segunda-feira, 8 de junho de 2015

Ela está no meio deles

Não é novidade nenhuma que a vizinhança de cima tem uma predilecção pelo meu terraço no toca a atirar ou deixar cair coisas. Mas, confesso, com esta não contava.

Regresso a casa depois de uma manhã passada da praia, assim que encosto a chave à porta, vem a vizinha disparada a chamar por mim e a pedir-me desculpa. Sabia que tinha um gato, agora fiquei a saber que tem duas tartarugas e, para lavar o aquário, pôs as bichas na varanda. Uma das tartarugas, “a mais maluca”, atirou-se para o terraço. Fiquei branca, imaginei de imediato um cenário de ‘quelonicídio’ perpetrado pelos cães e pelo gato que também não é muito certo das ideias:


- Ui, os cães mataram-na! Está morta?
- Não, ela andou a passear com eles. Não contava que ela caísse, desculpa.
- Mas se calhar já está morta, eles mataram-na!
- Não, o meu filho esteve sempre a vê-la. Andou a passear. Só a deixamos de ver há pouco tempo! Desculpa…


Entrei em casa a medo, dirigi-me de imediato para a cozinha e lá estava ela de patas para o ar e cheia de pêlo de cão. Coisa mais fofa, praticamente uma bolinha de algodão. Mas estava viva, lá isso estava. Agarrei na tartaruga, não dei tempo para se despedirem e entreguei-a a seu dono: Olha, é melhor dares-lhe um banho.

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