terça-feira, 6 de maio de 2014

Crónicas de uma viagem: Jantar com Catatau e companhia

“Olá, turista! Fiquei de me encontrar com os primos do H. às 20h nos Armazéns do Chiado. Sempre jantamos ou encontramo-nos depois?”: Jantamos convosco!

Regressar ao hotel não tinha nada que saber. Era só fazer o caminho contrário, não é? Errado! Foi um processo moroso e complicado. Mas o importante não é ganhar ou perder, o que interessa é chegar à meta. Banho tomado e, mais uma vez, metro Baixa-Chiado. Com tanto atraso, chega mais uma SMS da Catatau: “Estamos no bar panorâmico do Hotel Chiado. É mesmo ao lado dos Armazéns. Vês a cidade. É mesmo giro!”


Hotel encontrado e toca subir até ao bar. À saída do elevador, vejo um corredor enorme, avançamos a medo e com o sentimento de mitra a bafejar-nos o pescoço: vão agarrar-nos e pôr-nos porta fora! Vou inspeccionando as portas abertas e “parece-me ter visto um braço no ar!” Volto para trás, confirma-se: estão aqui! Apesar da noite enublada, deu para perceber que estávamos numa posição privilegiada para apreciar uma vista realmente fantástica.


Jantar na Casa da Índia, junto ao Largo de Camões, grelhada mista para eles e costela de novilho para nós que “estou a fazer uma desintoxicação de porco”. Toma-se o café e siga para o Bairro alto, “vamos a um bar que só tem coisas portuguesas. Era muito pequeno, mas acabaram por aumentar o espaço”: voltamos ao bar da Super Bock preta. Óptimo! Fala-se de artistas literários e plásticos antigos que só vendem agora e de artistas literários e plásticos de agora que, não negando alguns bons trabalhos, são levados ao colo. Finalizada a conversa com o acabar do copo, arranca-se para outro poiso.


É no Clandestino que assentamos os arraiais. O H. manda vir shots de whisky para todos que, mesmo não estando uma noite fria, a malta de Trás-os-Montes gosta de se sentir quentinha por dentro. Deduzo que seja esta a razão, não perguntei. Bebi e calei! 


De volta ao mesmo local da noite anterior, faz-se sinal ao táxi que nos levará de regresso. Com duas noites seguidas de Bairro Alto nas pernas, não há forças para encetar o diálogo. Vai ser chegar e pagar:


- Quanto é?


- Seis euros e meio.


- Desculpe, havia alguma razão para ontem ser mais caro? Ontem era feriado, hoje é sábado…


- Não, não há razão.


- Um colega seu, ontem, levou-nos nove euros e meio. E entramos no mesmo local que hoje.


- Pois… depende do trânsito… Se calhar… apanharam trânsito…


- Não, não apanhamos. Mas, pronto, o senhor só pode responder por si, não é? Boa noite!


- É... Boa noite!

Lição: Confia nos teus instintos, não acredites em tudo o que ouves e não acredites naquilo em que desejas acreditar sem levantar questões. Mas se ainda assim acreditares, não te sintas mal por isso. O problema é deles, não é teu. Quem se gaba das boas acções cometidas, quem se arma em ente com moral e ética superior à restante humanidade tem um destes dois motivos: enganar os outros ou enganar-se a si próprio.

2 comentários:

  1. Lição aprendida :D Raios parta o Amor!

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    1. Puta que pariu o Amor! Quem é que ficou com o cartão? Vou telefonar-lhe :D

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