terça-feira, 29 de abril de 2014

Crónicas de uma viagem: Destino Baixa-Chiado


Chegada ao Hotel, vá, Residencial é o mais aplicável. Mas o que importa é que era limpinha e hoje em dia ter expectativas muito altas só traz chatices. Adiante, pousaram-se as malas e siga para o metro que não há tempo a perder.

Pé fora da estação e ao longe os Armazéns do Chiado: vamos lá! Na passagem pela Igreja Paroquial do Santíssimo Sacramento, ouve-se o Lara do Dr. Jivago tocado por um senhor de fato preto. Ficamos até ao fim e gastamos a cota de dinheiro destinada aos artistas.


Seguimos por ali abaixo sem noção de direcções ou sítios a visitar. Sem querer chegamos ao Arco da Rua Augusta e escolhemos a esplanada. Começam os helicópteros a lançar os cravos. A senhora estrangeira com a insolação no rosto - loira, olhos azuis e hiper-mega-super vermelha que até dava dó - que também vinha no metro, perguntava-nos se eram flowers. Yes, yes, são flowers, respondi. 


O empregado da esplanada, que já se tinha passado comigo porque lhe pedi um de chocolate apontando para a fotografia do waffle, traz o pedido. E, como quem não chora, não mama, chorei por mais chocolate no meu waffle. Ofereceu resistência, mas lá se comoveu. Levou o waffle e trouxe-o com mais um mísero risco de chocolate. A cena dos cravos incomodou-o, mas foi a oportunidade para fazermos as pazes:

- A Troika já foi embora?


- Acho que ainda não.


- Dizem que há crise, mas hoje até parecia fim do mês. Gastou-se aqui muito dinheiro!


- Acredito, mas nós não gastamos muito… até vamos dividir o café!


- Então é melhor trazer outra chávena!

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