terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Calma

Não sei que nome lhe dar, a verdade é que tenho um fetiche com o som de algumas palavras. E não precisam de ser em português, ou melhor, mar será sempre português. Nos outros idiomas será sempre oceano. As anglo-saxónicas ganham às francófonas. A culpa é do meu professor de francês do sétimo ano e os erres estremecidos na ponta da língua contra o palato. Os erres franceses soam na entrada da garganta, são guturais para o bem ou para o mal. Mas há uma palavra sem erres e da qual gosto muito e, mesmo sendo uma bruta apressada, não me sai da cabeça desde ontem: doucement.

Burguesia

A última vez,  até ontem, que fui a uma espécie de feira foi ao mercado Porto Belo, fui procurar velharias. Ontem fui à feira de Espinho. Percebi que preciso de fazer este tipo de incursão mais vezes. Já não estou habituada. Sempre que alguém gritava "malhas dois euros", "casacos cinco euros" ou "olhá pandora", estremecia e pedia baixinho para não gritarem perto de mim. A amiga Paula, que foi comigo, ria-se da minha figureta. A amiga Olga - eu tenho uma amiga Olga, caralho! - diz que estou uma burguesa e eu não acho isso, eu acho é que estou a ficar uma coninhas.

Comprei duas ferraduras velhas, uma para mim e outra para a Helena.

domingo, 28 de dezembro de 2014

"Chuva molha-tolos"

14-12-28, 03:50 AM, Avenida dos Aliados, Porto

Boas saídas e excelentes entradas! - Tentei, mas continua a não ter piada

Gosto - começo muitas frases assim. Prometo escrever sobre favas ou Paulo Coelho e começar com não gosto - da ilusão do reset na passagem de ano. Não é verdade, mas não deixa de ser fixe pensar que posso deixar as más decisões, os maus momentos, tudo o que não me interessa em 2014 e to set it again em 2015. Não tenho nada de que me arrependa propriamente, faria coisas de maneira diferente, mas com interesse no mesmo resultado. Fiz muitas coisas pela primeira vez e desleixei-me noutras. Não me apeteceu ser interessante, apeteceu-me ser nada e não quis parar. Veio gente nova, regressaram alguns e outros foram-se. Ficaram os melhores. Afinal, 2014, foi um ano bom! Já tenho um objectivo para 2015, já sei onde quero ir no Verão, já sei com quem quero ir e já sei como vou. Vou de carro e, antes de chegar ao destino final, quero parar em Cannes e tirar uma selfie junto a uma placa. E quero ir à Covilhã! Pronto, já tenho dois objectivos. Três, também quero mudar o lavatório da casa de banho!

Senso comum e empatia

Faltava-lhe o vinho alentejano - eu sou mais Douro, mas cada um sabe de si e Deus sabe de todos - e algumas lembranças que este ano combinaram não gastar muito no Natal. Fiz-lhe companhia na ida ao shopping. Entramos na loja da roupa "íntima" com o objetivo de comprar um clássico de Natal para o irmão:

- Tanta coisa, nem sei... Vou levar estes.
- Esses?! Tens a certeza? São tão básicos... Eu, se fosse gajo, andava sempre com estes! Esses são muito escuros e largos... 
- O meu irmão não gosta disso, acho...
- O irmão é teu, mas... E tu, o que usas? Não me digas que só usas beges, brancos e pretos?!
- Não! Às vezes também uso vermelho... vermelho escuro... pronto, às vezes também uso bordeaux.
- É tão fixe usar cores e coisas mais ousadas, tens que experimentar!  Nunca é tarde para começar, começa pelas cores, rosa choque ou... Não precisas de mostrar a ninguém para sentires a "fixeza" da coisa. Basta tu saberes o que trazes para te sentires bem. Não sou só eu que o digo. Podes perguntar a qualquer mulher ou miúda. E, para ser discreta,  já basta a roupa que usamos por fora no dia-a-dia.

Voltei a estar com ela ontem para a saída à noite:

- Olha, o meu irmão não gostou...
- O que foi que eu te disse, caralho? Tens que ouvir o que te digo, são bons conselhos, pá!

Manias

Não me parece bem chamar de obsessão à necessidade de proteger as pessoas de quem gostamos - família, amigos, vizinhos, colegas, etc. Principalmente quando há razões e provas dadas para o fazer. Nem sempre são as circunstâncias que fazem más as pessoas. Há pessoas más por natureza. São pobres diabos, mas gato escaldado de água fria tem medo e não é por dá cá aquela palha que se volta a dar o flanco. Proteger não é prender, é estar atento e, a ser preciso, intervir.

sábado, 27 de dezembro de 2014

Quotidiano

Todos os dias tenho o tempo marcado para comer. Não faço as refeições a horas certas, tenho 20, 30, 40 ou 50 minutos para almoçar. Tudo depende do trabalho a fazer. Quanto menos tempo tenho, menos como. Não consigo comer rápido. Às vezes até prefiro não comer. Nos dias de ginásio, chego tarde e despacho o jantar. Nos outros dias, despacho o jantar porque quero fazer outras coisas. Mesmo quando janto ou almoço com os meus, é sempre a correr com coisas marcadas que não dão para fazer noutros dias. E eu gosto de comer, gosto de estar à mesa a conversar sem pressas. O Natal proporciona isso. Mas não posso estar sempre à espera do Natal para o fazer.

‘YOUWOULDN’TLIKEMEWHENI’MANGRY‘

STREAM AND DOWNLOAD THOM YORKE’S NEW SINGLE, ‘YOUWOULDN’TLIKEMEWHENI’MANGRY’

Eu sei que é parvo

Com alguns erros e dias melhores, mas ainda assim choro a rir.







 

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Olha, uma rena!

Feliz Natal.

Enfim

Em Novembro comprei um computador. Já desisti há muito tempo dos portáteis, para serem bons têm de ser caros e são pouco robustos. A compra foi feita naqueles dias do mês em que nos devolvem o IVA em talão. Trouxe 74 euros e quatro cêntimos para desconto numa compra a efectuar até 26 de Dezembro. Fui lá ontem estourar o talão. Por mais seis euros, comprei umas colunas básicas para o PC e, no desespero de sair dali para não voltar, comprei um scanner. Tudo a correr bem até me darem mais um desconto a efectuar numa compra até 22 de Janeiro: caralho, ninguém merece. Já me apanharam outra vez.

Jantar de Natal no Indiano?

Podíamos ter escolhido uma “cena” mais monoteísta onde Jesus fosse profeta. Mas não é assim tão descabido, é quase como usar óculos de sol com nevoeiro. Parece estranho, mas funciona. E é útil para conduzir, os contornos ficam recortados e sem sombra de blur. Os óculos de sol são como o Natal, é quando e onde quisermos.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

A obra nasce

- V., preciso de desanuviar. Vamos tecer considerações sobre um assunto que me parece ser super importante. A estátua do Ronaldo: calções demasiado justos, sim ou não?
- A minha colega acha que o tamanho das bolinhas está exagerado. Eu, confesso, ainda não tive tempo para me debruçar sobre o assunto.
- É assim, para quem tem bolas de ouro, acho o tamanho apropriado e se é para enaltecer todos os atributos, nada pode ficar esquecido. De qualquer forma, penso que as suas diversas amantes deveriam ter uma palavra a dizer e, sugiro, pontuar!
- Olha, parece-me bem. Concordo com essa linha de pensamento.

Da próxima vez faço tiramisu

Jantar que é de Natal tem sempre presentes. E neste não podia mesmo faltar sob pena de sermos amaldiçoados pelos três miúdos incluídos. Chegada a hora da distribuição, um dos miúdos, tem 11 anos, recebe o embrulho e dá de caras com a edição cartonada do "best of da Mafaldinha". O miúdo não disfarça a cara de tacho, vê uma miúda na capa e deduz que é um presente de menina - os miúdos têm destas coisas, não é por mal. É mais forte do que eles, nem quero imaginar o cenário se o embrulho fosse de meias ou cuecas, acredito que saltariam as lágrimas em catadupa. Pronto, tudo de volta do miúdo e “a Malfadinha não é para meninas, é para todos”, “vais ver que vais gostar, a Mafalfinha é uma reaccionária”e “a Malfaldinha é só para inteligentes. Quem gosta da Mafaldinha, é inteligente”. Este último argumento e a cara dele a gritar “ò meu Deus, estou tão fodido. Se eu não gostar da Mafaldinha, sou burro”, fez-me falar: olha, a Mafaldinha é fixe. Mas nunca foi a minha BD preferida. Não te preocupes porque, apesar disso, consegui estudar, tirar a carta, arranjar emprego, tenho amigos. Ou seja, a minha integração na sociedade foi possível. Há lugar para todos. Não tens que gostar obrigatoriamente da Mafaldinha, mas tens que lhe dar uma hipótese.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Ninguém leva a mal

Não tem nada a ver à primeira vista, segunda, terceira, quarta e por aí fora até ao infinito. Vou a um jantar de Natal, tenho que levar uma sobremesa. Vou levar uma mousse de maracujá. É pouco natalício, mas é fácil de fazer e sai bem à primeira. Estou a pensar em espetar-lhe um pai Natal em cima para contextualizar a coisa.

Brancas

A minha avó morreu com 93 anos. Já morreu há mais de vinte anos. A minha avó era a Miquinhas da Sardoeira. Sabia ler e escrever. Andou na escola. Acompanhava o desfiar das contas do terço no rádio a pilhas e dizia "caralho p'ró caralho". Não fazia estas duas coisas ao mesmo tempo. Mas são estas particularidades que me fazem não esquecer dela. Ensinou-me que descascar nozes tinge as mãos e que houve tempos em que lavava a cabeça com "água de ferver cascas de nozes" para manter o cabelo preto. As nozes apanhadas da nogueira têm duas cascas. As apanhadas no supermercado podem ter uma ou nenhuma.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Bacalhau quê?


Não está chuva, nem orvalho... tenho que abastecer

Ontem zanguei-me. Senti aquela fúria do "como é que foste capaz de dizer uma coisa dessas". Depois fiquei triste, aquela tristeza do "como podes pensar isso de mim, admirava-te". Às tantas tem razão e não há nada a fazer. Mas quis voltar atrás para dizer mais algumas coisas, como numa discussão de bêbados, há sempre um que sai e regressa várias vezes com um novo argumento mal amanhado. E agora estou irritada comigo por uma coisa sem importância me incomodar tanto.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Gosto destas coisas


Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?

E tudo começou com várias fotografias e a legenda “este natal, poupa um animal”. Tudo com muito bom aspecto, incluindo o ovo a cavalo numa espécie de pizza. O primeiro comentário, “o ovo não é uma vida em potência?” A resposta foi: “sou vegetariano, não sou vegan. São conceitos diferentes. O ovo é proteína desprovida de "ordem" genética, no meu entender”. Discussão saudável por ali abaixo, admite-se a piada do ovo como vida em potência e insiste-se na alimentação equilibrada com um pouco de tudo. Mas eis que chega um peso pesado do veganismo: “não encares como crítica, mas devias deixar a proteína animal. Custa, eu sei. O queijo foi a última coisa que deixei. Cada um faz o que achar melhor, eu não imponho nada a ninguém. Aliás, nem imponho este tipo de alimentação ao meu filho”. O rapaz agora diz que é omnívoro e que prefere ingerir proteína animal através do ovo e derivados do leite do que em suplementos. “A proteína é necessária aos músculos” e tomar comprimidos não é a onda dele. E volta à carga aquela que não quer impor e traz consigo o rol dos benefícios da eliminação proteica. Insiste na liberdade de escolha de cada um. Ele atira-lhe com “estudos que dizem que a proteína animal é necessária para a reestruturação muscular”. E ela responde que por “cada estudo desses, há um que diz para banir por completo a proteína animal.” 

Esta conversa toda lembrou-me uma que tive (fui apanhada na curva) há uns anos atrás. O argumento era que o corpo humano e as características dos seus órgãos e funcionamento são próprios de uma alimentação vegetariana. Não souberam explicar porquê, só sabiam dizer que era assim. Rebati com a falta de três estômagos para chegar aos quatro de uma vaca. E falei na cadeia alimentar geral. Há animais que comem animais. A resposta foi a tal escolha, o instinto e não saber fazer de outra forma. Acabei com um: então não há a tal igualdade que defendes entre pessoas e animais? O animal pode escolher ser carnívoro, mas eu não posso. Ou o animal não possui inteligência para escolher outras formas de vida? Depois mudei de assunto porque já estava farta da pescadinha de rabo na boca e da mania da perseguição. É-me indiferente a escolha que fazem para se alimentar, não ataco ninguém. Pelo contrário, sinto-me atacada por não ser vegetariana. Se concebem a possibilidade da escolha e exigem o respeito porque raios estão sempre a querer evangelizar?

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

As alegrias do Natal

As minhas amigas que têm filhos, vou só falar de duas, andam numa roda vida por causa do Natal. Uma, cujo filho frequenta o ensino articulado e toca flauta de não sei o quê (já soube qual era, mas não me lembro. Será a de Bisel?), queria uma camisola destas para levar ao Concerto de Natal. A outra, a festinha do infantário é hoje e a vindima só acaba quando se lavam os cestos, diz que já está farta dos pedidos às pinguinhas e em cima da hora: frascos, fronhas, camisolas brancas, calças brancas, etc. e que da última vez que ouviu "Mãe, tenho que lhe pedir uma coisa...", respondeu "O QUÊ?!". Disse-me que só faltava juntar um caralho ao "O QUÊ?!", mas a educadora percebeu que ele, o caralho, estava implícito no "O QUÊ?!".

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Tão emocionante como a corrida de chatos para a Índia

Festa de Natal infantil, miúdos entre os quatro e os oito anos, cantor da terrinha:

- E agora vou cantar uma que todos conhecem: Lisboa menina e moça...

A cara dos miúdos foi impagável! Coitadinhos. Consegui ler o pensamento daquelas cabecinhas: Se o pai Natal não for bom para mim, ninguém é!

Não é que o saiba fazer, mas gosto

Nunca o disse, mas digo hoje. As fotografias que aqui publico são quase todas minhas. É a vantagem dos smartphones. Quando não são minhas, topa-se logo. Por isso é que nunca disse nada sobre o assunto.

Às vezes também uso a máquina ou a câmara fotográfica. Quando a uso é porque já saí de casa com a ideia de fotografar.
A minha pequenina!

Basta pedir

Dificilmente me abordam assim do nada - já vos disse que tenho cara de Titanic - excepto quando a ideia é vender, aí vale tudo. Mas velhos, crianças e animais não têm problema nenhum em pedir-me ajuda. Já verifiquei prazos de validade, já ajudei a encontrar pais e já arranjei casa para alguns. Hoje, já com a primeira engatada para arrancar, bateram-me no vidro:

- Menina, pode ajudar-me? Não sei ler, fiquei viúva. Sou de uma aldeia, sou de Barcelos. Não fui à escola. O meu marido sabia ler. Agora recebo as cartas e não sei ler. Não sei se são para mim, os meus filhos não estão cá...


Li as cartas. Podia fazer mais alguma coisa?

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

A curiosidade matou o gato?

Faço sempre o mesmo percurso. Costumo vê-los por volta das oito da manhã. É a demora do vermelho que me permite olhar com olhos de ver. O carro deles fica estacionado na berma, sacos na mão e mais de uma dezena de gatos vai ao encontro deles. São quase todos pretos. Eles, o casal, devem ter entre 60 a 70 anos. A semana passada não os vi. Só vi os gatos no passeio à espera deles. Pensei em horários possíveis para os substituir. Hoje vi um homem com um saco e os gatos à volta. O homem é mais novo, será filho? Apeteceu-me parar o carro e perguntar por eles.

Perdi o amor ao dinheiro

- Vais descalçar-te, tirar as meias, pões os pés aqui e agarras nisto com as duas mãos.
- Agarro assim?
- Sim. Agora vamos à pernas… Isto dá quase duas voltas! Feito, a tua cintura…
- O umbigo é aqui!
- Vamos testar a tua resistência, força e flexibilidade.

Sucumbi à pressão. Fiz finalmente a avaliação física

Olha, uma rena!


"So why settle for giving Christmas the finger when you can flash it the goat horns?"





 Não gostar do Natal não é desculpa para não celebrar.

Tirado daqui!

Ano sim, ano não

Não é que não sinta dor, sinto-a. O que me faz ser tolerante à dor é não "panicar" perante a sua existência. Quer dizer, há duas coisas que me fazem entrar em pânico e sofro por antecipação por não saber quantificar o quanto vai doer - as "picadelas" de agulhas e os  "esticões" da fotodepilação. É sempre o desconhecimento que me atrapalha, excepto numa situação. Não é uma dor física que sinto e acontece ano sim e ano não. Os meus sobrinhos vão estar com o pai este ano. Sei que custa muito mais à minha irmã ficar sem eles. Saber que estão felizes por ir, conforta. A consoada antecipada também ajuda. Mas não é suficiente.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Ouvi


Não quero saber

Só me interessa saber da bola quando preciso de usar a VCI, A3 ou A4 em dia de jogo no Dragão. 

Nota-se muito que o meu coração é "azulibranco"?

Referências


- Cortaste o cabelo. Pareces um anjo da Fiorucci!
- Pois, pareço um puto...
- Não pareces um puto. Fica-te bem, pareces uma menina. É positivo.
- É.

Mais uma facada na sexiness.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Palavras bolorentas

Escrever um e-mail em três linhas e pôr logo no assunto o que se pretende. Quando a troca é constante, não há corpo de e-mail para ninguém e vai só a assinatura com os cumprimentos devidos. Fica o assunto despachado no assunto. Funciona. É logo lido, não é esquecido porque não é guardado para mais tarde interpretar. A linguagem é simples e sem sombra de dúvidas. É quase fazer um desenho em palavras. Deviam ser todos assim. Mas há sempre os venho-por-este-meio com os infra, supracitado e em epígrafe.

O meu trabalho, às vezes, também passa por bater no "burocrês" até ele ficar miudinho.

Só queria experienciar o sentimento que fica após a publicação de uma imagem deste género. Não voltará a acontecer. Juro.


Revista de Imprensa

 Miss Bumbum diz que já voltou a perder virgindade
 
- "Decidi fazer a operação para ter a oportunidade de ter um relacionamento mais puro. Além disso, fiz uma produção para uma revista e posei nua. Além de revelar a minha sensualidade, quis também mostrar a minha pureza."  - O que não bate certo aqui???? A sério que usou duas vezes a palavra "pureza"??? Será que ela sabe que reconstruir o hímen não traz nada de volta???
- E levar no rabinho? Será que é puro?
- Enfim! Deus a ajude!
- Que bem precisa... achas que ela o vai reconstruir outra vez? Que desperdício, mais valia pôr mamas!

El estudio que asegura que los hombres son “idiotas” 

- Olha, o estudo que precisávamos para confirmar o que já sabíamos.
- Agora, com este estudo, já não precisamos de argumentar tanto. O meu obrigado a todos os cientistas (?)! 
- Todos, sem excepção!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Qual é o teu nível de fado?

É fazer as contas

Na segunda-feira, 8 de Dezembro, - o dia que já não é da mãe, mas que continua a ser - fui jantar com os meus pais. O jantar termina sempre com uma mini-caminhada para tomar café no McDonald's da Boavista - não sei se todos têm uma zona reservada só para café como este - ou no Alicantina. Fomos ao Alicantina e, na montra dos bolos, lá estavam elas, as rabanadas. Gosto do Natal e adoro rabanadas. Perguntei o preço antes de pedir uma. Um euro e setenta cêntimos, responderam-me. Achei caro e disseram-me que afinal o preço da unidade era um euro e meio. Continuei a achar caro e disse-lhe que seria demasiado frustrante dar esse dinheiro e a rabanada não ser boa. Se eu comprasse duas rabanadas, seriam três euros. Têm a noção de quantas rabanadas se conseguem fazer com três euros?

"As irmãs de Ricardo Salgado fazem bolos em casa para vender"

Ups! Restaurante da McDonald's mostra imagens hardcore aos clientes

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Fluência

Regressados de Adis Abeba, Etiópia, contam-me a visita pelo mercado e ele diz-me “nem imaginas a vezes que lhe disseram I love you e nem se importavam com a minha presença”. Sem pensar, disse que deveria ser como em Marrocos. As mulheres estrangeiras são vistas como passaportes. A intenção não foi pôr em causa a beleza dela e tenho a certeza que isso, a beleza, não passou despercebida. Paciência, saiu-me e contei a história do marroquino que, na Praia Aglou em Tiznit, nos convenceu a ir ver os artesãos a trabalhar a prata. Depois da visita, fomos lanchar. Ele pediu uma Fanta, fomos falando, arrotou alto e a bom som - não estava à espera, pensei que fosse mito - e a determinada altura disse: só há duas maneiras de sair de Marrocos, ou tens dinheiro ou casas com uma estrangeira. I don't have much money and no woman, no cry.

Um clássico de Natal

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Achei piada. Não tenho outra explicação.


Decisões

Não concordo que o pensar demais prejudique a tomada de decisões. Só vejo vantagens em estar preparado para o que é expectável e equacionar os diferentes cenários possíveis não é uma perda de tempo. Não será válido para tudo, eu sei. Mas a última decisão que tomei e da qual me arrependo, foi feita sem pensar. Decidi vestir um par de cuecas de renda com uma recém-tatuagem a ultrapassar a fronteira costas-nádega. Não foi bom. Foi um dia longo. Não sei como há quem consiga tomar boas decisões às 07h00 da manhã.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

É suposto alterar para bonito

O Instagram não serve só para mostrar ao mundo as coisas boas que comemos, as coisas fixes que fazemos, os nossos sapatinhos, roupinhas e nossos bichinhos fofos. Serve para transformar as fotografias de merda que tiramos com o telemóvel em verdadeiras Cinderelas fotográficas. Há uma catrefada de filtros, desfoques e vinhetas possíveis em cor e tamanho. E agora vou revelar um coisa sobre a lista de filtros: o normal não é um filtro, caralho!

Rio-me sempre com isto

Photoshop Disasters

O futuro é hoje?


Uma história de amor que começa numa tragédia. Temos alguém que regressa às origens e outro alguém que abandona as suas origens para acompanhar o regresso do outro. Identifiquei-me com o sacrifício de deixar o mar para trás. Todo o amor tem o seu sacrifício, não é? O amor é um sentimento universal, não é? É como nos anjos, no amor o género é indefinido, não é? Não, não é. Ainda há muita homofobia por cá. Mesmo no escuro do cinema, deu para perceber o constrangimento de alguns "habitantes" da sala.

Estas coisas do amor e da saudade ligada às características da nossa terra, o mar será sempre a minha escolha, fazem-me lembrar a lenda das amendoeiras em flor

Não há mal que sempre dure

Esta semana falavam-me de olhar para as "merdas que acontecem" como lições. Aproveitar a oportunidade de aprender com os nossos erros e os erros outros. Repetir o que é repetível, evitar o irrepetível. E se há merdas que acontecem porque nós ou alguém, propositadamente ou não, fez para que acontecessem. Outras há que acontecem do nada sem ninguém prever. Como sou uma optimista crónica, para mim, qualquer que seja a situação, nada está perdido até estar perdido mesmo. É cansativo não desistir à primeira, mas às vezes compensa. Se não resultar em nada, fica a satisfação de se ter tentado. 

Quando penso em desistir à primeira adversidade, lembro-me sempre desta situação. Tinha decidido fazer a cadeira por exame. Foi uma decisão estúpida porque tinha mais duas cadeiras na mesma situação. Devia ter arrumado com ela por frequências. Estava no último ano, estágio marcado para começar no Porto. As cadeiras, se ficassem por fazer, estariam na Covilhã. Tenho a certeza que o universo conspirou contra mim no dia do exame de Teoria Política. Acordei tarde. Entre comer e tomar banho, escolhi tomar banho. Saí disparada de casa e caí na rua, caí nas escadas - escadas de pedra e saltos não combinam -, caí para trás. Fiquei estendida no chão com os olhos postos no céu, a pensar no atraso que já levava e se devia voltar ou não para casa. Os miúdos que iam à minha frente, correram para dobrar a esquina e assim poderem rir à vontade. Não os via, mas ouvia o gargalhar. Coitadinhos, estranharam a minha demora e voltaram para trás para saber do meu estado. Agradeci o cuidado, levantei-me, sacudi-me e pensei "não há nada pior do que isto". Fui fazer o exame, o professor deixou-me entrar para o fazer, correu bem e isso viu-se mais tarde na pauta. Portanto,  não há mal que sempre dure e às vezes começa e acaba no próprio dia. É preciso tentar sempre, mesmo que as probabilidades não sejam as mais favoráveis.

domingo, 7 de dezembro de 2014

"Palavrices"

Por estranho que possa parecer, só comecei a recorrer com frequência ao uso do palavrão quando fui para a Covilhã. Não fui criada numa redoma, a minha mãe até me deu o dicionário do calão. Em casa não se diziam, a minha mãe não queria que os disséssemos. Queria que soubéssemos que existiam. E ouvi muita coisa pelas escolas onde passei. Era muita criatividade a fervilhar. Lembro-me de um miúdo me perguntar se eu não dizia palavrões, safei-me com um "digo, claro. Tu é que não estás atento".

Nascida e criada no Porto, mas com pronúncia pouco carregada - v e b, por uma razão óbvia, nunca representaram qualquer desafio - apenas algumas vogais que não consigo fechar (e nem me esforço para o fazer), o ditongo "ou" e palavras terminadas em "am" denunciam-me. E muitas expressões (à minha beira, por exemplo) e nomenclaturas (granizo, magnórios, aloquete, estrugido, testo, etc.), claro. Não digo mánhe, nem paie, romá, maçá ou irmá. O "ão" não é para mim pon, mon ou son - quando o ouço assim, lembro-me sempre dos pronomes possessivos do francês e repito-os mentalmente: mon, ton, son, ma, ta, sa, mes, tes, ses, notre, votre, leur. 

Quando cheguei à Covilhã, a minha pronúncia era batida aos pontos pelos residentes no raio de 50 quilómetros de distância do Porto. Não podia admitir que a minha origem não fosse imediatamente detectada. Precisei de usar os palavrões. Sempre disse foda-se e não o característico fuoda-se. Hoje em dia, graças a Deus, ainda os uso, mas só com as minhas pessoas. O meu caralho não é para qualquer um.

Agora, algo completamente diferente, vou deixar um mantra para aqueles dias menos bons. Pode ser dito mentalmente ou num local isolado. Acreditem em mim, não sou nenhuma miúda. Entrei na UBI em 1997, façam as contas. Isto é melhor que arremessar objectos e mais barato que terapia:

Foda-se para o caralho que os foda, era quem os fodesse a todos até à perda total da consciência, só não os mando apanhar no cu porque podem gostar e o que eu quero mesmo é que se fodam todos ou o caralho que os foda a todos. Foda-se, fodei-vos e não me fodam a puta da cabeça.

Por muito tentador que seja, nunca o repitam com assistência ou dirigido a alguém em particular. Há formas mais elegantes de o dizer sem prejudicar em nada o significado.

O primeiro jantar de Natal


Aquele em que trabalhamos todos para o mesmo, mas não nos conhecemos todos, calhou ser o meu primeiro jantar de Natal. Fiz trio, porque três não é par, com o Gouveia e a Guimarães. Entalaram-nos num canto ao longe. Foi o melhor. Não sinto qualquer remorso por ter dito não ao pigmeu de dedos curtos e gordos. Parece que ainda o estou a ver, a olhar de baixo para cima, uma mãozinha em cima da outra, a tremelicar porque sabia que não podia exigir e se era para pedir, tinha que o ter feito antes. O Gouveia percebeu que a minha resposta já estava preparada, a Guimarães só desejou que o homem também estivesse preparado com uma muda de calças.

Voltando ao jantar, tirando o facto de conhecermos só de vista os nossos companheiros de mesa, não correu mal. Ficamos impressionados com as capacidades da senhora à nossa frente. Não só parecia uma garoupa a comer como conseguia enfiar na boca grandes nacos de bacalhau. Cuspia as espinhas em bola e de uma vez só. Também palitava os dentes de olhos fechados como se estivesse a saborear tudo menos um pedaço afiado de madeira. E a nossa cota de músicas latinas e africanas ficou preenchida até ao próximo Dezembro. É de valorizar, não é?

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

As piores melhores amigas de sempre

Felizmente não caem pianos nem bigornas do céu. Se caíssem, era nela que acertavam. Tudo lhe acontece, desta vez aconteceu-lhe rebentar uma rótula. A brincar, digo-lhe várias vezes que ela só podia estar na primeira fila durante o apedrejamento de Jesus Cristo. Ela diz que sim e acrescenta que também lavou as cuecas na tábua dos dez mandamentos. No meio de tanto azar, tem a sorte no meio dos amigos. Não me leva a sério quando lhe digo que não atendo o telemóvel depois das 18h00. 

Tirou finalmente o gesso e vai começar a via-sacra da fisioterapia:


- Sabes o que o meu irmão me disse? Que não vou poder ajoelhar-me durante algum tempo. Já viste? É meu irmão, não pode dizer-me estas coisas!
- Deixa lá. Eu também não estou bem. Olha, faço os abdominais que forem precisos, aguento bem a posição em prancha, mas os agachamentos partem-me toda. E ontem fiz montes deles. Que ninguém me peça para ficar por cima!

Precisava de escrever uma coisa para a tirar de cá de dentro


quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

*O universo castiga-me pelas coisas que vejo

Não conheço ninguém que tenha com tanta frequência lesões na córnea. Secam-me os olhos e as poeiras fazem pequenos rasgos. Em tempos receitaram-me lágrimas falsas. Não sei se eram de crocodilo. Assim que acabaram, não pensei mais nisso. Hoje lembrei-me delas, acordei com os olhos a picar-me (é só um olho, olho no singular. Soa mal, não soa?). Levantei a pálpebra e vi a película branca na íris. E agora ando a gotas e pomadas (é só uma pomada, pomada no singular. Soa mal, não soa?). Aproveito estas alturas para dramatizar. Até encomendo a minha alma ao criador. Mas não me deixam:

- Uma lesão na córnea, outra vez. Pica-me o olho. É uma merda, pomada e gotas no olho…
- Outra vez a espetar agulhas nos olhos? Não é boa ideia. Devias saber isso!
- Foi, foi isso mesmo, já tinha palitos nas unhas e disse para os meus botões: e se espetasses agulhas nos olhos? Se assim o pensei, melhor o fiz!


*É castigo. Ando a ver demasiado lixo. E vou lá de propósito e rio-me.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Ainda me dá uma coisinha má


É um ar que lhes dá

Às vezes, sinceramente, não sei porque me perguntam se já sabem a minha resposta. Sim, estou a falar de homens. Cheguei à conclusão, pelo método de observação indirecta, que, entre os 35-40 anos, dá nos homens uma espécie de filoxera. Não sabem o que querem, querem muito e depois não querem nada. Não querem nada daquela que queriam muito há 30 dias atrás. Passam a querer muito de uma nova e que “seja eterno enquanto durar.”

Calhando a nova que querem muito, não querer nada com eles e, custa-lhes estar sozinhos e está frescote, vai de enviar mensagem à anterior que queriam muito:
 

- Saudades tuas…
 

Mesmo não querendo nada com a antiga, nunca se sabe o dia de amanhã e convém manter o contacto a pensar em save it for a rainy day. Mensagem enviada:

- Minha querida, vou seguir o teu conselho…

Pediram-me e eu dei as sugestões de resposta:


1ª Leva as saudades que aqui não deixas nenhumas. Estimo que te fodas.


2ª Minha querida é o caralho que te foda.

#100happydays

64 imagens dos #100happydays
Acaba amanhã, graças a Deus, o desafio dos 100 dias felizes in a row. Correu tudo muito bem, mas confesso que já começava a acusar o cansaço infeliz da obrigação de o fazer todos os dias. Aguentei-me porque não costumo desistir das coisas. Ou melhor, só desisto de alguma coisa quando não vale mesmo a pena ou considero ser melhor sair pelo meu pé antes de ser empurrada. Nesta última situação, às vezes saio antes do tempo. Paciência, vidas, enfim, haja saúde e nunca pior!

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Primus inter pares?

Um dia convidaram-me para fazer parte da direcção. O convite surgiu porque lhes faltava alguém. Ninguém me disse isso, mas tenho a certeza que sim. A minha idade não correspondia a tanta responsabilidade e tradição. Pensaram que chamarem-me de vice-presidente e ter a minha assinatura como imprescindível para ordens de pagamento seria suficiente para mim. Cansei-me de bater tantas vezes de frente com o auto-proclamado "grande líder" e saí. O alívio não lhe foi completo, continuo a ser sócia. E vou aparecendo, gosto de ver até onde vai o pedantismo.

É uma associação de profissionais, mas o labrego acha que é a quinta dele.

Incapacidades a precisarem de ser resolvidas

Não sou capaz de desligar o telefone na cara de ninguém, nem consigo continuar a andar e ignorar alguém que está a falar comigo. 

- Posso falar-lhe sobre o blá blá card?
- Não tenho tempo, obrigada.
- Não paga anuidade e tem inúmeras vantagens!
- Já tenho um cartão de crédito. E não preciso de mais despesas.
- Mas este não paga nada!
- Se usar, pago. É uma potencial despesa.
- Usa só quando precisar, como se fosse um cartão de débito, guarda-o numa gaveta e...
- Já tenho cartão de débito. E para guardar numa gaveta, não preciso dele.
- Se aderir, recebe de imediato um smartphone e...
- Já tenho um smartphone. Não preciso de outro.
- Ao aderir, é-lhe disponibilizado 30 euros...
- Já tenho 30 euros. Não preciso de me meter em trabalhos por 30 euros.
- Tem carro?
- Olhe, vamos parar por aqui. Não estou mesmo interessada. Desculpe. Obrigada. Boa tarde.

weeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee


segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Amor e uma barraca | Capítulo IV

A introspecção não era o forte de Rosinha, ela sabia disso. Mas, ainda assim, fez um esforço para elencar os prós e os contras das duas decisões possíveis. Não a incomodava lavar o trapinho a mão, mas, na verdade, sempre foi uma pessoa sociável e o convívio nestas coisas tinha o tal “je ne sais quoi” de interesse. A decisão estava tomada, juntou as letras e carregou em enviar:

- keres ka vir???? sempre gostava d ver as tuas habilidadis…… lol
- já tou a ir, cara linda!!!!!!!!!

Tinha todas as indicações e a referência dos vasos com as flores de plástico, mas não foi fácil encontrar o moderno monobloco no meio de todos os contentores. Cajó tocou à campainha e Rosinha não se fez esperar muito. Ali estava ela de verde néon imaculado com pouco para deixar à imaginação. Cajó não se fez rogado e assentou-lhe uma palmada no rabo como símbolo do mútuo acordo. Rosinha retorquiu-lhe o aviso:

- Estás preparado, chérie? Aqui a menina não aceita só o que lhe dão. Gosto de explorar vários pontos de vista. Nem o cansaço me faz baixar os braços. Não aceito desculpas, se a compreensão fosse o meu forte, seria missionária. Mas essa nunca foi a minha posição!

Cajó engoliu em seco e deixou-se levar para dentro.

Nota da autora: Estou a ficar com medo da Rosinha!

Quem conta um conto

Às voltas para estacionar, deparo-me com o cartaz de uma encenação do “Um Conto de Natal”:

- Olha, Um Conto de Natal… Conheces a história?


- Tenho uma ideia da história…


- Eu conto-te rapidamente. Tens uma personagem, o Scrooge, que é cheio da pasta, mas é agarrado ao dinheiro para caralho. Não dá mesmo nada a ninguém, só dá se deixar cair! Depois há o empregado dele, o Cratchit, super feliz e mega pobre. Tem quatro filhos, um deles, o Tim, é um vidrinho de cheiro e tem uma doença fodida que lhe afecta as pernas, coitadinho. Na véspera de Natal, o Scrooge, recebe a visita do fantasma do sócio que se queixa da sua vida pós-morte, e este, o sócio, dá-lhe o toque sobre a visita de três espíritos. Pronto, o primeiro a aparecer é o do Natal Passado, aqui o Scrooge revê a infância feliz durante o Natal. O segundo espírito é do presente, onde ele vê a miséria do empregado e “a alegria da pobreza está nesta grande riqueza de dar e ficar contente”. O último é o Espírito do Natal futuro que lhe mostra a morte solitária, sem amigos, sem família, sozinho como um cão. O avarento percebe a mensagem, vai passar o Natal com o empregado e torna-se amigalhaço do pequeno Tim, o coitadinho.


- Tens a noção que Dickens, neste momento, deve estar às voltas na tumba.


- De contentamento, só pode! Olha, queres que te faça a sinopse do “Guerra e Paz”? Se precisares, também posso resumir as Fábulas do La Fontaine ao teu filho: Era uma vez uma puta de uma cigarra, uma sostra do pior que não fazia um caralho…

Alergias

- Vai começar o Festival de Cinema Luso-brasileiro de Santa Maria da Feira, queres ir?
- Vou, nunca fui. Em princípio vou gostar, adapto-me bem a tudo. Só não me adapto à fome e à porrada.
- Então não alinhas numa de Bondage?
- A comida é boa? Mas não, não alinho. A violência aflige-me e sou alérgica à porrada. Onde me acertam, fico inchada e vermelha.