terça-feira, 6 de maio de 2014

Crónicas de uma viagem: Salve-se quem puder!


Montes de turistas para ver o Padrão dos Descobrimentos e a Torre de Belém. Não é fácil tirar uma fotografia sem emplastros. O vento também não ajuda no retrato. Missão cumprida, agora falta ver os Jerónimos e comer os pastéis de Belém. Passamos ao lado do CCB, mas não há tempo para tudo, fica para a próxima viagem à capital. Jerónimos visto e “onde é que são os pastéis de Belém?” Um taxista diz-nos que é na casa azul. Caminhamos para lá e deparamo-nos com uma fila enorme. Será mais fácil arranjar uma mesa do que esperar na fila para os comprar:

- Estão duas mesas a sair, mas temos esta senhora à nossa frente. Fica aqui, vou ver as outras salas!


Gente a entrar e sair por todo lado, a espera não se avizinha fácil. Mais vale ficar na primeira sala. Entretanto, avista-se um grupo de estrangeiros a fazer-se a uma das mesas candidatas a ficar livre:


- Estes caralhos estão a tentar passar-nos à frente. Fica atenta e se for preciso, atira-te para cima da mesa!


- Passar-nos à frente? Era o que mais faltava!


O americano percebe a agitação e gesticula um “this one we and that one you”: Cabrão, põe-te fino que estou atenta e defenderei com a minha própria vida a ordem de chegada! Perceber que no grupo estava uma brasileira e um português, fez-me ruborizar um bocadinho, mas não me abalou a coragem. E a união fez a força para repelir os abutres de mesas:


- Aquele grupo vai para aquela e nós estamos à espera desta mesa.


-Ai, sim.


- Sim, e estamos dispostos a lutar por elas. Só não vale arrancar olhos!


- Isto está complicado!


- Parece, mas não está. Até está a ser rápido. E, olhe, entre mortos e feridos, alguém se safará com uma mesa.


Finalmente. Rabos sentados, pastéis comidos, gemidos e “worth the battle”
soltados!

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