domingo, 30 de novembro de 2014
Deus me dê paciência
Fico fodida com a caridadezinha natalícia e a mesquinhez das pessoas. Se não querem dar, não dêem. Mas não culpem outros para alívio da consciência. Ficar ofendido com o pedido de bens não essenciais por parte de uma criança institucionalizada é de uma estupidez (malvadez) gritante. Queriam o quê? Que pedisse pão e leite? Mas só comem no Natal para fazer este tipo de pedido? São miúdos, caralho! Não podem sonhar ou desejar futilidades? Quem disse? Demasiadas pessoas, acho. Aos moralistas que pensam "estão na merda e na merda devem ficar. E nem se atrevam a sair da merda e desejar o que não merecem. Isso é um direito dos outros meninos. Pega lá um pacote de arroz e uma lata de atum. Que te sirva de lição, o Natal não é magia. O Natal é, para ti, uma lista de supermercado. Já te fizeram passar por muito e sentes-te inferior? Isso não interessa nada. Tens a obrigação de agradecer o que eu te quero dar ou, de outra forma, não levas nada", pergunto: já alguma vez tiveram o privilégio de fazer, sem esperar nada em troca, alguém, sem laços familiares ou outros, sentir-se genuinamente feliz?
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