias da P., as desventuras da O., o relato do episódio de urgência daquele que partiu a cabeça, o que só funciona com agenda para dois dias também foi pacífico, a moça que só consegue trabalhar "artisticamente" depois de alguém começar, etc. Mas assim que decidimos mudar de poiso, aconteceu o que eu já sabia no meu íntimo que ia acontecer: não aguento mais os sapatos! E depois ouvi esta música e achei que a minha recente relação com os sapatos se enquadrava na temática:



Porque me sujeito a isto? Sim, sou oficialmente burra. Mas não muito. Na vida como nos sapatos, da experiência, boa ou má, resultam sempre lições de vida. Tento ter sempre um plano B. E tenho um par de sabrinas na mala do carro.

sábado, 27 de setembro de 2014

Black cat, whitish dogs

Tenho um, rafeiro puro, que, antes de chegar a mim, foi devolvido três vezes. Um cão com três patas numa associação que agora é um cão tripé em minha casa. Tenho uma, rafeira do Alentejo, que fazia parte de uma ninhada indesejada. Tenho um gato, um gato preto de associação, com uma ferida crónica na pata traseira. E Mantorras é o nome que lhe assenta melhor. Depois há os outros, os que não vieram cá para casa. Deixei o trabalho de campo, fanatismos e falta de educação não ficam bem em causa nenhuma e desisti de explicar e de me fazer entender. Ser chamada para apagar fogos de situações que nunca deviam ter acontecido, cansa. É complicado querer ajudar e não ter meios, nem espaço. Mas o que mais me marcou nestas andanças pelo voluntariado animal foi acompanhar cães doentes e velhotes, cães de todos e de ninguém, para eutanasiar. Não é adormecer, é eutanasiar. Estar ali ao pé deles e sentir que não fiz tudo por eles. É fodido.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A beleza está nos olhos de quem a vê

Alugo crânio a cérebro asseado.

Fofinho


Se uma árvore cai no meio da floresta e não está lá ninguém para ouvir, ela faz barulho?

Duas ondas de calor este verão sem efeitos na saúde

Multirresistência

Perto de 2 milhões de vacinas contra a gripe disponíveis em Outubro

Se o Romeu fosse bactéria e o veneno fosse antibiótico, a Julieta, se fosse vírus, não morreria. Isto se resolvesse provar do mesmo veneno. Se insistisse no punhal, o antibiótico até podia ajudar de forma profiláctica. Mas seria um exagero e poderia correr mal quando precisasse mesmo.

Lembrei-me do romance histórico de edição de autor sobre a filha do Pasteur (obrigada pela partilha, mas não vou ler. Estou a ser foleira? Não se deve julgar o livro pela capa, mas, se vissem a senhora, pensavam o mesmo!). Mas o Pasteur é o da vacina. O da penincilina, o tal antibiótico natural do bolor, é o Fleming. Mas quem é que não se confunde na presença de bactérias e vírus?

E eu que nem gosto destas coisas, às vezes, resvalo. Em frente.

Poema em linha recta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.


Fernando Pessoa
(Álvaro de Campos)

Etiqueta e boas maneiras

Confesso, chateiam-me as instruções para elas fazerem sucesso com eles. Porque raios havemos de mudar? Caralho, deverei achar graça a alguém que me interrompe a marcha com uma agarradela de braço? Ou a alguém, com quem estou a falar há cinco minutos, me agarre pela nuca e "your hair is so curly"? Deverei dizer sim a alguém que me diz "posso abraçar-te"? Vou gargalhar quando alguém diz "tens genes bons para caralho", "não sei se és boa pessoa, mas que és boa, és" ou "o teu rabo é pequeno, mas jeitosinho"? Ninguém anda à procura de casamento e a esta vida são dois dias, mas, por amor de Deus, treinem as boas maneiras.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Ontem, o Porto, esteve assim










Química inicial e pormenores

Tirei o dia para falar sobre reacções ao que escrevo aqui. Ter expectativas demasiado altas, parece-me ser um problema delas. A falta de atenção, já me parece ser um problema deles. Compreendo perfeitamente aquela coisa da "química" logo à primeira vista. Também sei que há coisas que se podem trabalhar, nem sempre há o clique imediato e isso não quer dizer que não resulte. No caso que falei aqui, o "gajo" era, basicamente, uma fraude. Criou uma personagem e depois não a soube manter. Não soube, nem a podia manter porque ele não é assim. 

Este, mais um "first date" de uma amiga, tinha tudo para ser o "tal" apesar de não ter havido o clique inicial. Era de não sei onde e estava a fazer doutoramento não sei onde. Então, isto é assim, ele não tinha carta, nem carro. Ok, tudo bem. Convidou-a para jantar em Esposende. A minha amiga aceitou, pegou no carro dela e foi da Maia a Esposende. Não a levou a uma churrasqueira, era uma pessoa interessante e tinha os olhos bonitos. E o que é que estragou tudo? Na hora de pagar o jantar, ele resolveu dividir a conta. Tudo bem, eles têm medo de serem mal interpretados e somos todos iguais. Amigos, amigos, negócios à parte. Mas, caralho, homem, ela teve a despesa de ir ter contigo. Pagar o jantar era assim tão descabido? Se tinhas receio de ser mal interpretado, sugerias pagar e esperavas pela reacção dela.

Já aceitei o pedido do musculado do facebook. A Maria Caxuxa diz que, depois de ter acesso ao meu perfil completo, ele não vai ter coragem de meter conversa comigo. Assim sendo, se não tem coragem, também não me interessa.

Conversas indiscretas

Entre amigos e colegas, para o bem e para o mal, andam por aqui pessoas que me conhecem pessoalmente. O que originou a seguinte conversa a propósito de uma coisa que escrevi: 

- Diz-me que já escreveste contos eróticos!
- Já escrevi. Mas foi noutro blogue. Foi no blogue colectivo para conseguir visitas. Andava tudo tolo com o "50 sombras de Grey". Mas usava um pseudónimo e torcia-me toda quando escrevia. Não é a minha onda. Não tenho jeito. Neste não faz sentido, mesmo não tendo sido pensado para ser assim, tornou-se num diário de bordo (devia ter dito que não, mas... sempre com a necessidade de me justificar e em evidência a minha incapacidade para mentir).
- Envia-me o link para avaliar se tens jeito ou não. Já leste o Codex 632 do José Rodrigues dos Santos? Não podes ser pior. Este livro contém a pior cena de sexo de toda a literatura portuguesa.
- Eu nunca descrevo nada em concreto. São sempre jogos de palavras que podem ser interpretados de várias maneiras.
- Envia-me isso.
- Olha, envia-me isso do José Rodrigues do Santos. Fiquei curiosa.  

Passado dois dias, recebo o capítulo V do Codex 632 com a seguinte mensagem: Ao longo da obra, existem mais exemplos. Mas este foi o mais aclamado pela crítica. Deleita-te...  

Li e abordei-o no chat:

- Já li o que me enviaste! Foda-se, é muito mau!
- Nunca mais vais olhar para uma sopa de peixe da mesma forma... "mamas fofas e gostosas"...
- Foda-se, era suposto ser agradável de ler? Tens a certeza que foi aclamado pela crítica? E já percebi a piada do "deleita-te"...God!
- Eu tenho as minhas taras, mas se não as sei descrever, prefiro ficar calado. Fora isso, corro o risco de enjoar o próximo.
- ahahahahaha
- Podia ficar por uma meia de leite... Sopa de peixe é do caralho!
- Caramba, eu até gosto, mas acho que não como tão cedo uma sopa de peixe!
- "Ò V., a tua sopa de peixe está um espectáculo!"
- ahahaha... Valha-me Deus!
- "Tem um toque pessoal (piscadela de olho)!"
- "Vou pôr-lhe leite das mamas, toma lá"... Foda-se, não lembra ao diabo!
- ahahahahah
- Isto é um pormenor, é tudo muito mau!
- O final da cena também está fixe, algo do género "encheu a boca": OMFG!
- VÓMITOS! A única coisa que me estimula é isso, vómitos!
- Dito isto, acho que podes mandar-me os teus textos sem receios.
- Olha, já os despubliquei.Tenho vergonha, pá!

- Não tenhas. Assim o desejes e não os comentarei. Vou pôr-me a caminho...
- Vai lá, bom fim de semana!
- Kisses
- Beijos 

Ainda a rir da conversa, lembro-me que não fiz logout no tablet e que o emprestei  ao meu sobrinho. Há uma grande probabilidade de o miúdo ter assistido à conversa em directo. Ora bem, isto, numa escala de 0 a 10, dá quanto em termos de trauma a um miúdo de 15 anos?

domingo, 21 de setembro de 2014

Ainda a propósito do Grooveshark

- Que estás a ouvir?
- Ai, és tu? Pensei que fosse o outro. O outro gajo deve sofrer de um qualquer tipo de incontinência, traz-me as alterações às pinguinhas... Nem sei o que estou a ouvir, não estou atenta...
- Deixa ver... é o Anaconda da Nicki Minaj. Conheço o vídeo, mas não conheço a música. O meu filho mais velho também gosta do vídeo, mas também não conhece a música. Às vezes, a televisão sem som nenhum, e ele diz-me "Pai, olha o anaconda" e eu olho pelo canto do olho e digo "ah, está bem" e vou olhando pelo canto do olho, disfarçadamente como quem não quer a coisa. Já viste o vídeo?
- Não, nem sei quem é a senhora.
- Eu mostro-te.
- Deixa lá isso!
- Espera, faço pesquisa por imagens. Não te mostro o vídeo!

Vejo as imagens e penso: Foda-se, isso é doença?

Em conversa com o sobrinho mais novo, digo-lhe que quero mostrar-lhe uma música fixe que ouvi. Como não me lembro do nome, peço-lhe para aceder ao computador e ir às populares do  Grooveshark e diz-me ele a ver a lista:

- O Anaconda da Nicki Minaj só está em quarto lugar por causa do vídeo!
- Ò meu Deus, também tu?!

O segredo da cor

- Têm-me perguntado que cor uso no cabelo... Qual é  cor que põe?
- Dei formação durante oito anos na L'Oreal. A técnica sempre foi a minha área preferida. Esticar e secar, qualquer um faz. Nunca ponho uma cor directa. Não uso o número x ou y. Não uso cores pré-definidas. A sua cor é: castanho chocolate-avelã com um risquinho de caramelo e uma pintinha de acaju.

Sweet!

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Sou capaz de fazer uma coisa destas

Acho que o meu cão tem potencial para isto. Só tenho que comprar um rolo de papel, marcadores e convencê-lo a deixar-se fotografar. 



O nome do cão é genial, o resto da história aqui!

Corações vadios

Uma que espera apanhar o primeiro príncipe a aparecer, um que vai apanhando o que lhe aparece e outra que não quer apanhar nada. Calhou estarem ali os três. Juntos numa noite nem quente, nem fria. Não, não calhou. Foi combinado estarem ali os três naquela noite nem quente, nem fria. Talvez por não terem a solução para ninguém, era mais fácil estarem ali. Estarem ali os três. Os três sem nada para cobrar. Não se pode pedir aos outros o que não se têm para dar, certo?

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Povo da minha terra e arredores

Não posso ficar indiferente à história da Dona Glória. E fico com remorsos, a abertura da Primark no Norteshopping com tanto significado para uns e tão pouco para outros que, como eu, só lá vão comprar meias, cuecas e pijamas.



Meias, cuecas e pijamas nao-fodíveis, mas funcionais. E às vezes é só isso que é preciso. É preciso que as coisas sejam funcionais.

Nunca pior

Às vezes calha bem escolherem por nós, apesar do risco. Mas risco é o meu nome do meio. Sem grande tempo ou atenção disponível, é o Grooveshark que me faz a selecção musical. E aumento o risco escolhendo as "mais populares", assim sempre fico a saber o que há de novo. Estou a maior parte do tempo sozinha no gabinete, mas, é certinho, aparece sempre alguém quando passa a música mais pirosa e foleira. Azarito, ponho-me a jeito, não é verdade?

Pensei que tinha um guarda-chuva no carro, mas...

... vim de anfíbios! Menos mal.


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Podia ser pior

Tenho em mãos uma tarefa chata, daquelas que exigem atenção e concentração. Mas, felizmente, há quem me distraia.

- Toma lá:


- Credo, pensei que fosses minha amiga!

- E sou, estou a preparar-te para a guerra! Já nem com os super-heróis podemos contar:


Mais super-heróis aqui!

I bet you look good

Pronto, cá vai

Isto é assim, só o vou aceitar porque és tu. Pelos amigos faço tudo, até arrisco a reputação (que reputação?). Dizem-me que é uma das características dos escorpiões. Surpreendentemente, a última pessoa que me perguntou pelo signo era do sexo masculino. Sempre pensei que isto fosse mais assunto de “gaja”. Bem, adiante, vou tentar responder a isto da forma mais inócua e estéril possível:

1- O que você não sai de casa sem:

Sem cuecas. Nunca saio de casa sem cuecas.

2- Animal favorito


Os meus.

3- Sapatos favoritos 

Adoro sapatos. Porque referiste a tua altura? É obrigatório dizer a minha altura? Não sou alta, nem baixa. Tenho 1, 70 m descalça. Adoro sabrinas, não me incomoda nada andar de sabrinas. Mas tenho a ilusão que os saltos me dão um ar intimidatório. E às vezes preciso de intimidar. 

4- Produto de maquilhagem indispensável

Máscara de pestanas e os meus pozinhos mágicos.

5- Maior sonho

Tenho muitos pequenos sonhos, não quero maçar ninguém com a lista.

6- Maior defeito

Não consigo contar um história sem abrir um ou dois parêntesis. E isso é chato.

7- O que me irrita nas pessoas

A mentira.

8- Comida favorita

Quase tudo.

9- Doce ou salgado

Ambos.

10- O que te deixa feliz

Tudo e todos: always look on the bright side of life! Só espero que nunca me decepem os membros porque aí, sim, aí iria ter dificuldade em descobrir pontos positivos.

11- Escolher cinco blogues para este desafio

Poderia escolher três à confiança, mas imagino que só um aceitasse. Para completar a mão cheia, lembrei-me de dois. Mas não tenho confiança nem coragem para lançar o desafio. Por isso, tal como faço com as correntes de e-mail, o desafio acaba aqui.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Não se espera eternamente

Ainda Maio não tinha espreitado e ela já o esperava. Mesmo sabendo de antemão que ele nunca chegaria antes de Junho, ela já o esperava. Poderia querer surpreendê-la, não seria a primeira vez, já o tinha feito antes e podia muito bem voltar a fazê-lo. Se houve dias em que pensou tê-lo visto e até sentido, outros houve que foram a confirmação da ausência. Adiamentos atrás de promessas tardias e ainda assim, ela esperava-o. Ansiava o toque quente e a companhia das noites longas. Esperava-o em Junho, passou a esperá-lo em Julho, esperou em Agosto e resolveu desistir da espera a meio de Setembro. Guardou o saco de praia e com ele guardou também a vontade. 

Porque me fizeste isto? Sou uma pessoa positiva por natureza.Vejo pontos positivos até nos piores cenários. Aliás, tivesse eu sido cristã no tempo dos romanos e caso me atirassem aos leões, diria: Graças a Deus, haja alguém que tenha uma refeição de jeito! Mas, caramba, Verão, porque raios não vieste?

domingo, 14 de setembro de 2014

There's an empty space inside my heart


As iludências aparudem

Ela tinha-me dito que andava a trocar mensagens com um colega de universidade que encontrou no facebook. Não foram do mesmo ano, mas ela lembrava-se de o ver por lá. Falaram sobre música, poesia e fotografia. E ele pediu-lhe o número de telefone e convidou-a para jantar:

- Já não morres hoje! Há pouco lembrei-me de ti e perguntava-me se ontem teria corrido tudo bem.

- Só não morro hoje?

- Tem calma, um dia de cada vez! Hoje não morres e amanhã logo se vê. Como é que correu?

- Olha, a noite só não foi uma merda por causa da D'Bandada! Ele convida-me para jantar e tomar café, pergunto-lhe onde vamos jantar e responde que não sabe e que esta noite está por minha conta!?

- Ele é de onde, não é de cá? Para dizer que está por tua conta...

- Ele é do Porto! 

- E onde foram, às bifanas do Conga ou às sandes de presunto da Badalhoca? Estou a brincar!

- Ontem, estava tudo cheio. Perguntei se gostava de comida moçambicana, disse que nunca tinha comido e levei-o ao Tia Orlanda. Estava cheio e ele lá se lembrou de um que costuma ir em Mouzinho da Silveira: era uma churrasqueira! E escolhe a primeira coisa da lista: rodízio! Já ninguém pede isso!

- Quem gosta de comer em quantidade, pede isso.

- No fim do jantar, sugere "vamos a um bar onde costumo ir". Mas quem é que se lembra de ir a um bar na noite da D'Bandada? Estava vazio, claro! O dono desse bar costuma ir às noites de poesia do Pinguim. E pergunta-me ele: gostas de poesia? Falei com ele tantas vezes sobre as noites de poesia e que organizava algumas noutros locais e ele faz-me essa pergunta? Também lhe tinha dito que já tinha ido duas vezes à exposição do Cartier-Bresson e ele diz que quer ir ver a exposição?! Felizmente, havia outras exposições no AXA. E, ainda por cima, percebi que ele não sabe um corno de fotografia!

- Porque não me enviaste uma mensagem como eu te disse? Tinha te telefonado com um pedido de ajuda qualquer e ias para casa!

- Que ia para casa?! Ia ter contigo! Lembrei-me tantas vezes de ti!

- E eu com um vestido por estrear, já viste?

- Podes crer, sair com quem não se conhece bem é um risco!

- Olha, e ele tentou alguma coisa?

- Encostou-se duas ou três vezes, mas fiz de conta que não percebi.

- E depois?

- E depois fui levá-lo a casa que ele tem carta e carro, mas não gosta de conduzir. Perguntou-me se queria ir à feira do livro hoje e se as saídas eram para continuar. Disse-lhe que ia à feira do livro com a minha mãe e que íamos falando.

- Não correu nada bem. Olha, deixa lá. Ele nem era assim muito bonito.

- Não é bonito, mas podia ter garra. Uma coisa compensa a outra. Ele não tem nenhuma!

- Sabes o que te digo, vou aceitar o pedido de amizade do musculoso com a fotografia de perfil em tronco nu e que não conheço de lado nenhum!

sábado, 13 de setembro de 2014

São tão espertos para umas coisas

Diz que faz bem ao cérebro.
A estupidez (natural) de um adolescente reside em dois pontos: a pressa de crescer e achar que os adultos nunca foram adolescentes.

O meu sobrinho de 15 anos ligou-me esta semana:


- Tia, vou à escola e passo em tua casa para ver a Anita e o Pantufa que já não vejo há muito tempo, ok?


Mesmo desconfiando deste ataque súbito de ‘peace and love', estranhei também a falta da referência fofinha ao Mantorras, respondi afirmativamente ao pedido.

Ora bem, fotografias do telemóvel e do tablet, tudo por uma questão de espaço e arquivo, em upload directo para uma nuvem que não é a das estrelas. O sofrimento físico aflige-me e não gosto de ‘ais‘ nem na tecnologia, 'paranoid android' me confesso.


As usual, telemóvel vai comigo trabalhar e tablet fica em casa à espera dos momentos de ócio para os quais não vale a pena ligar o computador. E eis que recebo a notificação: foram adicionadas seis fotografias à cópia de segurança. A minha primeira reação foi localizar o telemóvel - foda-se, está aqui! Ninguém o roubou ou encontrou! Visualizar as fotografias foi o meu segundo passo. Não reconheço os olhos semicerrados, nem os lábios em forma de beijo repenicado (não sei que tipo de face esta, mas percebi que a duckface já passou à história). O cenário, esse, sim, reconheço: é a minha sala, caralho! Agarrei no telemóvel e cliquei em ligar para casa:


- Então, está a correr bem a sessão fotográfica? É para o perfil do facebook?

Pronto, assustados os miúdos, pude continuar serenamente a trabalhar.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Cidadão comum

Que nome se pode dar aquele que não deixa a engrenagem parar, que não é bonito, nem é feio. Não é herói, não é herói atípico, nem anti-herói é. Não o é, seja pela sua natureza ou seja pelo que lhe é imposto por outros, nem quer ser. Salva muitas vezes o dia e ninguém olha para ele duas vezes. Que nome se pode dar?

E estar quieta a ver o que acontece?

Hoje fiz uma coisa pela primeira vez que, se calhar, não devia ter feito. Não virá mal nenhum ao mundo, mas acho que me fragilizei perante outros. Agora está feito e não dá para desfazer. Que se foda, não é?

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Já aqui tinha dito que vejo o Mob Wives...


Esta é a big Ang. Esta senhora, tendo em conta o inchaço das mamas e dos lábios, parece estar em constante choque anafilático.

Resumo das últimas semanas

Não fosse dar-se o caso de sobreviver e ter que limpar tudo, hoje era dia para cortar os pulsos. E também já tenho coisas agendadas, é chato cancelar em cima da hora.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Really?


Olha, a propósito


O Google lembrou o 186º aniversário de Tolstoy. E eu lembrei-me destes dois livros que trouxe comigo. Estes, entre outros que não podiam ser vendidos separadamente dos jornais, fizeram-me companhia nos dois anos sem televisão. Não foi difícil, mas penso que não conseguia voltar a fazê-lo.

domingo, 7 de setembro de 2014

O que te apraz dizer sobre as fotos das celebridades nuas?

Fotos pirateadas de celebridades nuas circulam na Net

Porque raios tiram fotografias nuas? E porque as guardam na nuvem e não debaixo do colchão? Se o colchão serve para guardar dinheiro desde tempos imemoriais, também servirá para guardar uma pen drive. A H. diz que a única razão válida para isto é estarem a tratar de um portefólio para a indústria porno (não há só fotografias nudistas, há actividades de acasalamento: haverá intervalos tão grandes entre uma actividade sexual e outra que seja necessário tirar fotografias para não esquecer todos os passos inerentes?), porque estar em casa sem nada para fazer (ui, agora lembrei-me dos Mata Ratos) não é motivo para tal. E se para um comum mortal é chato, para uma celebridade a vinda a público destas coisas é chatice da grossa.

Estes armazenamentos virtuais dão jeito? Dão e muito. Não uso a nuvem, mas uso coisas com a mesma função. Se as minhas contas forem pirateadas, é chato? É, não tenho fotografias nuas, mas tenho fotografias nas quais não estou muito bem. Seja por estar despenteada, seja por estar com um olho fechado e outro aberto ou seja pelo o ângulo da fotografia não ser o mais abonatório para a minha pessoa. Podia apagar as fotografias? Podia, mas não gosto de apagar nada. Posso precisar delas. Para quê? Sei lá!

Nota: não procurei, nem me enviaram as fotografias. Não as vi, o que escrevi foi baseado em informações publicadas pela comunicação social e em relatos de quem as viu.

É um trabalho sujo, mas alguém tem que o fazer


"Que saia gira, mas vai ser complicada de lavar!" - Pois bem, comprei-a em saldo e custou menos de 10 euros. Ainda assim, não queria perdê-la logo na primeira lavagem. Agarrei nela, virei-a do avesso, meti-a num saco de rede, espetei com ela numa máquina de roupa a 30 graus e benzi-me. Só depois reparei que não tinha reduzido as rotações da centrifugação. Mas correu tudo bem: praise the Lord!

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Impressionante

Hoje, fui ao "castigo" duas vezes e com duas pessoas diferentes. Foi para me passarem trabalho. Não foi puxão de orelhas. Seguindo a lógica das hierarquias, para chegarem a mim, têm que passar primeiro por outra pessoa.

Costumo ter as unhas sempre impecáveis. Hoje tinha uma unha semi-descarnada, sem verniz, sem verniz azul, sem verniz azul turquesa. Super discreto, não é? E chamaram-me sem aviso. "Felizmente tenho o meu lindo vestido da PdH", pensei calmamente. A calma foi sol de pouca dura, bastou-me a indicação da cadeira para me sentar. E o "está tão bonita de branco e com as pernas tão morenas" da secretária só piorou o meu constrangimento. Podia ser pior, podia ter uma nódoa do almoço no vestido. E a secretária podia dizer "comeu os bifinhos enrolados! Estavam bons, não estavam?"

Alinhamentos

Às vezes até me consigo esticar e rebentar o colete de forças que a educação judaico-cristã criou. Normalmente, não consigo desejar mal a ninguém e não consigo dizer bem de mim. Mas, foda-se, sou muito boa na pontaria. Descobri isso em miúda e com o mini golfe. Já deixei muita gente de boca aberta:

- Estás a ver isto? Estás a ver aquilo ali ao fundo? Agora: vê e aprende!

A única coisa chata é que sou eu a mexer-me, para corrigir trajectórias, em volta do objecto que será arremessado ou não. Também o faço quando procuro o melhor enquadramento para as fotografias. E lembrei-me disto porquê? Porque tenho que ir alinhar a direcção da viatura.

Vulgaridades pardas


- Ontem estive a ler as tuas aventuras e desventuras no comboio.

- Gostaste?

- Gostei.

- Não sei se consigo passar a escrito a cena real, mas que há gente muito esgrouviada a viajar de comboio, há!

- As coisas que tu testemunhas, meu Deus!

- FODA-SE, ninguém merece…

- Hoje também assisti a uma cena linda num café, pensava que ia haver porrada!

- Ò que caralho…

- Uma cliente a pedir o livro de reclamações e outro a dizer: você deve ter a mania que é importante! Você deve ter a mania que é uma gaja muito importante! A mulher, além de ter escrito no livro, diz que vai fazer queixa do homem que lhe chamou gaja!

- Ai Jesus, que cena!

- Não sei se a mulher tinha razão ou não, mas, pelo que percebi, era a segunda vez que pedia o livro naquele estabelecimento. Hoje não tinha gostado da forma altiva com que a empregada lhe respondeu. Enfim!

- A senhora deve ser um vidrinho de cheiro!

- Foi o Agosto, mas veio o Setembro.

- E o verão chegou com o Setembro, os ânimos fervem!

- E quando não é do período, é da menopausa. Há sempre uma razão para as pessoas serem parvas umas com as outras.

- Há e concordo com o que disseste quando aí estive, o povo anda muito intolerante. Anda tudo parvo.

- Cada vez tenho menos paciência para gente parva. Como o meu adorado ex-colega dizia: não gosto nada de gente parva!

- Será que ele se incluía nessa categoria? Devia fazê-lo…

- Devia fazê-lo, mas as pessoas parvas não sabem que o são. Eu, se calhar, sou parva e não sei!

- Pois, normalmente as pessoas parvas acham-se o máximo! Mas tu não és parva.

- Ainda bem!

- Nem lá andas perto!

- Vou tentar manter-me sempre longe da parvoíce, até porque para quê ser parva se há quem seja melhor que eu?

- Claro, cada macaco no seu galho e se é para ser medíocre, mesmo que em parvo, deixa-te estar como estás!

- É isso!

- Também vou fazer o mesmo, partindo do princípio que não sou parva, ou melhor, sou parva quando devia ser parvalhona e rebentar tudo na porrada!

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Happiness is...


Não sendo uma coisa habitual em mim e como tenho a mania das justificações, ao publicar o aviso de abertura do meus 100 happy days no Facebook, uma amiga comentou: boa sorte para o desafio, terás de ser pouco exigente para o conseguir levar até ao fim. - Foda-se, pouco exigente?! O que é a felicidade ou qual é o conceito de dias felizes para ti, mulher?

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Apetece-me ser nêspera

A nêspera

Uma nêspera
estava na cama
deitada
muito calada
a ver
o que acontecia

chegou a Velha
e disse
olha uma nêspera
e zás comeu-a

é o que acontece
às nêsperas
que ficam deitadas
caladas
a esperar
o que acontece

Mário-Henrique Leiria
in Novos Contos do Gin