quinta-feira, 2 de abril de 2015

Capítulo XI - A chave

Trailer - Palmier Encoberto
Prólogo - Xilre
Capítulo I - Calma com o andor
Capítulo II - Dúvidas Cor de Rosa
Capítulo III - A Mais Picante
Capítulo IV - Mirone
Capítulo V - Pasme-se quem puder
Capítulo VI - A Uva Passa
Capítulo VII - Kiss and Make Up
Capítulo VIII - Amor Autista
Capítulo IX - Talqualmenteoutro 

Capítulo X - Linda Porca

C H A V E - curioso, sempre pensou que fosse com X como o “axo” das mensagens que troca com Carlos. Deteve-se pouco com este pensamento, o ecrã pedia-lhe uma fotografia de perfil. Olhou em volta. Procurou ideias nos borrões de Rorschach das paredes carunchosas. Paredes tão carunchosas como a velha que lhes ofertara a cama. A cama que agora era a ilha dos amores. É isso! - pensou, inseriu as palavras “mulher” e “Camões” no campo de pesquisa. Escolheu a mais loira e a mais jovem imagem que lhe apareceu.

Filhos. Amor. Carlos. Era sobre isso que ia escrever, estava pronta. Começou a juntar as letras, mas, delete-delete-delete, não lhe saía nada de jeito. Só conhecia os filhos dos outros que poderia dizer sobre a parentalidade? Nada. “Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Decidiu avançar para o amor e seleccionou o tema no Citador. Começou pelas frases mais pequenas - “Ama-se quem se ama e não quem se quer amar”, “O único antídoto contra a morte, a idade, a vida vulgar, é o amor”, etc. -, apontou-lhes o autor, ajeitou as imagens em cor-de-rosa e clicou compulsivamente no publicar. Feito. Agora, agora era a vez de Carlos:

Carlos e eu, Eduarda, nascidos e criados na Maia. Tantas vezes despejados e tantas outras regressados, regressados como filhos pródigos. Não fossem os entraves do pai dele e da minha mãe e o amor teria mais anos, menos interrupções. Almas gémeas, é isso que somos, metades de um todo. Tão parecidos como a farinha do mesmo saco ou produtos do mesmo molde. E não é comum duas pessoas darem-se tão bem. Há irmãos que não se dão tão bem, são como Caim e Abel...

Parou de escrever. Incomodou-se com as linhas demasiado fraternas. Recuou alguns anos. Precisava de ter a certeza. Sentiu que para avançar, teria de matar ou morrer. Será esta a chave?

4 comentários:

  1. Ardo em curiosidade em saber que estilo de blog (graficamente falando) sairá das mãos da Maria Eduarda :D
    Lança lá a batata quente para outra pessoa, para se revelar mais desse conteúdo!

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    1. Estou indecisa na pessoa, mas vou lançar a batata quente :D

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  2. mais um relato a valer a pena, mais um capítulo a definir-se como imprescindível na continuidade de uma história, que não me parece esteja fechada a sete chaves. Gostei muito!

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    1. A narrativa também não me parece fechada, a ver como continua :-) Obrigada, tive a ajuda da antecessora :-)

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