As vítimas profissionais estão sempre quase a morrer. Só interrompem o
estado de quase morte quando recebem um convite para a rambóia. Verdade
seja dita, imaginação não lhes falta e os limites realistas também não
lhes assistem.
Tudo o que implica trabalhar dá cabo delas. Gostam de dar sugestões
para realizar tarefas. Mas tarefar não é com as vítimas profissionais.
Normalmente, escolhem um modus operandi e mantêm-no até ao fim da vida que costuma acontecer lá para os 95 ou 100 anos de idade.
Se a escolha recai sobre doenças na hora de vergar a mola, arranjam
sempre uma nova sem descurar os pormenores sórdidos e os fluídos
biológicos que daí advêm. A ida a um serviço de urgência também não está
fora de questão. Caso a nova doença não cole, escudam-se na antiga que
ou é crónica ou deixou mossa.
Há as vítimas profissionais que preferem as catástrofes naturais
apesar de saberem que essas não abundam e que, mais tarde ou mais cedo,
acabarão por dar o corpo ao manifesto.
Mais um texto do anterior blogue.
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