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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Quem vem e atravessa o rio


Fui cicerone por cinco dias. A algarvia fez o trabalho de casa e já trazia “desejos” para visitar: Livraria Lello, Casa da Música, Serralves e o Majestic. Fomos a todos e pelo caminho ainda fomos a mais alguns. Mercado do Bolhão, Rua de Santa Catarina e a Capela das Almas, Majestic, Igreja de Santo Ildefonso, Praça da Batalha, Teatro de São João, Praça dos Poveiros, Rua de Passos Manuel, Coliseu, Rivoli, Rua Sá da Bandeira, Estação de São Bento, Igreja dos Congregados, Aliados (Guarany e o McDonald's no Café Império), Rua 31 de Janeiro, Torre dos Clérigos, Livraria Lello. Os melhores éclairs do Porto são os da Leitaria Quinta do Paço. Praça e Teatro Carlos Alberto, Praça dos Leões, Igreja do Carmo, Hospital de Santo António, Café Piolho, Jardim da Cordoaria, Instituto Português da Fotografia na antiga cadeia da Relação, Mosteiro de São Bento da Vitória, Igreja de Nossa Senhora da Vitória, Miradouro da Vitória, muralha Fernandina e ao longe a Sé e o Paço Episcopal. Avenida Marechal Gomes da Costa, Serralves, Praça do Império e Praça de Liége. Praia de Gondarém, Molhe e Homem do Leme onde se divide a Avenida em Brasil e Montevideu. Fomos da Foz, com passagem pela Docemar e os seus croissants, até à Ribeira. Massarelos, Miragaia, Alfândega, Praça da Ribeira com direito a esplanada, aquecedor e mantinha, Palácio da Bolsa, Mercado Ferreira Borges (Hard Club), Igreja de São Nicolau e Igreja de São Francisco, painel da Ribeira e todas as pontes que nos levam para o outro lado. A caminho do Jantar com a LP, Rua da Boavista, mostrei à pressa a Igreja Românica de Cedofeita, Praça da República e discutimos pela primeira vez por causa do Carlão. Cemitério de Agramonte, Bom Sucesso, Rotunda da Boavista ou Praça Mouzinho de Albuquerque, Casa da Música e Avenida da Boavista. Passeio nocturno à Rua Galerias de Paris, Rua Cândido dos Reis e Rua de Ceuta. Ainda faltou mostrar tanto no Porto e nas cidades vizinhas. Mas conseguimos dar um salto a Guimarães.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Também vou falar da sangria com pouco ou nenhum sumo


Já a conhecia pessoalmente. Conheci-a em Abril do ano passado durante um café combinado nos jardins da Gulbenkian. Mas este ano foi diferente, não tinha razões para cerimónias ou cuidados exagerados. Falamos quase todos os dias com alguns serões pelo chat. Se o blogue me trouxe oportunidades, esta foi uma delas: conhecer esta pessoa fantástica com tendência a rir das mesmas coisas parvas. Dito isto, o jantar com a mentora e a personagem Linda Porca só podia correr muito bem. Não vou falar sobre os temas abordados à refeição que nos fizeram chorar a rir. Ninguém bebeu de mais porque não é do nosso feitio. Não precisamos de ajuda extra para rir. No entanto, importa referir que nunca tinha bebido uma sangria com sabor a álcool. Sabem sempre a sumo. Vou indicar este local a amigos. Também se come bem. O chato é ter de pagar antes de comer. 

As pretas no Candelabro com o branco da
amiga 
algarvia que veio conhecer o Porto.

Saber que também fala com toda gente e que também gosta de cerveja preta bebida pela garrafa, fez-me largar uma lagriminha de emoção. A Linda Porca é uma lady com particularidades que, à primeira vista, não combinam. Tal como eu. Mas quem vê caras, não vê corações e aqui este dito é "em bom".

Da baixa com passagem pela Casa da Música até Serralves





domingo, 9 de novembro de 2014

Um facto sem interesse nenhum

Galerias de Paris é um bar na Rua Galerias de Paris. Também servem almoços e jantares. É maioritariamente frequentado por turistas ou alunos de Eramus. Basta olhar para perceber. Mas se ainda assim não estranharem os ruivos e loiros, as amazonas com gosto duvidoso no vestir, a quantidade de cerveja arrumada em segundos, as bandeiras estampadas no tronco - os portugueses, no que à parolice diz respeito, não estão sozinhos no mundo -, não há como negar a evidência quando o DJ, com tendências ‘oitentistas' e azeiteiras, atira com o "Amanhã de manhã" das Doce e, numa casa cheia, só se vêem dez ou doze dedos indicadores no ar. A cada pessoa, em princípio, calha ter dois dedos indicadores. Logo estariam cinco ou seis portugueses. Se alguns dos indicadores era meu? Não! Eu estava de saída.

terça-feira, 17 de junho de 2014

As montras da Crise


A amiga Olga foi, ou melhor, é fotógrafa. Há coisas que nunca deixamos de ser mesmo quando já não o fazemos profissionalmente. Foi fotojornalista e as suas fotografias não são só e apenas bonitas. Uma imagem vale mais que mil palavras e todas as imagens trazem informação. Mas há umas que trazem mais que outras.

Captou imagens da baixa do Porto. Mas não foram as imagens dos postais. E, ao ver a sua exposição, consegui perceber o que tem passado por mim invisível: um sem número de lojas fechadas, entaipadas e cobertas de arte urbana que camuflam a história de vida de quem ali trabalhou anos a fio. O passado cada vez mais presente em pleno coração da cidade, o palco da movida portuense. E o mais triste é admirarmos o grafitado sem pensar nas pessoas arrancadas dali. Fiquei triste por saber que a Livraria Leitura na Rua de Ceuta fechou, mas a fotografia que não me sai da cabeça é a do recado manuscrito colocado na montra. Não consigo decifrar se é ironia ou gratidão: Agradeço a todos os meu clientes que estiveram comigo até ao fim.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Crónicas de uma viagem: Taxistas de lá e de cá - 3

Trajecto Bairro Alto ao ponto X: o altruísmo e a falta de civismo

Tira-se a selfie da noite no Bairro Alto e vamos embora que o dia foi longo e cansativo. Avista-se um táxi e faz-se sinal de paragem, toca a entrar e a acertar o destino. Não se bebeu muito, mas foi o suficiente para soltar o diálogo perante a imagem de três urinadores públicos:


- Que nojo!


- Que foi?


- Não viste? Estavam a mijar na rua. Badalhocos! Que falta de civismo!


- Olhe, ali há pouco, passei por um colega que estava parado para a cliente vomitar.


- Pouca sorte, ao menos que não tenha vomitado no carro…


- E é um carro novinho!


- Coitado…


- Para bem ser, o carro devia ir à desinfestação. Hoje já não vai, só pode ir no sábado de manhã. Domingo está fechado. Segunda tem que ir a uma inspecção e só depois é que o carro pode voltar a trabalhar, Já viram? Quem é que paga o prejuízo? 


Éramos três passageiros e concordamos todos que era fodido, só não foi exactamente por estas palavras… ou terá sido? Mas pronto, sim, o homem disse desinfestação. Toda a gente sabe que para os taxistas os bêbados são praga e o vómito a sua disseminação, logo só faz sentido a desinfestação. 


Palavra puxa palavra e ficamos a saber que no ano novo o senhor traz sempre sacos no carro, que há miúdos a sair de casa com uma roupa, a trocar por outra no carro e a deixar ficar algumas lembranças para trás, que uma vez lhe perguntaram “Sr. motorista não se importa que mude as cuecas” pois a senhora estava a sair de um para entrar noutro trabalho. Até que chegamos à parte do miúdo que se distraiu na noite e não tinha outra forma de regressar a casa a não ser de táxi. O desgraçado não tinha bateria no telemóvel, não sabia o número da mãe e morava já não me lembro onde, mas que era longe para caralho (longe foi o taxista que disse e o caralho acrescento eu para dar ênfase ao dramatismo da narrativa). Levou o puto a casa, mas a mãe não estava. Ciente de que podia ficar a arder, mas confiante na boa acção, regressou sem receber e deixou ficar o cartão (ui, esta merda rima!). A plateia, que éramos nós, ficou extasiada com tamanha bondade e fomos verbalizando a necessidade da existência de mais pessoas a fazer o bem sem pensar em recompensas. Mas, nestas coisas das parábolas, o bem é sempre recompensado! Uns dias depois, a mãe do puto ligou e marcaram encontro no Colombo. Foi a família nuclear toda, não só pagaram a corrida como ainda lhe ofereceram um bolo de chocolate feito pela senhora:


Plateia: OoOoOoH que fofos!


Esta receptividade toda promoveu a divulgação de mais um episódio. Desta feita, a protagonista era uma velhinha que vinha carregada de compras e morava num prédio sem elevador. Sem pensar nas consequências, estacionou em segunda fila e agarrou nos sacos para galgar as escadas. Ao descer, encontrou um automobilista furioso que, ao saber da razão, logo se apaziguou:


Taxista: Nós não sabemos como vai ser connosco. Não sabemos o dia de amanhã! Nós também vamos chegar lá!


Plateia com a fé restaurada na bondade humana: Pois não, fez muito bem! Ninguém ajuda ninguém. Ninguém se põe no lugar do outro! 


Chegados ao destino, pagam-se os nove euros e cinquenta. Verificamos alguma dificuldade em sair porque o homem tinha engatado na contagem de episódios e notou-se o sofrimento por perder tamanha plateia. Lá conseguimos sair, mas não sem antes levar o cartão e deixar a promessa de que não nos riríamos do nome dele.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Crónicas de uma viagem: Taxistas de lá e de cá - 2

Trajecto Santa Apolónia ao ponto X: a pragmática das teorias de comunicação e o tamanho também importa 

Eu: Boa tarde, hotel X… ora deixa lá ver a morada… Avenida Y... por favor?

Taxista: …

Eu: (À espera do resultado das funções de linguagem previstas no modelo comunicacional de Roman Jakobson)

Taxista: …

Eu: Olhe, gosto que me respondam. É uma mania que tenho…

Taxista: Sim, sim. Eu ia responder, estava à espera que acabasse.

Eu: Ah, ok. Já acabei!

Taxista: Boa tarde! Sim, sim, sei onde é.

Eu: Desculpe, sou muito stressada e ainda não entrei no relaxe do fim-de-semana.

Taxista: Pois, pois, claro!

Segundo tripulante: Que grande barco!

Eu: Gostava de fazer um cruzeiro no Nilo!

Segundo tripulante: Também eu, mas este barco é muito grande.

Taxista: Mas ou é um cruzeiro ou não é. Se é para andar de barco, basta o cacilheiro!

(risada geral)

Eu: Tem toda a razão!



Taxista: É aqui o hotel, bom fim-de-semana, boa estadia e aproveitem para relaxar.

Crónicas de uma viagem: Taxistas de lá e de cá -1

Trajecto ponto X a Campanhã: aula de condução e auto-defesa para senhoras

...

- 90% dos capotamentos na VCI, são senhoras!

- Ai sim e porquê?

- É por causa das curvas, não sabem fazer as curvas. Demorei oito anos a ensinar à minha mulher. Oito anos, não foi um nem dois, foram oito anos!

- Normalmente, desacelero antes da curva e quando entro na curva acelero.

- Não é desacelerar, tem que reduzir e não precisa de acelerar na curva. Só acelera se sentir falta de aderência!

...

- É melhor irmos para a frente da estação, aqui nas traseiras andam muitas romenas. E eu não gosto de deixar aqui ninguém, principalmente senhoras.

- Se é assim, é melhor. Ser taxista não deve ser fácil...

- Não, não é. Há uns tempos, encostaram-me uma faca ao pescoço. Eram três indivíduos. Agarrei no revólver e encostei-o à cabeça do que estava ao meu lado: ou saem do carro ou este vai comigo!

- (Ò foda-se, está tudo fodido!)

- Saíram do carro a dizer que estavam a brincar. Tenho muito sangue frio. Já pratiquei boxe, mas estava a fazer-me mal ao cérebro.

- Olha, olha, já cá estamos... quanto é?

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Ainda falta muito para o Verão?

Eu gosto do calor. Gosto de derreter. Provavelmente, se tive outra vida que não esta, já fui um réptil. E, infelizmente, o Porto não é a cidade mais quente, no entanto, ao contrário do que possam pensar, também não é a cidade ou uma das cidades mais frias de Portugal. A proximidade do mar e a presença do rio fazem-no ameno. Não é o frio nem o calor que nos castigam, é a humidade. Mas nem só de humidade vive o rio, também tem pontes e são essas pontes que nos levam ao calor.