terça-feira, 17 de junho de 2014
As montras da Crise
A amiga Olga foi, ou melhor, é fotógrafa. Há coisas que nunca deixamos de ser mesmo quando já não o fazemos profissionalmente. Foi fotojornalista e as suas fotografias não são só e apenas bonitas. Uma imagem vale mais que mil palavras e todas as imagens trazem informação. Mas há umas que trazem mais que outras.
Captou imagens da baixa do Porto. Mas não foram as imagens dos postais. E, ao ver a sua exposição, consegui perceber o que tem passado por mim invisível: um sem número de lojas fechadas, entaipadas e cobertas de arte urbana que camuflam a história de vida de quem ali trabalhou anos a fio. O passado cada vez mais presente em pleno coração da cidade, o palco da movida portuense. E o mais triste é admirarmos o grafitado sem pensar nas pessoas arrancadas dali. Fiquei triste por saber que a Livraria Leitura na Rua de Ceuta fechou, mas a fotografia que não me sai da cabeça é a do recado manuscrito colocado na montra. Não consigo decifrar se é ironia ou gratidão: Agradeço a todos os meu clientes que estiveram comigo até ao fim.
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Acho que é gratidão. Se calhar, eram poucos, mas bons :)
ResponderEliminarSe calhar é mesmo gratidão :) Se calhar estou a confundir mágoa com ironia.
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