quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Fluência

Regressados de Adis Abeba, Etiópia, contam-me a visita pelo mercado e ele diz-me “nem imaginas a vezes que lhe disseram I love you e nem se importavam com a minha presença”. Sem pensar, disse que deveria ser como em Marrocos. As mulheres estrangeiras são vistas como passaportes. A intenção não foi pôr em causa a beleza dela e tenho a certeza que isso, a beleza, não passou despercebida. Paciência, saiu-me e contei a história do marroquino que, na Praia Aglou em Tiznit, nos convenceu a ir ver os artesãos a trabalhar a prata. Depois da visita, fomos lanchar. Ele pediu uma Fanta, fomos falando, arrotou alto e a bom som - não estava à espera, pensei que fosse mito - e a determinada altura disse: só há duas maneiras de sair de Marrocos, ou tens dinheiro ou casas com uma estrangeira. I don't have much money and no woman, no cry.

4 comentários:

  1. Verdade em Marrocos são muito galanteadores:)

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  2. Se uma pessoa não confiar no romantismo de uma Fanta arrotada, vai confiar em quê? Este Natal vou pedir um Mundo sem fronteiras. Beijo, V.

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    1. Não sei se é romantismo, mas genuíno é de certeza. E se é verdadeiro, só pode ser de confiança.

      Vou pedir o mesmo este Natal. Beijo.

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