Pertence
ao grupo das que orgulhosamente gabam o romantismo da sua cara-metade?
Esfrega na cara das amigas a sua pretensão de superioridade com a frase
“o meu Manuel Joaquim só faz o que eu mando”? Pare, sente-se e reflicta:
é isso mesmo que quer? Um dependente infantilóide para toda a vida até
que a morte os separe? Se a sua resposta é sim, a leitura acaba por
aqui. Se este tema gera dúvidas ou a resposta é negativa, acompanhe-nos
por mais umas linhas.
Claro que não estamos aqui a defender a submissão e a aceitação do
machismo. Saber mandar tem o que se lhe diga e escusado será dizer que
não é preciso andar a anunciá-lo. Até porque o espalhar da boa nova,
vejam o que aconteceu a Jesus Cristo, pode trazer consequências
nefastas, ou seja, a perda da autoridade ou até mesmo a perda do agente
mandado – o marido ou namorado.
Para que tudo corra em harmonia é preciso incutir ao agente mandado
responsabilidade e poder decisório. Se houve tempos que gostava que a
acompanhasse e esperasse por si para fazer qualquer coisa. Convenhamos
que, hoje em dia, dá jeito coabitar com um ser minimamente independente
que saiba ir ao supermercado sozinho, elaborar uma lista de compras por
ele mesmo e saber aferir em sede própria a frescura e viçosidade dos
alimentos em apreciação. Esta dependência pode originar telefonemas
controversos, basta recordar a ligação da fruta ao mundo do futebol, ou
até mesmo culminar numa viagem a dois ao hipermercado mais próximo e à
passagem obrigatória pelos acessórios auto e pela secção de informática.
E como atingimos este nível de independência? – Perguntam vocês.
Passo a Passo e com calma, respondo-vos eu. Numa ida às compras,
peça-lhe para ficar na fila da charcutaria enquanto recolhe outros
produtos. Deixe passar alguns dias e sugira-lhe que vá sozinho comprar o
ingrediente que falta para acompanhar o prato preferido dele. Mais uns
dias e deixe-lhe uma pequena lista de compras e vá, ao longo do tempo,
aumentado esta lista até ser seguro deixar a lista de compras de parte e
o agente mandado ser capaz de sozinho conceber e adquirir a sua própria
lista de compras.
Nota: A duração da desabituação da dependência depende do grau da mesma no agente mandado. Fiz-me entender? Espero ter sido útil.
Mais uma republicação do blogue antigo.
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