A minha família nuclear que se estende até aos meus sobrinhos tem um largo historial de “duro de ouvido”. Ninguém ouve o telefone. E isto acontece principalmente quando é urgente que alguém atenda o telefone. Às vezes até são telefonemas feitos a pedido dos que não atendem. Também acontece comigo, o não ouvir, mas “pimenta no cu dos outros para mim é refresco”.
Voltando às inúmeras tentativas de contacto sem resposta que já me deixaram com os nervos em franja. Há uma que recordo devido às proporções alcançadas: meti-me no carro, a ferver e com vontade de partir todos os aparelhos feitos para comunicar e que não são usados, e voei até à casa dos meus pais. Estacionei e o telemóvel tocou. Devolveram a chamada. Falamos o que havia para falar, não me descosi e voltei para casa.
E esta conversa porquê? Porque fui levar o meu sobrinho a Vila Real e obriguei-o a prometer que me iria atender o telefone sempre. Não consegui o sempre, mas disse-me que me enviava uma mensagem todos os dias a dizer que estava bem.
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