Esplanada
Manuel António Pina
Naquele tempo falavas muito de perfeição,
da prosa dos versos irregulares
onde cantam os sentimentos irregulares.
Envelhecemos todos, tu, eu e a discussão,
agora lês saramago & coisas assim
eu já não fico a ouvir-te como antigamente
olhando as tuas pernas que subiam lentamente
até um sítio escuro dentro de mim.
O café agora é um banco, tu professora do liceu:
Bob Dylan encheu-se de dinheiro, o Che morreu.
Agora as tuas pernas são coisas úteis, andantes,
e não caminhos de andar como dantes,
chamando do fundo do meu coração.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
Ora vamos lá ver
Depositar a toda responsabilidade de ser feliz numa única pessoa não é justo para ninguém. E não funciona. Já tinha dito isto?
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
Viagem
Se não ter tempo não é desculpa, sou uma baldas. Continuo no Clube de Leitura, mas falhei os últimos dois livros: A Estrada, de Cormac McCarthy e A Viagem Vertical, de Enrique Vila-Matas. Ainda assim, vou às reuniões mensais. Não posso discutir o livro, é verdade. Assisto à discussão.
Ontem foi sobre a Viagem Vertical. Diziam eles que a narrativa começa com uma separação e esse é o ponto de partida para a tal viagem. Rapidamente passamos para a vida real e relações. Pessoas que não conseguem viver sozinhas. Pessoas que se acomodam de tal maneira que não sabem ser sozinhos. Pessoas que se fazem depender de outros e que, sozinhos, sentem-se perdidos. E o contrário, penso que será o contrário, pessoas que consideram as relações incómodas. Pessoas que precisam de estar sozinhas antes de avançar para outro ou outros. Pessoas que se sentem sufocadas com as expectativas dos outros. Pessoas que, por gostarem de alguém, aceitam que dependam deles e acabam por mudar para corresponder às expectativas de outro.
Não li o livro. Não sei o que vou ler. Não sei se há meios termos. Não sei o que será melhor. Sei o que sinto.
Comprei os dois livros e vou tratar de os ler custe o que custar!
Ontem foi sobre a Viagem Vertical. Diziam eles que a narrativa começa com uma separação e esse é o ponto de partida para a tal viagem. Rapidamente passamos para a vida real e relações. Pessoas que não conseguem viver sozinhas. Pessoas que se acomodam de tal maneira que não sabem ser sozinhos. Pessoas que se fazem depender de outros e que, sozinhos, sentem-se perdidos. E o contrário, penso que será o contrário, pessoas que consideram as relações incómodas. Pessoas que precisam de estar sozinhas antes de avançar para outro ou outros. Pessoas que se sentem sufocadas com as expectativas dos outros. Pessoas que, por gostarem de alguém, aceitam que dependam deles e acabam por mudar para corresponder às expectativas de outro.
Não li o livro. Não sei o que vou ler. Não sei se há meios termos. Não sei o que será melhor. Sei o que sinto.
Comprei os dois livros e vou tratar de os ler custe o que custar!
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Aww
O demasiado bonito sempre me fez confusão. Estou sempre à espera que apareça o erro. Não confio na perfeição. As imperfeições são para mim traços distintivos que definem a individualidade de cada um. E é por estas e por outras que decidi seguir o Tuna no Instagram e agora tenho uma data (de donos) de cães "extraordinários" a seguirem-me. Apetece-me conhecê-los todos.
Esta minha aversão ao demasiado bonito aplica-se a tudo, animais, pessoas e coisas. E às vezes sou injusta.
World domination
Eu tenho o domínio, pelo menos durante um ano. Foi um presente de Natal e o domínio é istoeassim.pt
Obrigada, coxudo!
Obrigada, coxudo!
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
Heroes
Nos últimos anos, uma coisa que me tem afligido é morrer em vão. Não quero morrer em vão, logo não quero viver em vão. No dia do meu funeral, não quero que digam “não sei do que morreu, andava tão bem. Parece impossível. Ainda na semana passada a encontrei a comprar o pão.” Não quero que me descrevam assim. Não são estas as palavras finais que desejo para mim. Já tratei de encomendar a minha música final, Guns of Brixton dos Clash. A Olga pediu-me Ziggy Stardust.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
Lamechice
Em 2015, uma no Verão e outra no fim do ano, vi duas vezes a palavra "lamechisse" escrita. Sim, "lamechisse" com dois ésses. E eu, não sendo uma pessoa melosa, senti-me duplamente ferida.
Não sou uma pessoa melosa. Juro. Eu?! Chorar de emoção? Nunca! Tenho é um problema que me faz suar dos olhos. Às vezes suo dos olhos. É só isso.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2016
Não foi mau, pelo contrário
Fui ler o que escrevi no ano passado. Fiz tudo e "mais um par de botas". Fui à Covilhã, não consegui chegar a Cannes. Mas tirei uma selfie junto a uma placa em Biarritz. Não mudei o lavatório.
O que quero para 2016?
No geral, sei o que quero. Em particular, ainda não escolhi. Resoluções de Ano Novo? As mesmas de sempre... Foda-se, eu nem gosto de números pares. Que Deus me ajude.
Qual é o meu problema?
O meu problema não é partilhar, o meu problema é não conseguir dividir-me e deixar levar uma parte de mim sem medo de a perder.
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