sábado, 2 de agosto de 2014

Não sei que título lhe dar

A P. teve uma madrasta à moda antiga. Uma madrasta de contos de fada, uma madrasta má. A P. teve (tem) um pai à moda antiga, um pai ausente que agora, vendo-se sozinho, quer recuperar o tempo perdido sem reconhecer o mal que deixou (causou) fazer.

A P. tem olhos de Elizabeth Taylor, ela não é gira. A P. é lindíssima. E interessante. Mas ela não acredita nisso. Para ela, todas as outras é que são tudo. Podem ser vesgas e ter dentes tortos, podem não saber nada sobre nada, isso não lhe muda a opinião. A P. profissionalmente é uma máquina, não tem hesitações. Nas relações com o sexo oposto, entre o que lhe interessa e o que está interessado, escolhe o interessado para evitar a potencial rejeição. A P. diz-me que "quero ser cabra, estou farta de ser ovelha". Eu digo-lhe que não tem de ser cabra para as coisas resultarem, só tem que ser como é e sem receios.

A P. decidiu ir sozinha aos Picos da Europa. Diz que precisa de ficar em paz com ela. Não consegui demovê-la. "Se te vires em apuros, liga-me. Vou buscar-te a qualquer lado!", disse-lhe eu. E, agora, estou aflita porque ainda não me respondeu à mensagem de hoje. É nestas alturas que gostava de ter um taco de baseball e acertar algumas contas. Como sei que não sou capaz, iria ficar com remorsos (maldita catequese), resta-me relaxar.

6 comentários:

  1. não sei o que comentar. ainda que a boca esteja cheia de palavras. às vezes é preciso ir aos picos de qualquer coisa. na ida, e na vinda, saber que há quem esteja à espera de resposta à mensagem enviada. não é preciso tacos de baseball.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Já me respondeu, mas não sei se a viagem lhe deu as respostas todas.

      Eliminar
  2. não há-de ter dado, que a geografia não impede que os problemas viagem conosco. às vezes, a viagem torna-se importante apenas por que nos dá uma pausa.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. E isso não é necessariamente mau, não é? Gostava mesmo de a conseguir ajudar...

      Eliminar
  3. claro que não, muito pelo contrário. para ajudar, quase sempre, é só necessário ela saber que estás.

    ResponderEliminar