quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Sem televisão e sem internet

- Nem pude ver o debate de ontem… sinto-me lesada!

- Ficarias lesada se visses. Vi pouco, e mesmo assim foi demais. Nódoas.


- Vês? Fui lesada. Nem posso falar mal do debate!!!! Não tenho conversa para hoje, as minhas relações sociais foram afectadas. Sinto-me lesada! Só eu é que li a metamorfose ontem e isso vale-me de quê ao nível das conversas de café? Nada, zero, nicles!


- Podes sempre fazer alusões ao debate, remetendo para passagens do livro. Coisas genéricas (que não passou disso) para o concreto do imaginário kafkiano. Paradoxo do concreto do imaginário – Lindo!


- Ui, achas? Pode ser arriscado! Quem é a barata que sai do quarto para azucrinar os elementos da família? O Sócrates?


- Claro.


- Parto dessa realidade para a conceptualidade da metamorfose?


- Não sei se o Sócrates chega aí ou fica no estado “baratal”.


- E também não sei se é ele que morre, ele mata. Certo? A transformação dele transtorna todo o universo familiar. E poderá não ser recuperável ainda que possa parecer que sim!


- A transformação do Sócrates transformará toda a família socialista numa massa homogénea, acrítica?


- Pode acontecer…


- Ficaste a ganhar.


- Ele é barata porque se tornou igual a todos ou porque é diferente? Ò pá, acabei de ler o livro ontem. Ainda estou na zona do literal. Ainda não cheguei às metáforas. Os próximos dias vão ser passados a pensar, digerir e a interpretar o que li.


- Liga à Meo e agradece!

2 comentários:

  1. E ainda lhes podes meter um processo em cima alegando a 'Perda de Chance' de comentares no teu blog o lai lai lai e ganharias de certeza. Ficar sem ver o debate deve ser das piores coisas que te poderiam ter acontecido nos últimos tempos.... um horror.

    (Para entenderes essa coisa kafkiana é leres a Arte do Romance do Milan Kundera que ele explica buéda bem essa cena marada da Metamorfose.)

    ResponderEliminar