quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Palavras, leva-as o vento

Até parece que foi ontem que saí da Covilhã, recordo como fiquei intrigada quando ouvi pela primeira vez o insulto "cona da mãe". Se calhar não devia ter perdido tanto tempo com isto, mas estas coisas do calão fazem-me sempre reflectir na génese e significado das expressões. Seria um insulto às mães? Uma forma diferente de chamar filha da puta? Seria uma verdade de La Palice: se existes, tens mãe e se tens mãe, esta tem cona? Perdi 10 minutos nisto e cheguei a uma conclusão: é melhor não falar à minha mãe sobre este assunto, quer-me parecer que ela não ia gostar.

Esta não foi a única expressão que me causou estranheza e me fez ver a diferença linguística entre a Covilhã e o Porto. Esta diferença vê-se nas palavras e também nos actos. Na Covilhã chamam broches às pessoas, aqui, no Porto, fazem-se. E o resultado - ou sentimento - final do dito e do feito é completamente diferente.

4 comentários:

  1. A mim esse parece-me mais um raciocínio cartesiano, ao estilo "Penso, logo existo".

    Broches é o quê, na Covilhã? E como é que chamam aos verdadeiros?

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    1. Tens razão, é mais um pensamento lógico e dedutivo e não uma palissada :D Vou tentar averiguar como se chamam os verdadeiros, nunca me lembrei de perguntar... grande falha!

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  2. Quando eu cheguei à Covilhã, e ouvi pela primeira vez o "estou toda fodida", causou-me tanta impressão que nem imaginas! "Estar toda fodida" era uma cena literal, não significava estar mal com alguma coisa! Mas eu não conto como exemplo, vinha do interior nortenho profundo, mudei-me para o interior beirão profundo, e havia toda uma realidade que me escapava! Não foi propriamente uma evolução na minha vida, mas saí da Covilhã a usar a expressão "estou toda fodida", sem ser no contexto que anteriormente lhe atribuía! :D

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    1. Acontece-me o mesmo com o "caralhos me fodam se..." quando quero provar ou fazer alguma coisa :D

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