sexta-feira, 9 de agosto de 2013

A sustentável leveza da merda

A cena aconteceu na caixa do hipermercado. Sapatilhas da Nike e telemóvel última geração para desabafar as contas do Rendimento Mínimo com a amiga:

- Só recebes duzentos e tal?! Eu recebo 350. Meti o "coisinho" e o menino, só não vou meter a minha filha porque o pai dela dá-me 150 euros por mês e posso perder a parte dela. Não sei se sou obrigada a meter, tenho que falar com a doutora, mas faço de conta que ela está com o pai. Olha, sabes o que me aconteceu?! Apareceu o "pica" no autocarro, não comprei bilhete para a menina e o filha da puta pôs-me fora do autocarro! Nunca comprei o passe para ela e, quando morava aqui, nunca apareciam os picas agora estão sempre a aparecer. Deixei a miúda na minha mãe. No metro?! No metro apanhei para aí umas 10 multas, mas nunca chegaram a casa. Dei sempre mal a morada!

Não sei como continuou ou acabou a conversa, segurei-me para não lhe dar com os 48 rolos de papel higiénico marca Continente nas trombas. A minha esperança é que quem precise mesmo destas ajudas também as receba, não me revolto com as ajudas sociais. Mas assistir a esta conversa de quem não trabalha e ainda insulta com alarido quem o faz, confesso, tirou-me do sério e fez surgir em mim instintos violentos.

6 comentários:

  1. 48 rolos de papel higiénico nas trombas seria pouco :/

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    1. Não tinha mais nada à mão e tive medo de estragar as outras coisas.

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  2. Por mim era dar-lhe com os 48 rolos mas era depois de usados!
    Irra!
    Fico piursa!

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    1. Vontade para o fazer não me falta... Não sei o que se passa com as pessoas. Há cada vez mais gente a orgulhar-se de viver à custa de subsídios. O que será delas e e dos filhos delas no futuro?

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  3. Era teres comprado antes um conjunto de facas... :D

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