Às voltas para estacionar, deparo-me com o cartaz de uma encenação do “Um Conto de Natal”:
- Olha, Um Conto de Natal… Conheces a história?
- Tenho uma ideia da história…
- Eu conto-te rapidamente. Tens uma personagem, o Scrooge, que é cheio da pasta, mas é agarrado ao dinheiro para caralho. Não dá mesmo nada a ninguém, só dá se deixar cair! Depois há o empregado dele, o Cratchit, super feliz e mega pobre. Tem quatro filhos, um deles, o Tim, é um vidrinho de cheiro e tem uma doença fodida que lhe afecta as pernas, coitadinho. Na véspera de Natal, o Scrooge, recebe a visita do fantasma do sócio que se queixa da sua vida pós-morte, e este, o sócio, dá-lhe o toque sobre a visita de três espíritos. Pronto, o primeiro a aparecer é o do Natal Passado, aqui o Scrooge revê a infância feliz durante o Natal. O segundo espírito é do presente, onde ele vê a miséria do empregado e “a alegria da pobreza está nesta grande riqueza de dar e ficar contente”. O último é o Espírito do Natal futuro que lhe mostra a morte solitária, sem amigos, sem família, sozinho como um cão. O avarento percebe a mensagem, vai passar o Natal com o empregado e torna-se amigalhaço do pequeno Tim, o coitadinho.
- Tens a noção que Dickens, neste momento, deve estar às voltas na tumba.
- De contentamento, só pode! Olha, queres que te faça a sinopse do “Guerra e Paz”? Se precisares, também posso resumir as Fábulas do La Fontaine ao teu filho: Era uma vez uma puta de uma cigarra, uma sostra do pior que não fazia um caralho…
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