quinta-feira, 28 de março de 2013

Julgar a revista pela capa


Um dia destes que não hoje, talvez o faça para a semana, procederei à análise de capas das revistas cor-de-rosa. Normalmente só tenho acesso às capas porque recuso-me a gastar dinheiro neste tipo de publicações. Não posso falar em publicidade enganosa escarrapachada na capa, mas que há um exagero na escrita das chamadas da capa, há. Sei estas coisas porque leio as revistas à borla no dentista e no cabeleireiro. E o melhor local para as ler é no cabeleireiro, tem as edições da semana. No dentista, a coisa anda mais atrasada. Mas também são úteis para perceber como funcionam as revistas e basta ver a capa para perceber o que vai lá dentro: o drama de uma estrela ou VIP chunga é um drama relativo.

Venha quem vier e haja o que houver

Fica aqui a promessa, amanhã, se Deus quiser e a vizinhança deixar, dormirei até que as costas me doam.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Conta-me como foi nas Fontainhas

Foto: JMMGomes
Até aos cinco anos morei nas Fontainhas. Era diferente. Havia entreajuda na vizinhança. Era quase tudo velhote. Para mim, na altura, pareciam-me terem quase 100 anos. Lembro-me da Dona Laidinha de cabelo branco e óculos de massa preta, a Dona Laurinda que usava peruca e bebia uns copos, a Dona Gusta que devolveu o bife já cozinhado ao senhor do talho porque era duro. O senhor do talho comeu-o e disse que estava bem temperado.

A minha irmã reunia o consenso de todas as velhotas: era a criança perfeita! Inteligente, calada, doente, não corria e não suava. Por mais que tentasse, não as conseguia cativar. O meu cadastro infantil apresentava duas inundações provocadas antes dos cinco anos e em domicílio alheio.

Havia a Dona Teté. Não morava nas Fontainhas. Morava na Alexandre Herculano. Não morava numa casa com quintal. Morava num apartamento com marquise. Uma coisa estranha para mim. Mais estranho ainda era ela chamar o Sr. Alves por “Sr. Alves”. Nunca o conheci pessoalmente. Só passado uns anos é que compreendi porquê. Eu não sei qual era a origem do senhor, só sei, ou melhor, juntei o 1+1 e perguntei à minha mãe: a dona Teté era a ‘outra’! Apesar de todas as senhoras irem à missa, não havia nenhuma que condenasse a Dona Teté. Aliás, ela só não alinhava na sueca porque não sabia jogar.

A dona Laurinda, a que usava peruca e bebia uns copos, tinha um filho e uma nora. Nunca os vi. A peruca era preta e, com o passar dos anos e o aumentar da dose, era-lhe cada vez mais difícil manter a dita no sítio. O cabelo dela era completamente branco, mas tinha cabelo. Podiam ter avisado a senhora que pintar o cabelo era o mais adequado à condição dela. Na altura o meu pai tinha galinhas. Quando tinha um galo, a dona Laurinda não podia saber. Eu e a minha irmã éramos treinadas para enfrentar o interrogatório mais insistente. A senhora adorava cabidela de galo. Quando tomava conhecimento da existência do galináceo, este, invariavelmente, ia parar ao tacho. A dona Laurinda era muito insistente, chegava a oferecer 5 contos pelo bicho e pela almoçarada lá em casa.

Já há algum tempo que não repescava nada do antigo blogue, mas, ao ler Demolições na escarpa após derrocada, lembrei-me das Fontainhas.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Porque hoje é segunda e sexta é feriado

Como dar um nó cego no cérebro de um empregado de mesa:

- É para pagar tudo junto, é separado?
- Sim, tudo junto é separado. Separado é tudo junto.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Quando eu for grande

Nos dias em que me sinto mais cansada, refugio-me no meu sonho de velha. Eu sei que há quem tenha sonhos de criança a realizar num futuro mais próximo, mas eu tenho um sonho para quando for velha. Sonho com o dia em que vou poder estourar o guito do PPR em Benidorm, anseio estender a minha pele encarquilhada ao sol e besuntar-me com uma mistura de bronzeador de monoï e remongel. E beber cerveja, não quero bebidas estranhas com sombrinhas. O meu campo de visão já não será grande coisa e não quero lesionar-me.

Nunca fui a Benidorm, mas as velhas dizem bem daquilo.

Dia Mundial da Poesia

Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro. 

Mário de Sá-Carneiro 

quarta-feira, 20 de março de 2013

Dia Internacional da Felicidade

O que me faz feliz não traz necessariamente felicidade aos outros. No entanto, precisamos de outros para ser felizes. Ontem disseram-me que não se é feliz sempre, há momentos felizes. Se assim for, seremos uns tristes em episódios felizes.Também me disseram que devemos procurar a nossa felicidade de forma a contribuir para a felicidade global. Será essa felicidade global um somatório de felicidades individuais?

Não é fácil falar sobre a felicidade sem parecer maluco.

Tomates cherry, não tenhais medo!

Sempre que entro no supermercado e vejo as caixinhas dos tomates cherry, apetece-me agarrar neles e fugir. Vê-los assim, tão pequeninos e à mercê da dentição de qualquer um, faz crescer em mim o desejo de resgatá-los a todos.

terça-feira, 19 de março de 2013

A propósito do dia do pai

O meu pai não é o melhor do mundo. Mas gosto dele, é o meu pai. Não digo isto com mágoa, digo-o com resignação e aceito os seus defeitos tal como espero que ele aceite os meus. Conforme fui crescendo, percebi que ele não era nenhum super-herói. Sei que ele não teve um pai à altura e também sei que o meu pai não quis falhar comigo. E isso basta-me.

Grilo, grilinho sai do buraquinho


Licença para ser chato

Levantar questões é importante, mas questionar apenas por questionar é um bocado chato. Porque, basicamente, levantar problemas constantemente torna-nos problemáticos. E às vezes até temos razão. Mas, na verdade, o que começa a parecer que só existimos para dizer mal, nunca está nada bem, nunca está nada mais ou menos. Está sempre tudo mal. Por isso, o ideal é deixar de ser chato porque ao fim e ao cabo só não há é solução para a morte.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Dai-me paciência

Não sou uma pessoa violenta. Mas a paciência esgota-se e, às vezes, tenho vontade de rachar uma cadeira ou outra coisa qualquer na cabeça de algumas pessoas.

Não dei conta de nada

Desde quando é que os miúdos do secundário exercem a tradição americana do “Spring Break”? A malta não vê filmes? Há sempre desgraças a acontecer!

sexta-feira, 15 de março de 2013

That's what friends are for

Vou ser obrigada a fazer um intervalo na sequência do Zapping. A minha fiel leitora diz que não aguenta um Zapping IV. Por isso, e antes de avançar para o conceito artístico do "World peace", vou falar-vos por alto de duas amigas minhas. Estas amigas não moram perto de mim e uma está mais longe do que a outra, mas quando nos encontramos, pessoalmente ou virtualmente, acaba sempre por surgir uma ideia genial sem ser preciso ingerir álcool. Algumas ideias são postas em prática e outras morrem logo à nascença, facto que não diminui em nada a genialidade e apenas significa que não temos tempo para as pôr em prática. Mas há uma que eu gostava que visse a luz do dia. É uma espécie de conceito artístico que assenta no "públicas virtudes, vícios privados". Todas temos amigos que publicamente seguem uma ideologia social, mas que não resistem a dar uma facadinha na ideologia e continuam a afirmar-se como seguidores dessa ideologia. Temos outros ligados à arte, vivem a arte e, por vezes, têm gostos um bocadinho duvidosos e debitam informação artística recheada de superioridade intelectual e incompreensível ao comum mortal. O "World peace" será uma espécie de instalação artística sobre a hipocrisia e a soberba. E o nome terá um trocadilho, mas não o vou revelar já!

To be continued...

quinta-feira, 14 de março de 2013

Zapping III

Voltando à temática voyerista documental dos canais cabo, o TLC tem uma oferta vasta. Não vejo a oferta toda, vejo algumas coisas e o Strange Attraction é uma delas.Todos os temas abordados são de carácter sexual, mas nem todos são relacionados com atracções estranhas. Alguns são relatos de barreiras físicas ou psicológicas para a realização do acto sexual. E não é isso que me causa confusão, o que me causa confusão é ver um casal de meia idade a desperdiçar dinheiro. Eu compreendo a necessidade de um rejuvenescimento vaginal, dois partos normais devem criar ali alguma folga. Não consigo é compreender a reconstrução do hímen como prenda do 40º aniversário de casamento. Investir tempo de recuperação e dinheiro numa cirurgia para estragar logo de seguida o trabalho feito, sinceramente, para mim, isso é deitar dinheiro fora. E, além do mais, até acredito que isso, fisicamente,  faça uma diferença positiva ao marido. Mas tenho dúvidas em relação à mulher. Eu não gostava de passar por isso outra vez.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Não é um big brother, é um Biggest Loser!

Sopa e legumes cozidos na ementa dos cardeais enquanto durar o conclave

Zapping II

O texto de ontem serve de introdução e de desculpa para o meu actual modo de vida como telespectadora. Os canais cabo andam a repetir as temporadas das minhas séries preferidas. Sim, eu sei que podia ver online as temporadas mais recentes. Mas eu sou da escola antiga, gosto de ver na televisão e esperar pelos novos episódios. Perante este cenário repetitivo, resolvi explorar os "milhentos" canais que o cabo oferece e descobri a voyer que existe em mim. Ver a desgraça e o dia-a-dia da vida alheia plasmada em documentário é motivador. Soltar juízos de valor acerca de pessoas que não conheço, que nunca vou conhecer e que não se importam com o que eu penso, é relaxante. 

Eu ando a ver merda na TV e agora?

terça-feira, 12 de março de 2013

Zapping I

Gosto de terminar o dia a ver televisão. Podia ler um livro? Podia, mas não o faço. Ler implica raciocínio, implica um processo de descodificação mais elaborado que ver televisão e sinto-me cansada para o fazer. Não leio livros para adormecer, é a televisão que me dá sono. Estico-me na cama ou no sofá a apanhar as ondas hertzianas e é tiro e queda. Adormeço como um anjinho. Para me dedicar à leitura, espero pelas férias. Vou pesquisando e colhendo opiniões sobre novos e velhos livros. E quando chegam as férias, tenho à espera o meu monte de livros onde nunca falta Conan Doyle.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Fanatismos

Até gosto de determinado conceito, simpatizo com ele e até nutro algum respeito. Mas quando conheço alguém obcecado por esse conceito, penso que afinal não gosto assim tanto dele.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Esclarecimento

Eu não tenho nada contra o Dia da Mulher. Mas há formas de celebrar que me metem confusão. Na minha opinião, algumas dessas formas até desvirtuam o propósito e significado do dia.

E agora, o que é que eu faço a isto?

A oferta para almoçar não era a melhor, mas ofereceram-me uma flor.


What happens in Covilhã, stays in Covilhã.

Foram motivos escolares que me levaram até à Covilhã, se assim não fosse, eu nunca saberia que no nosso Portugal há uma localidade que celebra o Dia da Mulher em grande.
Já tinha ouvido falar da noite em que todas as mulheres, novas e velhas, saem à rua. Mas foi só no terceiro ano que ganhei coragem para confirmar o mito.

Tudo começou numa habitação na Estrada do Sineiro e não posso dizer mais nada. My lips are sealed. Há mães de família envolvidas na história e fizemos um pacto. O que lá se passou nunca poderá ser revelado. Não foram orgias nem sevícias, não houve africanos musculosos de tanga nem esqueléticos da Boidobra. Apareceu um equipamento do Benfica, mas quem o vestia não era oficial. Sim, havia elementos do sexo masculino e do sexo feminino.Também tivemos uma DJ que esteve à altura do acontecimento. Nessa habitação da Estrada do Sineiro, onde a desgraça começou a ser desenhada, não houve indecências nem crime, ou melhor, o único crime que aconteceu foi o atentado ao bom gosto. O que aconteceu foi tão parvo e inocente que não vale a pena manchar a nossa reputação de jovens adultos. Até porque havia ali malta de economia e é chato arranjar-lhes cadastro. 

No entanto, o mais degradante ainda estava para acontecer. Depois de abandonarmos a habitação nessa noite, nem tivemos tempo para beber licor Beirão no Carapito, abalamos logo para a discoteca, a Ex-libris. Estávamos decididas, íamos assistir pela primeira vez a um strip masculino.  Chegadas ao local, confirmamos o mito: no Dia da Mulher TODAS as mulheres com idades compreendidas entre os 16 e 100 anos de idade saem à noite e homem que não seja striper não entra. Ficámos junto ao bar até começar a correria para o andar de baixo, percebemos que ia acontecer alguma coisa. Sinceramente, sabíamos que ia ser mau. Mas ninguém estava preparado para aquilo. Ver um homem hiper-mega-super-bronzeado, musculoso, besuntado em óleo e de tanga tigresse não é bonito de se ver! E perceber que a ideia dele era alcançar-nos para fazer movimentos de anca 'pseudo-eróticos' usando a nossa pessoa como varão enquanto algumas avós o apalpavam nas traseiras, é assustador e foi o suficiente para nos fazer fugir dali e esquecer celebrações futuras do Dia da Mulher.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Voluntários?

Ouvi na rádio que hoje era dia para dizer bem de alguém. Estou à espera que alguém o faça em relação à minha pessoa. Se não aparecer ninguém, terei de ser eu a enaltecer as minhas qualidades. É um trabalho sujo, mas alguém tem de o fazer.

Aqui é que eu estava bem!


quarta-feira, 6 de março de 2013

So help me God

Só peço a Deus que não haja vestígios de ADN equino e contaminação de merda no sumo de mirtilos vermelhos porque, se isso acontece, estarei perante o verdadeiro três em linha.

Problemas logísticos

Apesar da data de vacinação não ser coincidente nos dois canídeos, vão sempre os dois à clínica veterinária. Assim, vão mais relaxados pois nunca sabem quem é que vai ser picado e quem vai apenas em passeio. E a veterinária também gosta sempre de ver os dois. O sábado passado foi a vez da cadela ser vacinada. Chegada a nossa vez, entramos no consultório. São precisas três pessoas para colocar a cadela na marquesa. A dificuldade em pegar nela nada tem a ver com o feitio da bicha, é um problema de tamanho e, por consequência, de peso. Depois de vacinada, foi-lhe feito também um pequeno check-up que envolve auscultações, uma olhadela à dentição, um termómetro espetado no rabo e uma passagem pelas partes íntimas que resultou na seguinte pergunta: ela costuma lamber-se com frequência? Confesso que não soube responder à pergunta da frequência, para mim a piada 'lambem-se porque podem' não é de todo descabida. A veterinária lá chegou à conclusão que a cadela não teria uma vaginite, mas sim uma irritação exterior, ou seja, uma dermatite. O tratamento prescrito foi lavar a zona afectada com um produto próprio para a lavagem íntima. Fiquei apreensiva - Valha-me Deus, como é que eu vou sentar uma Rafeiro do Alentejo no bidé para proceder ao banho checo? Comprei o Dystron e preparei-me para lavar a cadela por baixo, enfiei-a a muito custo na banheira e consegui não dar nem tomar um banho completo. Foi um processo demorado, mas considero que podemos falar em prova superada.

Nota: Quem tem animais deve estar atento a mudanças de comportamento ou de estado. Estas pequenas alterações podem ser indícios de problemas de saúde e, às vezes, só damos conta quando já é muito grave.

terça-feira, 5 de março de 2013

O exercício físico não mata, mas faz tentativas

Há quinze dias tentaram matar-me, levaram-me à falsa fé para uma aula de trinta minutos de abdominais. A semana passada sugeriram que fizesse abdominais com carga e entregaram-me uma rodela de cinco quilos para apertar contra o peito. Disseram eles que "quanto mais longe a carga estiver do abdominal mais o abdominal trabalha". Afastei a rodela do peito e acertei com ela no queixo. "É melhor manter a carga ao peito para evitar acidentes", disseram eles. Tenho medo do que possa acontecer esta semana, digo eu.

Novo Comandante promete colocar tampão no crime

PSP muda comandante no Porto

O superintendente Francisco António Bagina é empossado, na quinta-feira, comandante metropolitano da PSP do Porto.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Lá terá de ser

Tendo em conta o número de pessoas que me aborda para desabafar sobre as suas doenças, decidi que, brevemente, irei cobrar taxas moderadoras.

Se as coisa existem, logo é para serem usadas?

Quase metade dos portugueses sofre de hipertensão


- Não tenho hipertensão. Eu não reduzo ao sal nem ao açúcar. Não quero saber. Se o sal e o açúcar existem, é para serem usados.
- A heroína também existe.
- Não se pode ter um conversa contigo, pá!

Detesto que me estraguem os argumentos de um raciocínio lógico. E este, na minha modesta opinião, até era dos bons.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Pedagogia mecânica

O meu mecânico chama-se Manel, não sei se é um mecânico à moda antiga porque nunca tive outro mecânico. Mas já o vi a auscultar o motor do meu carro com uma chave de fendas encostada ao motor e a fazer ligação directa ao ouvido, não me parece um método contemporâneo. Também sei que já não é novo e que tem uma data de filhos. Dois desses filhos trabalham com ele na oficina e tiram-no do sério. Já vi o Manel a trincar a língua e a partir um chave de fendas com as próprias mãos só para não bater no filho. Uma das razões que mexem com o sistema nervoso do Manel é o facto de os filhos dedicarem-se a 'tuninficar' as próprias viaturas e esquecerem-se das viaturas dos clientes. Eu gosto de assistir a estas discussões, fazem-me lembrar as antigas comédias italianas: um grita acusações, o outro responde a gritar, depois todos gritam e os palavrões saem em catadupa. E eu fico ali, a assistir a tudo e a rir-me. Eles estão tão envolvidos na dramatização que nem notam. É tudo muito bom e eu gosto. Aprendo sempre uma expressão nova.

É um ar que lhes dá

Mais uma razão para viajarmos em classe económica.